sexta-feira, 27 de outubro de 2023

Câncer infantil exige atenção redobrada e acesso a cuidados especializados

Descoberta tardia da doença, dificuldade de acesso a centros especializados, a recursos de diagnóstico preciso e às novas terapias são desafios para o tratamento

 

A Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOPE) chama a atenção para a necessidade de avanços no cenário do câncer infantojuvenil, doença que responde pela a primeira causa de morte por doenças em crianças no País. O Brasil enfrenta desafios no que diz respeito à descoberta tardia e dificuldades de acesso a centros especializados, a recursos de diagnóstico preciso e às novas terapias. 

O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que no triênio 2023/2025 ocorrerão, a cada ano, 7.930 novos casos de câncer em crianças e jovens de 0 a 19 anos de idade. Cerca de 80% dos pacientes têm boas chances de cura, principalmente quando o diagnóstico é precoce. 

“O Brasil precisa avançar muito neste ponto, temos que diagnosticar o câncer ainda em suas fases iniciais e garantir acesso a centros de tratamento especializados”, afirma o Dr. Neviçolino de Carvalho, oncologista pediátrico e presidente da SOBOPE. 

O especialista explica que o pediatra da assistência primária tem em suas mãos a responsabilidade de fazer o diagnóstico oportuno, valorizando as queixas de pais e cuidadores e pensando na possibilidade de diagnóstico de câncer. “O olhar cuidadoso nesta etapa é essencial”, afirma. 

Além dos pais, médicos, familiares, professores e todos que convivem com a criança e o adolescente devem estar atentos para notar sinais que podem indicar a doença: manchas arroxeadas na pele (hematomas), caroços pelo corpo (ínguas), febre, vômitos, dor de cabeça persistente, dores ósseas e inchaços nos membros. 

“Quando se trata de crianças, batemos muito neste ponto de que é preciso reconhecer a doença o quanto antes e agir, buscar o diagnóstico precocemente para que o tratamento se inicie mais rápido, ampliando as chances de desfecho positivo para o paciente”, afirma o presidente da SOBOPE. 

Após o diagnóstico é fundamental que a criança receba suporte da família, dos amigos e da comunidade escolar, o que traz um impacto relevante para a recuperação. “É um trabalho conjunto, dos primeiros sinais ao último dia de tratamento. Inclusive após o período terapêutico, o acompanhamento e os cuidados continuam. A luta é de todos”, conclui.

 

SOBOPE


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