O celular já faz parte da vida de muitas pessoas desde a infância, mas qual é a real necessidade desse pequeno aparelho na vida das crianças? Essa é uma pergunta que precisa ser respondida para que possamos mudar de ideia sobre nossa decisão.
Temos cinco filhos de idades variadas. Dizemos que
aqui em casa nossos desafios vão da fralda ao absorvente, e quem tem filhos
sabe que o controle de telas na vida dos pequenos é um desses desafios.
Aqui isso não é problema, e quero contar por que e
como nossos filhos vivem.
Quando nossa filha mais velha completou 12 anos de
idade, resolvemos dar um celular para ela, condicionado ao bom desempenho na
escola e, claro, tendo nossa total supervisão sobre o conteúdo acessado. No
primeiro ano, o acordo não foi cumprido, então ela perdeu o celular sem muitas
explicações até que recuperasse as notas. Assim que isso aconteceu, o celular
foi devolvido, desta vez com regras mais claras.
Nesse quesito acreditamos que a maioria dos pais se
perde por não ter combinados claros com os filhos. No nosso caso, o combinado
foi por escrito. Entre as regras estavam: tempo de utilização, conteúdos que
não poderiam ser acessados, aplicativos não condizentes com a idade,
comentários maldosos em redes sociais, falar com desconhecidos, tirar notas
abaixo da média, levar celular para o quarto à noite e até mesmo ao banheiro, tudo
muito explicado e num acordo assinado. Dependendo da falta, o celular poderia
ser retirado sem data prevista de devolução. Então, mais uma vez, tiramos o
celular, sem previsão de data.
Agora temos um celular da família, para o qual os
amigos podem mandar mensagens. Quando saem para um compromisso, nossos filhos
levam o celular e devolvem na chegada; para jogos, temos o videogame; para
consultas escolares, o computador; quer ver um filme, é na TV – e mesmo assim
todos sabem por quanto tempo podem assistir.
Com essas atitudes presenteamos nossos filhos com
uma das maiores raridades do mundo, o tempo livre. Assim, eles podem estudar,
brincar, inventar, aprender um instrumento musical, ler, pintar, desenhar ou
não fazer absolutamente nada.
O celular para nós, adultos, na maioria do tempo é
um instrumento de trabalho, de consulta, aliás muito útil, porque já temos
idade para saber o que ver, como usar, e mesmo assim diariamente as pessoas
caem em golpes. Crianças e adolescentes ainda não sabem os riscos e as consequências
do mal uso, por isso precisam ser orientados, sem contar que inúmeras pesquisas
demonstram que o uso excessivo de telas prejudica o desenvolvimento cognitivo
das crianças.
Você deve estar perguntando: quando eles poderão
ter celular? Acreditamos que será em doses homeopáticas, com supervisão e
responsabilidade. A regra será liberdade com responsabilidade e, se isso não
acontecer, terão quando tiverem independência para adquirir seus aparelhos e
pagar a conta.
Se temos tantas restrições com o celular, por que
nossa família está nas redes sociais? Em nenhum momento duvidamos da
importância e da utilidade de um celular; existem conteúdos inspiradores nas
redes, informação de qualidade, profissionais competentes mostrando suas
atividades e serviços que beneficiam a humanidade. O que questionamos é a
capacidade de uma criança ou adolescente de discernir o que é bom e ruim, e
isto se adquire com o tempo.
As crianças não podem trabalhar antes dos 16 anos
de idade, mas podem ficar por horas inertes em frente a uma tela sem movimentar
o corpo e utilizar a mente para criar. Também é recomendado que crianças e
adolescentes não mexam em objetos cortantes ou com panelas no fogão, consumam
bebidas com álcool ou dirijam veículos. O motivo? Porque não é recomendado para
crianças e adolescentes, é arriscado, eles ainda não estão preparados.
O mais importante mesmo é que poupamos nossos
filhos por amor, cuidado, proteção e segurança. O limite é uma forma de amar,
pais que amam dizem não.
Sabemos que, se tivéssemos cometido o erro de
deixar nossos filhos por conta das telas por tempo indeterminado, seria um
grande desafio tirá-los dessa dependência, então recomendamos que os pais que
ainda não o fizeram, façam com cautela e regras claras. Para os que percebem
que o celular afastou seus filhos do próprio convívio familiar, sugiro que
reforcem a dose de amor e de empenho, mostrando que existe uma vida
interessante além da tela. Se não encontrar essa vida para oferecer a seu
filho, ai está um grande presente para o Dia das Crianças. Ofereça o que você
tem de mais precioso: seu tempo.
A infância e a adolescência duram pouco tempo, mas
representam a maior parte do tempo que você passará ao lado deste ser que o
universo lhe presentou para chamar de filho.
Sobre o livro Paiciência
“Desde que a minha primeira filha chegou, comecei a
escrever sobre as experiências vividas, minhas impressões sobre a paternidade,
os desafios e o que tudo isso significava”, explica Geninho Goes. Seis anos
após a primeira adoção, e com a chegada dos irmãos, percebi que as
experiências, embora com algumas semelhanças, eram vividas com mais leveza,
segurança e assertividade. Foi nesse momento que percebi que a vida tinha me
dado um aprendizado prático, e que toda essa experiência poderia transformar a
vida de mais pais e mães, e assim de mais crianças.”
Paiciência se destaca por sua abordagem compassiva e esclarecedora e chama a
atenção para situações cada vez mais comuns: pais e mães ausentes que enfrentam
dificuldades em conciliar suas responsabilidades do dia a dia com a educação
dos filhos, a falta de tempo para o autocuidado, a perda da paciência com as
demandas das crianças, a sobrecarga de tarefas que muitas vezes se concentram
na mãe e ainda a dificuldade de impor limites.
“Conhecendo a realidade das crianças que vivem em
abrigos, principalmente grupos de irmãos e crianças com mais de 6 anos, pensei
que poderia influenciar mais pessoas para a adoção, mas depois percebi que
existe um outro universo, que são as crianças órfãs de pais presentes, filhos
de gente ocupada demais com o trabalho, com o consumo, e que de certa forma
precisa encontrar um tempo para seus filhos”, reflete Goes. “A minha vida e a
do meu companheiro também foram marcadas pela ausência de pai e pela vida dura
da mãe solo. De certa forma, esta obra é um jeito de amenizar uma dor que
vivemos e assim quebrar nossos ciclos, dos nossos filhos e dos leitores.”
Explorando a parentalidade na prática, Paiciência
oferece orientações valiosas de forma despretensiosa e inspira os leitores a
abraçar a paternidade com dedicação e entrega.
“O livro é sobre amor de pai e de mãe, sem rotular
e sem tratar de qualquer gênero. As crianças que estão nos abrigos à espera de
uma família querem mesmo é se sentir amadas, por um papai, uma mamãe, dois
papais, duas mamães, não importa, porque colo, carinho, afeto e abraço não têm
gênero. Se tem uma bandeira que levanto, essa bandeira é a do amor. Faço isso
diariamente, porque o amor cura”, finaliza o autor.
Paiciência – Lições práticas
de uma família inspiradora e nada convencional reforça a importância do amor, da paciência e da paternidade presente.
Diferente de uma abordagem acadêmica, apresenta dicas do mundo real para lidar
com os desafios que todos os pais e cuidadores enfrentam. A obra abrange uma
variedade de tópicos relevantes, como a importância do diálogo, da tolerância e
do respeito mútuo, além de estratégias para lidar com momentos de tensão,
dificuldades na escola e outras situações comuns no cotidiano familiar.
Geninho Goes - empresário multifacetado, escritor, professor e palestrante. Sua trajetória é marcada por participações em programas de televisão, volta ao mundo, cargos importantes e sucesso profissional. Toda essa experiência se revelou um preparo único para sua verdadeira vocação: ser um pai por ofício. Geninho e seu companheiro Duda se tornaram pais de cinco crianças da noite para o dia, inspirando milhares de famílias, mães e pais que buscam o equilíbrio entre casa e trabalho. Ele lidera o movimento inovador Paiciência na Prática, amplamente reconhecido nas redes sociais.
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