sexta-feira, 27 de outubro de 2023

Vida pós-AVC: ao receber alta do derrame, 70%1,2 dos pacientes não recebem o encaminhamento adequado

 

Apesar da alta incidência, existe pouca informação para o tratamento do pós-AVC. A espasticidade é uma das sequelas deixadas pelo derrame que precisa de atenção. Caso contrário, pode levar a incapacidade3.
 

Outubro é um mês marcado pelo Dia Mundial do Acidente Vascular Cerebral (29/10), “AVC”, ou, ainda, derrame – como é popularmente conhecido –, que acontece quando o fluxo sanguíneo, responsável pela irrigação cerebral, é interrompido pela ruptura ou oclusão de uma artéria, ocasionando uma paralisia no local em que a circulação foi interrompida. Atualmente, o AVC é a principal causa de morte4 no Brasil, contudo, mesmo com elevada incidência, ainda há pouca informação disponível sobre o “pós”, ou seja, o que deve ser feito depois que o paciente recebe alta do episódio. Dentre as sequelas, a espasticidade é uma delas, atingindo cerca de 40%5 dos pacientes e que quanto antes for diagnosticada e tratada, melhor o prognóstico do paciente.

Dados mostram que pelo menos 70%6,7 das pessoas que sofrem um AVC não recebem tratamento pós-AVC adequado: “Além de falar sobre conscientização do derrame, também é importante falar sobre o que acontece depois dele e como podemos reduzir o seu impacto. A falta de tratamento das sequelas é a principal causa de incapacidade nesses pacientes e o principal objetivo deve ser evitar o agravamento dessas lesões”, comenta a Dra. Linamara Battistella, médica fisiatra, professora de medicina da Universidade de São Paulo (USP) e idealizadora da Rede Lucy Montoro.

De maneira geral, existem dois tipos de AVC8, o hemorrágico e o isquêmico, mas em ambos os casos o paciente pode ser atingido por sequelas. “Um paciente que sofre um derrame precisa ser visto como uma questão para a sociedade, porque ele vai precisar de apoio da família, de amigos, de cuidadores e de vizinhos. Qualquer grau de incapacidade que essa pessoa venha a passar acaba por impactar toda essa rede, já que a percepção de vida passa a ficar limitada também”, adiciona a médica. A espasticidade é um exemplo disso, porque uma vez que não seja diagnosticada e tratada adequadamente, de forma contínua, pode levar ao encurtamento permanente do músculo3, dentre outros sintomas, além de gerar incapacidade3.

A espasticidade é caracterizada pela desordem do controle sensório-motora, resultante de uma lesão no neurônio motor superior, e apresenta-se com ativação involuntária dos músculos de forma intermitente ou sustentada9. Dados mostram que, após o episódio de AVC, em até três meses o paciente pode começar a apresentar esses sintomas10,11,12. “O paciente que teve um AVC precisa ser amparado por uma equipe multidisciplinar que irá orientar sobre sinais e sintomas. A espasticidade, por exemplo, só é diagnosticada por neurologistas e fisiatras e o tratamento envolve uma equipe de múltiplas especialidades, com fisioterapeutas, ortopedistas, enfermeiros, terapeutas ocupacionais, dentre outros. A funcionalidade do paciente deve ser sempre a meta da equipe que está ao redor dele3,13”, relata.

Dentre as possibilidades de tratamento, o paciente pode contar com medicamentos orais e injetáveis3,13. Estudos5 indicam que a toxina botulínica A pode ser eficaz em mais da metade dos pacientes com espasticidade pós-AVC, tanto nos membros superiores, quanto inferiores após uma única primeira injeção. “Hoje as possibilidades de tratamento são inúmeras e afetam de maneira significativa e positiva a vida do paciente, desde os que tiveram episódios de derrame mais recente, até aqueles que são os mais crônicos, ou seja, que já tiveram o AVC há um período de tempo mais longo”, comenta a Dra. Linamara. “O tratamento é fundamental para a prevenção da incapacidade, melhora da funcionalidade e para a adaptação para uma vida sempre bem relacionada com o mundo exterior”, completa a especialista.
 



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Referências

1. Link Acessado em Outubro de 23.

2. Hammis J et al 2021 Neurologia| Neuro chirurgia Polska Vol 55 Acessado em Outubro de 23.

3. Link Acessado em Outubro de 23.

4.Link Acessado em Outubro de 23.

5. TOXINS - The Efectiveness of Botulinum Toxin Type A(BoNT-A) Treatment in Brazilian Patients withChronic Post-Stroke Spasticity: Results from the Observational, Multicenter, Prospective BCause Study, Publicado em dezembro de 2020.

6. Link Acessado em Outubro de 23.

7. Hammis J et al 2021 Neurologia| Neuro chirurgia Polska Vol 55

8. Link Acessado em Outubro de 23.

9. Pandyas AD, et al. Disabil Rehabil. 2005; 27 (12):26.

10. Wissel et al.,2015

11. Doussoulin et al.,2020

12. Zeng et al.,2021

13. Nair, K,P,S and Mrsden, J The management of spasticity in adults. BMJ 2014;349:g4737



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