O objetivo deste comunicado é examinar o papel dos hormônios, frequentemente vistos como agentes influentes nas dinâmicas humanas, e como eles afetam a subjetividade das mulheres que atravessam a menopausa em uma cultura que valoriza a juventude e a produtividade.
As mudanças hormonais associadas à menopausa são frequentemente percebidas como desequilíbrios, resultando em sintomas como ondas de calor, diminuição da libido, osteoporose, problemas cardíacos e ressecamento vaginal. Essas percepções levam muitas mulheres a buscar soluções médicas, como a terapia de reposição hormonal, na tentativa de restaurar o equilíbrio perdido durante o processo de envelhecimento.
No entanto, é importante reconhecer que a prescrição de hormônios pelos médicos muitas vezes é acompanhada da promessa implícita de que as mulheres podem manter a juventude e a atratividade sexual aos olhos de seus parceiros masculinos. Isso reflete uma perspectiva social que reforça normas de gênero tradicionais, incluindo o machismo e a heteronormatividade.
Apesar de o estrógeno estar disponível para venda há mais de seis décadas, persiste uma considerável confusão entre as mulheres quanto aos riscos e benefícios da terapia hormonal na menopausa (THM), seja com terapia estrogênica isolada ou associada a progestágenos. A publicação de estudos controlados e randomizados, como o Heart and Estrogen/progestin Replacement Study (HERS) e o Women’s Health Initiative (WHI), tem intensificado essa controvérsia sobre o equilíbrio entre risco e benefício.
Embora milhares de mulheres recorram à THM para alívio dos sintomas menopausais, como sintomas vasomotores e sudorese, muitas também continuam o tratamento com a esperança de prevenir doenças crônicas. Efeitos já estabelecidos do estrógeno incluem a manutenção da massa óssea e a prevenção de fraturas, enquanto estudos observacionais sugerem potenciais benefícios na redução do risco de doenças vasculares.
Entretanto, estudos randomizados e controlados não demonstraram evidências de que a terapia hormonal beneficie mulheres com doença vascular estabelecida ou mesmo mulheres aparentemente saudáveis. Além disso, o aumento do risco de câncer de mama e doença tromboembólica tem sido confirmado nesses estudos, embora a incidência absoluta de efeitos adversos seja baixa, especialmente no primeiro ano de tratamento, mas aumente com o tempo de uso. Dessa forma, a relação risco/benefício da THM deve ser avaliada de forma individualizada para cada paciente, levando em consideração seus sintomas, histórico médico e preferências pessoais.
A terapia de reposição hormonal tem sido promovida como uma maneira de aliviar os sintomas da menopausa e melhorar a qualidade de vida das mulheres. No entanto, é importante abordar questões mais amplas relacionadas à percepção da menopausa na sociedade e aos padrões de beleza e sexualidade impostos às mulheres à medida que envelhecem.
Concluímos que uma abordagem mais holística e inclusiva é necessária para entender e abordar os desafios enfrentados pelas mulheres durante a menopausa. Isso inclui uma análise crítica das normas de gênero e das pressões sociais que influenciam a forma como a menopausa é percebida e tratada na sociedade moderna. Finaliza Dra Kelly Pico.
Dra. Kelly Pico - médica especialista em dermatologia estética, com mais de 22 anos de experiência. Formada pela Faculdade de Medicina ABC, ela possui pós-graduação em Medicina Estética e Medicina Preventiva. Sua abordagem empática e personalizada, aliada ao uso de técnicas inovadoras, resultam em tratamentos estéticos excepcionais. Dra. Kelly Pico é reconhecida por sua dedicação aos pacientes e por proporcionar resultados naturais e harmoniosos. Sua experiência e compromisso com a excelência fazem dela uma profissional altamente recomendada no campo da dermatologia estética.
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