Autor do livro "A Matrix Emocional", Irineu Deliberalli aconselha a perdoar as próprias imperfeições para uma vida mais leve
Inclusive fobias, dores físicas “fantasmas” e
emoções aparentemente incontroláveis também podem ser associadas a memórias do
espírito em épocas anteriores. Autor do livro A Matrix Emocional,
em que o psicólogo trata do assunto com o público, ele orienta: quando esses
resquícios do passado aparecem, é preciso acolhê-los para seguir em frente.
“O ser humano não é ensinado a se olhar, a tentar
entender o que está acontecendo consigo mesmo. Nós jogamos tudo debaixo do
tapete”, diz. Por isso, ele reforça a importância de buscar entender as causas
de cada aflição e condição psicológica para que haja a oportunidade de se
conhecer melhor, se aceitar e se perdoar. Confira a entrevista com o
especialista:
1. Você combina conhecimentos
de psicologia esotérica, psicodrama, xamanismo, constelação familiar e reiki
para abordar a influência de memórias e consciências anteriores no cotidiano.
Em resumo, como o presente e o passado se relacionam com a cura emocional?
Irineu Deliberalli: Somos seres multidimensionais e eternos. A própria técnica de RTVP
(Regressão de Memórias) nos demonstra e comprova isso. Destra maneira, a
estrutura da vida humana está relacionada a existência de sete corpos. Em nosso
3º Corpo, que é o Emocional, ficam os registros das memórias ou consciências de
vidas passadas que não foram curadas. Voltamos em cada nova encarnação para
curar este passado e, no decorrer de nossas vivências, estas histórias encostam
em nós para serem ressignificadas.
2. O livro menciona casos de
experiências passadas que afetam o presente, como o exemplo dos seus pés frios
— você comenta que fica com os pés gelados até em dias de calor extremo porque
descobriu que, 17 vidas atrás, ficou marcado por ter andado descalço na neve da
Rússia. Você enxerga esses eventos como uma realidade que deixa um impacto
duradouro na psique humana, ou há espaço para uma interpretação mais metafórica
sobre os fatos?
I. D.: O nosso Corpo emocional, que também é chamado de corpo astral, traz
todas as histórias do nosso passado que não foram curadas, desde a primeira encarnação
no planeta até agora. Eu não tenho só a história dos pés frios. Tenho outras
histórias, como medo de altura, onde fui jogado numa ribanceira de mais de 700
metros em outra vida passada e resultou em uma consciência de depressão que apareceu
e ficou quase um ano me perturbando com sintomas depressivos.
Comecei conversar com esta consciência, como se
fosse um paciente em terapia, e essa consciência acabou sendo dissolvida. O
livro traz uma realidade de uma forma didática que até hoje ninguém trouxe. Explico
com clareza como essas histórias do nosso passado interferem no nosso presente,
jamais sendo algo metafórico.
3. Além de suas próprias
experiências e observações clínicas, de que maneira você se apoia em figuras
influentes como Freud e Jung para embasar seus argumentos sobre a influência
das memórias e consciências passadas?
I. D.: Os doutores, Freud, Jung e Moreno, foram os grandes mestres da
psicologia que tenho estudado até hoje. Eles me deram embasamento para poder
chegar à conclusão que cheguei. Cada um deles me ajudou a compreender a
formação da psique humana, o desenvolvimento da nossa personalidade, o quanto a
criança interior de cada um interfere na vida do adulto. É um lado meu
Geminiano que gosta de entender como tudo funciona. Há uma grande insatisfação
interior diante daquilo que eu não compreendo, então busco compreender. Porém
sou obrigado a relatar para não faltar com a verdade, que tenho um nível de
paranormalidade, que me permite perceber outros planos da realidade humana além
desse material. E, por acessar esses planos e receber deles tantas informações,
eu pude escrever esse livro.
4. Pensando no impacto dessas
memórias, como você sugere que os leitores possam perdoar o passado e integrar
essas experiências à sua vida atual para alcançar a felicidade pessoal? E qual
a importância do autoconhecimento nessa jornada?
I. D.: Desde o oráculo de delfos na Grécia antiga onde a afirmação “homem,
conheça-te a ti mesmo”, e Jesus trazer o cristianismo e afirmar “conheça a
verdade e ela te libertará”, o doutor Freud – pioneiro na história da
psicologia – começou a demonstrar a necessidade humana de entrar em contato com
a nossa dor ou sombra. Quando isso faço, sem o julgamento da sociedade ou
principalmente das religiões, eu tenho a possibilidade de ter uma compreensão
maior sobre quem eu sou. Porém é necessário ter muita coragem para se olhar,
para se descobrir e para aceitar quem somos. Somos luz e sombra. Assim é feita
a vida no planeta Terra.
5. Os capítulos trazem
insights que podem interessar não somente a profissionais da área da saúde
mental, mas também a públicos diversos que não têm conhecimentos profundos
sobre as terapias de vidas passadas. Quais reflexões e ensinamentos você
destaca, no geral?
I. D.: Entendo que tudo é muito simples e ao mesmo tempo muito complicado. O ser humano não é ensinado a se olhar, a tentar entender o que está acontecendo consigo mesmo. Nós jogamos tudo debaixo do tapete. E não temos o entendimento que aquilo que eu jogo de baixo tapete é sujeira e será a sombra que certamente virá à tona. Se pudesse dar uma dica seria a seguinte: olhe para si mesmo, se perceba, se conheça, se aceite e se perdoe. E se ame.
Sobre o autor: Terapeuta transpessoal com formação em Psicologia, o paulista Irineu
Deliberalli ministra cursos xamânicos, é dirigente de rituais de cura e
libertação da sagrada ayahuasca há 18 anos, além de ser fundador do "Cura
pelo amor – centro de integrações do ser livre". Com foco em terapias de
vidas passadas, sagrado feminino/masculino, constelação familiar e xamanismo,
também tem formação em psicodrama, reiki, acupuntura e radioestesia. Como
escritor, publicou "Só para homens – parte 1", um guia prático para o
autoconhecimento masculino, e A Matrix Emocional: nossas múltiplas memórias.
Instagram do autor: @curapeloamor
Site do autor: www.curapeloamor.com
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