O aleitamento materno pode marcar um
período difícil para mães e bebês, impactando na saúde física e emocional de
ambos
Nas redes sociais, é cada vez mais
comum encontrar mulheres que acabaram de se tornar mães relatando as suas
experiências com a amamentação. Mesmo que palavras como “dificuldade” e “dor”
sejam comuns em suas falas, as declarações, em geral, acabam por ressaltar a
importância da amamentação. Para os bebês, por exemplo, nutrição e hidratação
adequadas, fortalecimento dos fatores imunológicos e auxílio no desenvolvimento
saudável do neonato são apenas alguns dos inúmeros benefícios do aleitamento
materno.
Isso ocorre porque, apesar de ser um processo natural, uma mulher amamentar o
seu bebê que acabou de nascer, essa fase da vida materna gera uma série de
dúvidas e questões que podem se tornar transtornos caso não sejam devidamente
sanadas.
Conforme aponta Claudia Barbosa, enfermeira e docente do Senac São Paulo, há
muitos casos de mulheres que não dispõem das informações adequadas no período
de pré-natal e chegam ao puerpério despreparadas. “É cada vez mais necessário
cuidar da gestante no período pré-natal. Nesse momento é possível fazer
orientações à futura lactante e avaliar fatores fisiológicos como, por exemplo,
cirurgias mamárias anteriores que exigem mais atenção, além de fatores
emocionais”, explica a profissional que é membro do Grupo de Ensino e Pesquisa
em Pós-parto e Aleitamento Materno da Escola Paulista de Enfermagem da
Universidade Federal de São Paulo (Gepam - EPE – Unifesp).
Neste sentido, o combate à falta de informação é fundamental na medida em que
ela leva a uma série de problemas na condução da amamentação, tornando o
processo muito desgastante para mães e bebês. Entre os problemas mais comuns,
constam as lesões ou fissuras mamilares, a presença de dor ou a diminuição da
oferta da mama. Além disso, outra dor de cabeça é o manejo incorreto do lactente
durante a mamada, uma vez que o posicionamento incorreto do bebê no peito da
mãe pode provocar machucados e muita dor, tornando aquele momento desagradável.
Como forma de driblar essa situação, muitas mães recorrem à introdução de
fórmulas lácteas e uso de bicos artificiais, em decisões que ocasionam,
eventualmente, um desmame precoce. Muito embora cada caso deva ser analisado
individualmente para que o melhor seja feito tanto para as mães como para os
bebês, há alguns passos que ajudam a tornar essa importante fase mais tranquila
para os dois, como por exemplo: ter uma rede de apoio.
Poder contar com pessoas que apoiem a amamentação é uma grande contribuição
para mães e bebês. “Ter uma rede de apoio solidária, informada e capacitada
pode fazer uma grande diferença, contribuindo com esclarecimentos acerca do
aleitamento, auxiliando na autoeficácia materna”, comenta Claudia.
De acordo com Aline Ornelas, enfermeira e docente do Senac São Paulo, além de
pessoas próximas, sejam elas amigos ou familiares, os profissionais de saúde
também devem integrar a rede de apoio. Esses especialistas oferecem auxílio às
mães no que se refere ao manejo e pega adequada e também podem fazer uma
avaliação criteriosa e direcionar um atendimento individualizado. “O auxílio profissional
pode contribuir de forma positiva no processo de amamentação. O SUS (Sistema
Único de Saúde), por exemplo, oferece este serviço nos bancos de leite humano
(BLH) e UBS’s do município”, indica Aline, que tem especialização em UTI
pediátrica e neonatologia.
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