No Dia Mundial do Idoso, celebrado em 01 de outubro, especialista do CEJAM explica causas e como prevenir o problema nessa fase da vida
Muitos dizem que a depressão é o mal do século e,
de fato, essa condição psiquiátrica pode surgir frequentemente sem aviso
prévio, acarretando diversas consequências para a saúde. Devido à sua natureza
multifacetada, é comum que ela afete não apenas o aspecto psicológico, mas
também a saúde física, o funcionamento cognitivo e as interações sociais das
pessoas diagnosticadas.
Embora saibamos que, em geral, as doenças não fazem
distinção, quando se trata da depressão, podemos dizer que ainda existem grupos
mais suscetíveis a experimentar esses sintomas e muitas vezes de forma mais
intensa. É o caso dos idosos, cuja faixa etária os torna particularmente
vulneráveis.
Um estudo recente realizado por pesquisadores da
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) afirma que mais de um terço dos
adultos mais velhos e idosos brasileiros apresentam sintomas depressivos. Outro
ponto de atenção é o de que a presença da doença é quatro vezes mais comum
entre aqueles idosos que se sentem solitários.
"Os idosos têm uma maior propensão a vivenciar
esse quadro devido à situação de vulnerabilidade social, às limitações
decorrentes de diferentes doenças e ao sentimento de inutilidade que podem
carregar, por precisarem de apoio em funções que antes realizavam
sozinhos", afirma Solange Pinto, assistente social especialista em
gerontologia da UBS Jardim Maracá, gerenciada pelo CEJAM - Centro de Estudos e
Pesquisas "Dr. João Amorim" em parceria com a Secretaria Municipal da
Saúde de São Paulo.
Fatores como a perda da autonomia nas atividades diárias,
que passa a se refletir em vários níveis, dificuldades para dormir, problemas
de memória e o uso de diferentes medicamentos que podem causar sintomas
depressivos também influenciam diretamente o surgimento do transtorno.
Ademais, o envelhecimento traz outra série de
desafios que intensificam mais esses sentimentos, como a perda de entes
queridos e a diminuição das atividades sociais, que perdem a frequência vivida
na juventude. Além do isolamento, que passa a ser mais comum nessa fase da
vida.
Ainda de acordo com os pesquisadores da Unicamp, o
risco de desenvolver depressão dobra pelo simples fato de o idoso morar
sozinho. "Quando o idoso não tem com quem conversar ou realizar suas
atividades, há um grande impacto em sua saúde e bem-estar. Isso o deixa triste,
faz com que ele não queira sair de casa e, em muitos casos, leva à desistência
de seus tratamentos de saúde, o que pode complicar ainda mais toda a
situação", explica a assistente social.
Fique atento aos sinais:
Geralmente, é comum que o idoso apresente alguns
sinais que indicam que algo está errado. Todos eles devem ser levados a sério e
servir de alerta para a busca de ajuda profissional:
- Apatia;
- Diferentes
queixas de saúde, que não levam a nenhum diagnóstico;
- Falta
de interesse pelas coisas que antes gostava;
- Isolamento
e diminuição cada vez maiores nas interações sociais;
- Permanecer
deitado por longos períodos;
- Alterações
no sono e no apetite.
É possível prevenir:
A especialista Solange afirma que, para evitar o surgimento da depressão nesse grupo, é crucial, antes de tudo, oferecer atenção e tempo de lazer. "Além disso, é fundamental incentivá-los a participar de diversos grupos e atividades na comunidade em que residem, assim como a manter uma rotina regular de consultas médicas”, finaliza.
CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”
@cejamoficial
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