Descoberta tardia da doença,
dificuldade de acesso a centros especializados, a recursos de diagnóstico preciso e às novas
terapias são desafios para o tratamento
A Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOPE) chama a
atenção para a necessidade de avanços no cenário do câncer infantojuvenil,
doença que responde pela a primeira causa de morte por doenças em crianças no
País. O Brasil enfrenta desafios no que diz respeito à descoberta tardia e
dificuldades de acesso a centros especializados, a recursos de diagnóstico
preciso e às novas terapias.
O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que no triênio
2023/2025 ocorrerão, a cada ano, 7.930 novos casos de câncer em crianças e
jovens de 0 a 19 anos de idade. Cerca de 80% dos pacientes têm boas chances de
cura, principalmente quando o diagnóstico é precoce.
“O Brasil precisa avançar muito neste ponto, temos que
diagnosticar o câncer ainda em suas fases iniciais e garantir acesso a centros
de tratamento especializados”, afirma o Dr. Neviçolino de Carvalho, oncologista
pediátrico e presidente da SOBOPE.
O especialista explica que o pediatra da assistência primária tem
em suas mãos a responsabilidade de fazer o diagnóstico oportuno, valorizando as
queixas de pais e cuidadores e pensando na possibilidade de diagnóstico de
câncer. “O olhar cuidadoso nesta etapa é essencial”, afirma.
Além dos pais, médicos, familiares, professores e todos que
convivem com a criança e o adolescente devem estar atentos para notar sinais
que podem indicar a doença: manchas arroxeadas na pele (hematomas), caroços
pelo corpo (ínguas), febre, vômitos, dor de cabeça persistente, dores ósseas e
inchaços nos membros.
“Quando se trata de crianças, batemos muito neste ponto de que é
preciso reconhecer a doença o quanto antes e agir, buscar o diagnóstico
precocemente para que o tratamento se inicie mais rápido, ampliando as chances
de desfecho positivo para o paciente”, afirma o presidente da SOBOPE.
Após o diagnóstico é fundamental que a criança receba suporte da
família, dos amigos e da comunidade escolar, o que traz um impacto relevante
para a recuperação. “É um trabalho conjunto, dos primeiros sinais ao último dia
de tratamento. Inclusive após o período terapêutico, o acompanhamento e os
cuidados continuam. A luta é de todos”, conclui.
SOBOPE
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