Uso de biomedicamentos amplia acesso a tratamento
avançado e apresenta resultados positivos no combate à doença
Um
estudo americano, publicado pelo jornal científico Environmental Health
Perspectives, identificou mais de 900 químicos presentes na em alimentos e
bebidas, como os agrotóxicos, que influenciam no aumento de risco para câncer
de mama. Essas substâncias afetam o sistema endócrino e podem gerar
desequilíbrio hormonal nas mulheres.
O
estudo foi composto pela análise de resultados de diversos químicos,
principalmente aqueles que afetam os alimentos, como os agrotóxicos, em
roedores, fazendo um paralelo entre o animal e humanos. O objetivo do estudo
foi evidenciar que muitos desses produtos químicos geram efeitos similares no
desenvolvimento da glândula mamária, incluindo a alteração da lactação,
desenvolvimento puberal alterado, aumento da densidade do tecido mamário e
aumento do risco de câncer em roedores, frequentemente por afetar a regulação
hormonal.
De
acordo com a Carolina Martins Vieira, oncologista clínica e pesquisadora do
Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais e do grupo
Oncoclínicas, “o câncer de mama é, na maioria das vezes, uma doença hormonal,
ou seja, é decorrente do desequilíbrio de hormônios nas glândulas mamárias.
Portanto, ao identificar e compreender o papel dessas substâncias químicas na
saúde da mama é possível diminuir o risco desse câncer especificamente”.
Realizado
por pesquisadores do Instituto Silent Spring, Universidade de Massachusetts Amhers, Universidade de Medicina
Tufts, Instituto Nacional de Alimento, Instituto Nacional de Saúde dos Estados
Unidos, o estudo Chemical Effects on Breast Development, Function, and
Cancer Risk: Existing Knowledge and New Opportunities indica que as
abordagens toxicológicas atuais muitas vezes são insuficientes para detectar
esses efeitos, dificultando a identificação de exposições prejudiciais e
limitando as oportunidades de prevenção.
Carolina
também destaca a necessidade de uma abordagem mais rigorosa por parte da
comunidade médica e dos órgãos de vigilância sanitária em relação às avaliações
de produtos químicos, especialmente aqueles adicionados aos alimentos. "É
imperativo que, diante das evidências crescentes sobre os riscos associados a
determinadas substâncias, seja implementada uma abordagem mais proativa para
garantir a segurança dos consumidores. A prevenção começa com a identificação e
regulamentação eficaz dessas substâncias, visando mais saúde para todos".
Outra
recomendação da especialista é com a conscientização sobre a qualidade dos
alimentos consumidos, como observar a procedência dos alimentos e optar pelos
orgânicos, se possível, para promover mudanças positivas na saúde.
Além da prevenção, as opções terapêuticas para este tipo de neoplasia vêm apresentando avanços significativos. O uso de biomedicamentos em terapias conjugadas, por exemplo, tem revolucionado o combate ao câncer de mama, tanto no estágio inicial quanto nos metastáticos. “Os medicamentos biológicos são muito seguros e eficazes para o tratamento desta doença, com qualidade rigorosamente atestada por meio de extensivos estudos de comparação. Por apresentar custo menor do que os fármacos tradicionais, conhecidos como referência, contribuem para ampliar o acesso aos tratamentos oncológicos avançados no Brasil", finaliza Carolina.
Para mais informações, acesse biomm.
Referências
1. Chemical Effects on Breast Development, Function, and Cancer Risk: Existing Knowledge and New Opportunities - Jennifer E Kay, Bethsaida Cardona, Ruthann A Rudel, Laura N Vandenberg, Ana M Soto, Sofie Christiansen, Linda S Birnbaum, Suzanne E Fenton
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