terça-feira, 3 de outubro de 2023

Mentoria Virtual: Muita luz, pouca Ação!

Em um mundo onde as redes sociais são o palco principal da vida moderna, uma nova febre parece ter tomado conta dos holofotes digitais: a mentoria online. Todos querem ser mentores, todos buscam mentores, num frenesi de sabedoria compartilhada que, paradoxalmente, parece gerar mais estagnação do que progresso.

Vivemos na era do conhecimento livre e compartilhado, onde um oceano de saberes se abre diante de nossos olhos com um simples clique. Proliferam-se infinitas lives, webinars e workshops prometendo desbloquear o potencial criativo e profissional que, supostamente, jaz adormecido em cada um de nós. Entretanto, será que tanta mentoria tem, de fato, levado a ações concretas e transformações palpáveis? Ou será apenas mais uma cortina de fumaça na grande ilusão digital?

 

Mestres do nada, aprendizes de tudo

Ao analisarmos mais de perto o fenômeno das mentorias online, percebemos uma profusão de “gurus” oferecendo conselhos, dicas, truques e segredos para o sucesso. No entanto, muitos destes autoproclamados mestres nunca pisaram fora do cálido conforto do teórico, do hipotético, do ideal. São profetas do saber, mas não do fazer, mestres da retórica, mas não da prática.

É claro, a transmissão de conhecimento é vital e necessária, mas quando se torna um fim em si mesma, corre-se o risco de criar uma geração de sonhadores improdutivos, de criativos sem criação, de profissionais sem profissão. A ação, a experiência prática, o “aprender fazendo” são deixados em segundo plano, sufocados por uma avalanche de teorias, conceitos e palavras bonitas.

 

A Inércia digital

O excesso de informação e de mentoria parece criar, paradoxalmente, uma paralisia, um estado de inércia digital. É como se, inundados por tantas possibilidades, tantos caminhos e tantas vozes, nos perdêssemos em um mar de indecisão e inação. O potencial criativo e profissional, ao invés de ser liberado, parece ficar ainda mais enclausurado, prisioneiro de um ciclo interminável de aprendizado teórico sem aplicação prática.

 

A chama da ação

A crítica aqui não é à mentoria em si, mas ao desequilíbrio entre o aprender e o fazer, entre o saber e o agir. Precisamos reacender a chama da ação, equilibrar a balança entre a teoria e a prática, entre a mentoria e a experiência. É tempo de colocar a mão na massa, de transformar palavras em atos, de fazer com que o potencial adormecido desperte e se manifeste no mundo real.

É fundamental questionarmos: os conselhos, as dicas, as orientações que recebemos estão sendo convertidos em ações concretas? Estão, realmente, nos levando a um crescimento real e a uma transformação efetiva? Ou estão apenas alimentando nosso ego e nosso intelecto, enquanto nossa capacidade de agir e criar permanece adormecida?

 

Conclusão: equilíbrio e transformação

A mentoria online tem seu valor e seu lugar, mas não pode substituir ou obscurecer a importância da ação e da experiência prática. É preciso equilibrar o saber e o fazer, transformar o potencial em poder, a teoria em prática, a mentoria em ação. Só assim poderemos, verdadeiramente, deslanchar nossos potenciais criativos e profissionais e construir um futuro mais rico, mais diverso e mais autêntico.

É o momento de sermos não apenas aprendizes e mestres do saber, mas também agentes e arquitetos da transformação. É o tempo de transcendermos a mentoria virtual e abraçarmos a ação real. É a hora de transformarmos não apenas nossas mentes, mas também nosso mundo

 

Francisco Carlos - CEO Mundo RH


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