sexta-feira, 1 de dezembro de 2023

Dezembro Vermelho: Desafios e Avanços na luta contra o HIV

 Após 40 anos, os desafios ainda persistem e lembram o porquê o combate ao vírus é tão importante 

 

O dezembro vermelho é um mês dedicado à luta contra a Aids e também para a conscientização, como prevenção, tratamento e desafios enfrentados durante mais de quatro décadas desde os primeiros casos nos anos 80. A evolução no tratamento e estratégias de prevenção do HIV é notável, mas ainda existem alguns desafios cruciais, sendo o estigma e preconceito contra as pessoas que vivem com o vírus uma questão persistente. A disseminação de informações enfrenta obstáculos e é essencial que seja feita uma melhor comunicação para a sociedade, desfazendo equívocos sem fundamento, por exemplo, que a transmissão pode ocorrer por meio de gestos de carinho.

Para o diretor da Sociedade Paulista de Infectologia (SPI), Dr. Álvaro Costa, os esforços devem ser concentrados em conscientizar as pessoas sobre as novas ferramentas de prevenção. “O PrEp (Profilaxia pré-exposição) é um exemplo do avanço da medicina, é um antirretroviral utilizado por pessoas não infectadas pelo HIV, fazendo com que o risco de contrair o vírus seja reduzido em até 90%, se for usado corretamente”, comentou. “O medicamento está disponível no SUS, contudo, os desafios persistem, desde a busca pela cura até a necessidade de ampliar o acesso a tratamentos inovadores”, completou o especialista.

No Brasil, a concentração em populações vulneráveis exige medidas específicas. A capilarização do acesso à PrEP é vital, assim como a melhoria nos serviços de Saúde Transversal. Ainda que o Brasil tenha avançado, enfrentamos desafios significativos, especialmente na redução do número de casos e na superação do estigma.

“Existem alguns desafios fundamentais para os próximos anos, como a ampliação da PrEP para toda a população, investimento em diagnóstico e manutenção dos pacientes indetectáveis, implementação de tecnologias injetáveis para tratamento e prevenção do HIV, desenvolvimento de vacinas de RNA mensageiros, estratégias combinadas para a cura e a superação contínua do preconceito em torno do vírus”, explicou Costa. 

Conforme o boletim epidemiológico da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, do Ministério da Saúde, no último ano foram registrados aproximadamente 17 mil casos da infecção, sendo que mais de um milhão de pessoas vivem com HIV no país. No início, os sintomas mais comuns são: febre, dor de cabeça e garganta, dores musculares, manchas na pele e calafrios. O diagnóstico pode ser feito por meio de exame laboratorial e teste rápido, ambos disponíveis pelo SUS. A descoberta precoce aumenta a expectativa de vida do paciente e ainda pode impedir que o HIV se desenvolva para Aids, que faz com que a pessoa tenha uma perda progressiva da imunidade.  

 

SPI - Sociedade Paulista de Infectologia
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