Primeiras
oportunidades profissionais trazem o contato inicial com a remuneração e
sensação de independência, mas é importante criar bons hábitos desde cedo para
fazer o dinheiro render A
preocupação com a organização das despesas deve
vir juntamente com a primeira
oportunidade profissional
Créditos: Freepik
Para muitas pessoas, a carreira profissional
começa com um estágio ou o ingresso no Programa de Aprendizagem. Somente
no primeiro semestre de 2023, o Centro de Integração Empresa-Escola do Paraná
(CIEE/PR) registrou 21.181 novos contratos de estágio e 4.064 para jovens
aprendizes. Com a oportunidade no mundo do trabalho começa também o primeiro
contato com a remuneração por meio da bolsa-auxílio, no caso dos estagiários,
ou do salário para os aprendizes.
O professor de filosofia, especialista em educação
financeira e instrutor do CIEE/PR, Andrey Gonçalves Correia, destaca que a
preocupação com a organização das despesas deve vir juntamente com a primeira
oportunidade profissional. "Aquele jovem que começa a poupar desde cedo,
criando bons hábitos, terá mais segurança e condições de conquistar seus bens
de forma segura e sem se prejudicar no futuro." Confira outras dicas do
especialista para aproveitar melhor sua renda:
1- Entenda o que é a sua
remuneração
O dinheiro que você ganha no final do mês
representa o tempo que dedicou à sua atividade. “É notável que a maioria das
pessoas se surpreende por nunca ter pensado dessa forma. Essa reflexão pode
ajudar a mudar a avaliação, ao perceber que tudo o que é comprado exigiu
esforço para ser conquistado, então utilizar o dinheiro com mais responsabilidade
é o caminho", afirma o especialista.
2- Se planeje antecipadamente
Você pode fazer isso no papel ou em uma planilha
digital; o importante é planejar seus gastos e economias. Quando receber sua
remuneração, registre o valor ganho, todos os gastos realizados e a quantia que
pretende poupar. Dessa forma, no fim do mês, terá uma visão clara de seus
gastos mensais e estará preparado para o próximo período.
3- Decida o que é
“necessidade, desejo e impulso”
Ao avaliar um gasto, questione se é uma necessidade,
um desejo ou uma compra por impulso. O objetivo é eliminar o maior número
possível de despesas por impulso, priorizar as necessidades e planejar as
compras desejadas. Considere criar uma conta poupança se estiver planejando
adquirir algo que requer um investimento financeiro mais significativo.
4- Entenda métodos para
economizar
Não existe um único jeito para poupar dinheiro. Há
muitas maneiras de fazer isso, e cada uma se adequa a realidade de cada pessoa.
Um dos métodos mais comuns é o “50/30/20”. Por meio dele, destina-se 50% do
salário líquido para gastos fixos, reserva-se 30% para suas compras de desejo
e, por fim, aloca-se 20% para uma reserva de emergência. “Alguns especialistas
recomendam que a reserva de emergência seja equivalente a pelo menos seis meses
de sua remuneração. Isso garante que, caso você saia da sua atividade atual ou
tenha um contrato encerrado, terá recursos para se manter por até seis meses,
cobrindo principalmente os gastos essenciais”, completa o instrutor.
5- Atenção ao cartão de
crédito e aos juros
Quando você usa o cartão de crédito, não está
usando seu próprio dinheiro, mas, sim, o dinheiro do banco. O limite que é
disponibilizado para você é uma forma de empréstimo que ele conta com o
pagamento que, se não for pago, resultará em cobrança de “juros sobre juros”.
“Isso acontece quando as pessoas percebem como é fácil se endividar e não
quitar a fatura, o que leva a um acúmulo para o próximo mês e cria a temida
‘bola de neve’”, afirma Correia.
6- Invista para o futuro
Muitas pessoas têm o objetivo de investir uma parte
do dinheiro que recebem. Diversas instituições financeiras demonstram que é
possível investir a partir de 50 reais por mês, ou até menos. “Vale a pena
pesquisar com um profissional na área financeira e buscar informações cada vez
mais sobre as modalidades que se adequam ao seu perfil e objetivos para uma
vida financeira mais saudável”, destaca.
Dica Bônus: nunca é tarde para
começar
É comum que jovens que estão começando sua carreira
busquem essas dicas, mas nada impede que pessoas com mais experiência tentem
encontrar formas para melhorar suas finanças pessoais.
“Quando falamos de educação financeira, ou finanças
pessoais, não podemos desconsiderar que cada indivíduo é único, e cada situação
é particular. Não existe uma fórmula pronta, mas, sem dúvida, o acesso à
informação, ao conhecimento e à reflexão pode ser de grande auxílio”, finaliza
o especialista.
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