sábado, 27 de abril de 2024

Consultor de imagem e estilo indica o que sai das passarelas da 57ª São Paulo Fashion Week para as ruas brasileiras

Marrom, terceira peça, alfaiataria desconstruída, looks monocromáticos
 e nada de rente ao corpo vão ditar a moda além dos desfiles -
 Créditos: Reprodução/SPFW - Agência Fotosite/@agfotosite

Rafael Flumingnam fala o que viu no evento mais prestigiado da moda brasileira e o que vai ser tendência no dia a dia 
 

 

Desconstrução, brasilidade e ousadia. Estas são algumas das palavras que traduzem a 57ª edição do São Paulo Fashion Week (SPFW), segundo o consultor de imagem e estilo Rafael Flumingnam. O especialista esteve presente no último dia do evento, que aconteceu de 9 a 14 de abril, na capital paulista.

Com o tema ‘Sintonia’, o mais prestigiado evento de moda do Brasil propôs buscar uma conexão profunda entre diferentes elementos da moda e da vida cotidiana. Para Rafael Flumingnam, os desfiles não devem ser lidos de forma literal, mas muito do que se viu será adaptado à rotina diária. “O que é apresentado tem um ar mais teatral e dramático para que a mensagem da criação seja passada. Mas, veremos muitas informações saindo das passarelas para as ruas, como a cor marrom e peças de alfaiataria mais casuais e até street”, revela.

Com um olhar crítico, sempre voltado para o público em geral, o especialista captou algumas tendências que podem surgir a partir desta edição. Dentre as escolhas de Rafael para o dia a dia, estão as tonalidades da cor marrom e suas possibilidades, observada por ele em quase todos os desfiles; os casacos longos como terceira peça, sobreposição que ganha cada vez mais os brasileiros; formas menos rentes ao corpo, a nova onda é o ‘relaxed’, nada de peças skinny; looks monocromáticos e a desconstrução da alfaiataria, sendo introduzida em aspectos bem menos formais e com novas modelagens.

“Sou suspeito de falar sobre alfaiataria desconstruída. Venho de um mercado muito tradicional e masculino, ver essa técnica antiquíssima ganhar novas roupagens, além de representar um avanço social, também abre um novo mercado para desenvolver o setor feminino e a própria moda street style”, comenta o especialista. 


Nomes fortes 

Entre 27 desfiles diferentes, esta edição do SPFW reuniu desde estilistas e marcas mais suntuosas às mais minimalistas. Ao longo de seis dias de programação, alguns nomes foram destaques.

De acordo com Rafael, a alfaiataria desconstruída teve muita visibilidade, desta vez, nos nomes de Igor Dadona e Rafael Caetano, que deram um tempero e um novo jeito de ser chique para as peças que foram apresentadas. A brasilidade e ancestralidade de Maurício Duarte, com a coleção Piracema, foi uma explosão de emoções, conectando quem estava assistindo ao desfile com as raízes indígenas. 

Por fim, Flumingnam evidencia a ousadia e a sensualidade brasileira da marca Dendezeira, de Hisan Silva e Pedro Batalha, com roupas que refletem críticas sociais e a dicotomia entre o medo e a liberdade.

Mais uma edição do prestigiado evento acontece ainda neste ano, entre os dias 16 e 20 de outubro, com mais inovações para a moda brasileira. 

  

Rafael Flumingam - consultor de imagem com sólida formação pela Panamericana Escola de Arte e Design, de São Paulo. Com 36 anos e natural de Praia Grande/SP, o especialista em consultoria de imagem pessoal e estilo, Rafael possui uma visão global da moda, construída através de cursos no Brasil e no exterior, incluindo um intercâmbio em Nova York. Dentro de seu escopo de trabalho, que vai do visagismo aos workshops de imagem pessoal, atua demonstrando que a imagem pessoal pode ser a chave para novas conquistas. Em 2024, Rafael estilizou o ator Caco Ciocler para o seu casamento, que aconteceu em São Paulo.


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