Para
incentivar o ingresso de mulheres nesses cursos, professores se empenham em
organizar palestras, oficinas, encontros e minicursos inspiradores
Assim que a Faculdade de Tecnologia do Estado (Fatec) Registro recebeu seus primeiros alunos, em março de 2022, Fred Barbosa, coordenador do curso de Desenvolvimento de Software Multiplataforma (DSM), criou um evento que deveria entrar para o calendário da unidade: a ideia era mostrar a todas as meninas e mulheres do Vale do Ribeira que a área de tecnologia da informação era, sim, para elas.
E “Para” é justamente o nome do evento, que já mostrou sua força na segunda edição, realizada em agosto, quando 50 jovens mulheres lotaram o teatro da cidade para ouvir depoimentos inspiradores. São as alunas que organizam o espaço, preparam os slides e vídeos a serem apresentados.
“Ainda existe essa noção de que o curso de Tecnologia da Informação é majoritariamente masculino”, diz o professor, que trabalha nos bastidores do evento, por exemplo, convidando palestrantes – mulheres bem sucedidas nessa área.
Espaço maior em 2024
“Embora em menor número, as estudantes da unidade apresentam os melhores resultados”, conta Barbosa. Esses dados foram apresentados no evento deste ano, ao lado de projetos, intercâmbios e tudo o que elas desenvolveram. Estiveram presentes uma representante da WallMakersCode, considerado o maior grupo de fomento à inclusão de mulheres na América Latina, ao lado de profissionais de empresas de tecnologia, como Huawei e Oracle.
Para 2024, as alunas e o coordenador já estão pensando em um lugar maior para acomodar o número de interessadas, que vem crescendo. O evento tem data marcada: 25 de agosto. “O ‘Para ´ já compõe o nosso calendário oficial e disso nós não abrimos mão”, conclui o professor.
Levando incentivo de escola em escola
Para incentivar o ingresso de mulheres na área de Tecnologia da Informação, Grace Anne Pontes Borges vai na raiz da questão: percorre escolas públicas e particulares, do centro e da periferia, do Ensino Fundamental e do Ensino Médio mostrando às alunas essa possibilidade de profissão. “O número de meninas ingressantes na área de TI é muito baixo, são poucas mulheres na universidade”, conta a professora do curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas (ADS) da Fatec São Paulo.
O trabalho, batizado de Fatech Girls, começou em 2017 e acabou interrompido pela pandemia de Covid-19. Agora ela retoma, ao lado, principalmente, de duas ex-alunas, Michelli Ingrid dos Santos Silva e Roberta Cristina Ruedas Martins, engajadas na causa de Grace. Outros estudantes também colaboram, ainda que de forma mais esporádica nas visitas e palestras nas escolas.
Recursos alternativos em escolas
Onde há uma boa infraestrutura, o trio se vale dos computadores para envolver as meninas com aulas de programação e jogos de lógica. Mas ninguém se intimida diante de uma escola sem equipamentos tecnológicos. Palestras e minicursos também são válidos para atrair as meninas para uma área que elas nem sempre veem como opção.
Esta semana, quando acontece a maratona de programação InterFatecs, Gracie leva as alunas para disputar a final que acontece no sábado, dia 7, na Fatec Praia Grande, na Baixada Santista, integrando uma turma de 160 estudantes de Fatecs.
O encontro deste ano do Para , da Fatec Registro, reuniu profissionais de destaque na área de Tecnologia Foto: Gustavo Wandalen |
Centro Paula Souza
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