Conheça os repelentes autorizados para gestantes e
lactantes, assim como as medidas a serem tomadas caso contraia dengue durante a
gravidez ou amamentação
Como em toda doença viral, as gestantes devem redobrar os cuidados para evitar serem contaminadas pelo vírus da dengue. A Dra. Paula Fettback, ginecologista pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) adianta que a contaminação pode inferir riscos sérios em todas as fases da gravidez.
"Por ser uma infecção viral, a dengue se mostrou mais grave em gestantes em todas as fases, devido às mudanças imunológicas e fisiológicas que acontecem na gestação. No primeiro trimestre, pode aumentar as taxas de abortamento espontâneo. No terceiro trimestre, pode aumentar o risco de trabalho de parto prematuro, de sangramentos graves tanto na gravidez como durante e após o parto imediato, e de transmissão vertical, ou seja, transmissão para o feto", explica a médica.
A notícia recebe o agravante de que as novas vacinas não são recomendadas para mulheres nesta situação, já que, segundo a Dra. Paula, não há evidências de que a vacina da dengue seja segura para a mãe e o bebê durante a gravidez ou lactação.
A considerar este quadro, a ginecologista alerta para a necessidade de seguir o seguinte protocolo:
- Usar repelentes indicados pela Anvisa, repassando de duas vezes a
três ao dia, evitando rosto e mãos;
- Usar roupas protetoras;
- Instalar telas protetoras contra mosquitos;
- Evitar viagens a áreas de maior incidência do mosquito;
- Manter a hidratação ao longo do dia;
- Ter os exames em dia.
"Os
três principais repelentes liberados para uso na gestação pela Anvisa são DEET
(N-dimetil-meta-toluamida ou N,N-dietil-3-metilbenzamida), Icaridina
(Hydroxyethyl isobutyl piperidine carboxylate ou Picaridin) ou IR3535 (Ethyl
butylacetylaminopropionate)", indica a Dra. Paula, ao explicar: "Os
repelentes à base de icaridina costumam ser a primeira escolha por serem mais
concentrados, proporcionando uma ação prolongada e menor exposição ao
produto", recomenda.
Sintomas e ações a partir da contaminação
Diante de uma eventual contaminação pelo vírus, a ginecologista receita hidratação constante, repouso sob observação rígida e medicação sintomática para febre e dores. Além disso, manter um controle rigoroso dos fatores de coagulação, provas inflamatórias e infecciosas no sangue e vitalidade fetal adequada de acordo com a idade gestacional", especifica a Dra. Paula.
Dentre os sintomas particulares às grávidas/lactantes, a ginecologista aponta a possibilidade de manifestarem-se quadros respiratórios, sangramentos intraplacentários ou durante e após o trabalho de parto, febre mais resistente, rash cutâneo (manchas avermelhadas pelo corpo) e desidratação mais grave.
Por conta disso, ela enfatiza: "Além de todas as medidas, é fundamental que a gestante contaminada procure um serviço de saúde com urgência, a fim de iniciar o atendimento e controle adequados para a saúde maternal e fetal".
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