Com os anos de relacionamento, não é incomum que
todo aquele encanto, a alegria, o prazer de estar com a pessoa amada enfraqueça,
diminua, encolha e desbote. Em outras palavras, a conexão vai se perdendo. E,
com ela, a intimidade.
Com a convivência, o desgaste, problemas que todo
casal enfrenta, a conexão se reduz ou até desaparece. O grande desafio é
mantê-la, é recolocá-la na rotina, é renová-la, reerguê-la. E mesmo
fortalecê-la, caso não tenha se perdido. Porque nunca é demais estar cada vez
mais ligado a quem se ama.
É preciso entender, antes de tudo, que as formas de
se manter conectado a alguém mudam com o tempo. A afinidade inicial, que deu o
clique lá atrás, quando vocês começaram o namoro, pode não ser mais a mesma.
Se, com o passar dos anos, você quer voltar ao que
o(a) aproximava de seu amor, pode ser que reencontre exatamente aquela conexão
inicial – mas pode ser também que ela tenha ficado no passado mesmo, para
sempre.
Por isso é importante você conhecer seu(sua)
parceiro(a), se interessar por ele/ela, procurar o que a(o) liga a ele/ela
agora. Às vezes, como no filme Casal improvável, essa conexão pode
estar nos momentos mais banais, mais triviais, mais simples da vida.
Portanto, ela começa de algo que vocês já têm. Não
é preciso inventá-la. Claro que não é fácil manter compatibilidade em todas as
áreas da vida ao mesmo tempo. As conexões são dinâmicas, como a vida. Por isso,
em cada momento, é indispensável saber o que o outro deseja, o que ele/ela
pensa, quais são suas demandas e carências.
É a partir daí que novas conexões se tornam
possíveis. Isso não quer dizer que elas sejam fáceis. Aliás, é exatamente nos momentos
mais difíceis que essa ligação é posta à prova. É fácil conectar-se quando tudo
está bem.
Porém, quando seu(sua) companheiro(a) está passando
por um mau momento ou quando ele/ela está errando com você, aí é muito
trabalhoso manter ou gerar conexão. Ela é a forma como a outra pessoa se sente
percebida e amada. Tudo parte daí.
É preciso ser um “operário do amor” e trabalhar
muito para que a afinidade não se perca e sempre se renove. Porque, uma vez que
diminui, a tendência é que, com o tempo, a distância entre o casal só aumente.
A relação madura entre um homem e uma mulher é algo desafiador. É necessário
ser criativo(a), interessado(a), paciente, sensato(a). E, principalmente,
mobilizar toda a sua capacidade de amar.
Quando falamos em conexão, o objetivo é entender
que essa reaproximação, essa reconquista da intimidade transmite ao(à) seu(sua)
companheiro(a) a certeza de que ele/ela é amado(a), admirado(a). Isso propicia
segurança. Uma pessoa se solta, se desinibe, se conecta somente num ambiente em
que se sente segura. As relações afetiva e física dificilmente serão boas num
ambiente de insegurança e de desconfiança.
O relacionamento amoroso é uma ótima forma de
desenvolvimento pessoal. Observe quanta capacidade, quanta habilidade você
precisa desenvolver para manter um namoro ou um casamento. Ou seja, a partir de
um relacionamento saudável você se prepara para lidar com o trabalho, com as
amizades, com os filhos, com os pais. É em casa que aprendemos a cuidar, a
amar. A conexão gera harmonia e entendimento.
Déa Jório - fisioterapeuta especialista em Saúde da
Mulher, e Jal Reis, terapeuta e educador sexual, casados há 10 anos e autores
do livro “21 Hábitos para Apimentar o Relacionamento”.
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