quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

Dengue: As sete perguntas mais frequentes sobre o assunto

 

Especialista em infectologia, da Rede Mater Dei de Saúde, esclarece as principais dúvidas sobre dengue, com orientações práticas sobre prevenção, contaminação, vacinas e tratamentos.
 

O Brasil está vivendo um aumento significativo de casos de dengue desde o início do ano. Segundo dados do Ministério da Saúde, os casos prováveis de dengue no país já passam de 760 mil neste ano, ultrapassando a pior semana da doença em 2023 com 111 mil casos. De acordo com o Ministério, o aumento de casos se deve a fatores correlacionados: o calor excessivo e as chuvas intensas, além do ressurgimento recente dos sorotipos três e quatro do vírus da dengue no Brasil. Diante disso, a Rede Mater Dei de Saúde, com ajuda de um Infectologista, tira algumas dúvidas frequentes sobre o assunto. 

Informar a população é uma questão de saúde pública nesse momento. Diante disso, Rodrigo Farnetano, Coordenador da Clínica de Infectologia da Rede Mater Dei de Saúde Belo Horizonte esclarece abaixo, as dúvidas sobre cuidados, transmissão e vacinas. Confira:

 

RESPOSTAS PARA AS DÚVIDAS MAIS COMUNS SOBRE DENGUE

 

1.Quantos tipos de dengue existem?

Quatro. O vírus da dengue é dividido em quatro sorotipos (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4). No Brasil, predominam os sorotipos DENV-1 e DENV-2. Segundo informações da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o DEN-3 é o responsável por causar as formas mais graves da doença.

 

2. Como é transmitida a doença? 

O vírus é transmitido para humanos por meio da picada de mosquito fêmea infectado. Após o período de incubação (4-10 dias) de seus ovos em lugares com água parada, o mosquito infectado é capaz de transmitir o vírus pelo resto de sua vida, que dura cerca de 30 dias.
 

3. A dengue pode ser transmitida de uma pessoa para outra?

Não. A única forma de transmissão do vírus da dengue é pela picada do mosquito fêmea do Aedes aegypti. Para que haja a contaminação é necessário que o mosquito esteja contaminado com um dos quatro sorotipos do vírus da dengue. A transmissão direta de um indivíduo para outro não é possível.

 

4. Durante a doença, quais medicações e hábitos devem ser evitados para não intensificar os sintomas?

É preciso tomar diversos cuidados ao ser diagnosticado com dengue, durante a doença, anti-inflamatórios não devem ser utilizados e se a pessoa faz uso de anticoagulantes ou antiagregantes plaquetários, como aspirina (AS), ela deve consultar seu médico para receber as devidas orientações sobre o uso dessas medicações. Além disso, atividades físicas devem ser suspensas para depois ser retomadas de forma lenta e gradual, preferencialmente sob orientação de um profissional de saúde.
 

5. É comum existir casos assintomáticos de dengue? Como agir nesses casos?

É bem comum, mais comum do que as pessoas imaginam. Uma em cada duas pessoas são infectadas pelo vírus da dengue e não tiveram sintomas. Nesses casos essas pessoas não irão correr risco de terem complicações da dengue.
 

6. O período de chuvas pode aumentar o número de mosquitos circulantes? Quais são as medidas preventivas a se tomar em casa (jardim, quintal, varanda) depois das chuvas?
Durante e após o período das chuvas, terá eclosão dos ovos com as larvas do mosquito Aedes aegypti. Diante disso é preciso inspecionar as casas e o entorno à procura de poças que possam ficar com água parada, seja qualquer recipiente, vasinho, latinha ou pote que possa ter acumulado água e que ninguém vai perceber.


7. Quem pode tomar a vacina de dengue? 

O público-alvo, em 2024, serão crianças e adolescentes, faixa etária que concentra o maior número de hospitalizações por dengue. O esquema vacinal é composto por duas doses com intervalo de três meses entre elas.


 

Rede Mater Dei de Saúde


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