quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

Zumbido no ouvido pode indicar melhor cognição? Especialista explica e analisa possibilidades

Dr. Fabiano de Abreu Agrela (MF Press Global) Foto Ilustrativa (FreePik)
Ter zumbidos no ouvido nem sempre indica apenas a perda da audição, mas também pode ter relação com uma melhor capacidade cognitiva, afirma o Pós PhD em neurociências, Dr. Fabiano de Abreu Agrela


 

O acufeno, conhecido popularmente como zumbido no ouvido, afeta cerca de 15% das pessoas e gera ruídos frequentes, como assobios, sibilos, tinidos, ou outros, mesmo sem barulho ambiente, o que ocorre, em geral, com mais intensidade próximo à hora de dormir.

 

O problema é, normalmente, associado à perda auditiva, mas de acordo com estudos recentes pode também ter relação com uma melhora cognitiva. Análises indicaram que o zumbido também pode ser relacionado a uma maior capacidade cognitiva. Esses dados inspiraram uma parceria entre o CPAH- Centro de Pesquisa e Análises Heráclito - com o GIP - Genetic Intelligence Project - que analisou diversos participantes do projeto e identificou a relação, mesmo em voluntários com excelente audição.

 

O que explica a relação entre zumbido no ouvido e melhor capacidade cognitiva?

De acordo com o Pós PhD em neurociências e membro da Society for Neuroscience nos Estados Unidos, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, o zumbido pode ser uma ferramenta para amenizar perdas de audição através do ruído neural, ajudando a melhorar a cognição, o que impacta o QI do indivíduo.

 

Alguns estudos indicam que o zumbido no ouvido é um processo que ajuda a melhorar a capacidade auditiva em pessoas com perda de audição por meio da adição de ruídos neurais, ou ressonância estocástica, que causa sons com o objetivo de melhorar a capacidade de detecção de sinais mais fracos, melhorando a capacidade auditiva por meio dos sons fantasma”.

 

Essa melhora na audição e percepção da fala, o que permite um melhor exercício da cognição com possíveis efeitos no QI, reforçados por uma diminuição do declínio cognitivo do zumbido em pacientes que apresentam zumbido, que pacientes com o sintoma”.

 

A forma como os impactos do acufeno podem ser bastante heterogêneos, variando entre positivos e negativos, precisa ser melhor estudada para entender melhor os impactos cognitivos da condição e a forma como esses fatores podem alterar o QI do indivíduo”, ressalta Dr. Fabiano de Abreu Agrela.

 

Tipos de  zumbido no ouvido e suas causas


Acufeno subjetivo: Desencadeado por atividades irregulares no córtex auditivo cerebral que o fazem identificar certos estímulos como sons, gerando os zumbido, é a forma mais comum de acufeno.

 

Acufeno objetivo: É causado por ruídos  gerados por estruturas próximas ao ouvido, causados pelo fluxo sanguíneo de veias e artérias próximas, também podendo surgir devido a lesões cranianas, certas doenças, tumores, ou espasmos em músculos próximos, gerando sons de estalos.

 

Tratamentos para zumbido no ouvido

O tratamento para o acufeno é limitado atualmente, em grande parte pela sua natureza multifatorial e bastante complexa, dentre as principais opções estão a terapia sonora, que “mascara” zumbidos e os torna menos intrusivos, terapia comportamental e, em alguns casos, o uso de aparelhos auditivos.

 

Alguns medicamentos também podem ser utilizados para tratar os sintomas decorrentes do zumbido, como insônia.

 

 

Dr. Fabiano de Abreu Agrela - Pós PhD em Neurociências eleito membro da Sigma Xi, membro da Society for Neuroscience nos Estados Unidos , membro da Royal Society of Biology no Reino Unido e da APA - American Philosophical Association também nos Estados Unidos. Mestre em Psicologia, Licenciado em Biologia e História; também Tecnólogo em Antropologia e filosofia com várias formações nacionais e internacionais em Neurociências e Neuropsicologia. Membro das sociedades de alto QI Mensa, Intertel, ISPE High IQ Society, Triple Nine Society, ISI-Society, Numerical e HELLIQ Society High IQ. Autor de mais de 220 artigos científicos e 17 livros.


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