No Dia Mundial do Coração (29/9),
especialistas reforçam a importância do diagnóstico precoce para evitar o
acúmulo de gordura nas artérias, a principal causa de mortes no Brasil
A doença arterial coronariana (DAC) atinge mais de 4
milhões de brasileiros e é a principal causa de óbito no país. Consequência do depósito de placas de
gorduras (placas de aterosclerose) nas artérias do coração, pode permanecer
silenciosa durante anos antes de manifestar os primeiros sintomas.
Segundo a dra. Fernanda Erthal, cardiologista da Dasa,
a maior rede de saúde integrada do Brasil e que conta com o laboratório
Bronstein, os níveis altos de colesterol favorecem o surgimento dessa
patologia. “Um dos fatores de risco para o desenvolvimento das doenças
cardiovasculares é o colesterol elevado no sangue, que pode aumentar a chance
de evolução da doença arterial coronariana, de infarto e de acidente vascular
cerebral (AVC)”, enfatiza.
A médica conta que o tratamento da enfermidade e suas
complicações envolve mudanças de hábito para alterar os fatores de risco que
podem ser prevenidos. “De forma prática, podemos dividir os fatores de risco em
modificáveis, que podem ser alterados ou controlados; e não modificáveis,
intrínsecos à pessoa, como a história familiar e o perfil genético. Os
principais elementos modificáveis são aqueles associados ao estilo de vida
(sedentarismo, tabagismo e uma dieta não saudável, ou seja, rica em gorduras
saturadas, sal e açúcares) e aqueles que podemos e devemos tratar, como
hipertensão arterial, colesterol alto, diabetes e obesidade”, ressalta a
especialista.
Quando dosar o colesterol: prevenção e diagnóstico
precoce
Segundo a dra. Rosita Fontes, endocrinologista do
Bronstein, a idade em que se deve começar a fazer a avaliação do colesterol
pode mudar dependendo de vários fatores, como o histórico médico pessoal e
familiar e as condições de saúde individuais. O exame inicial para avaliar o
colesterol e outras gorduras no sangue é o perfil lipídico, que alguns
denominam lipidograma.
“Nas crianças, o colesterol deve ser medido entre 9 e
12 anos, antes da adolescência. Se os
pais tiverem obesidade, diabetes, colesterol alto, doença
cardiovascular prematura (quando a patologia acontece, nos pais, aos 55 anos ou
menos e, nas mães, aos 65 anos ou menos) ou outros dados que levem à suspeita
de que tenham colesterol alto, é recomendado dosar as taxas de colesterol das
crianças mais precocemente, entre 2 e 8 anos”, diz a dra. Rosita.
A partir de 12 anos, é realizado novamente o perfilo
lipídico, caso haja história familiar positiva ou novo fator de risco. Nos
adultos com mais de 20 anos, recomenda-se dosar o colesterol a cada cinco anos
ou em intervalos menores para quem tem casos na família ou alguma comorbidade,
conforme a avaliação do médico assistente.
“Outros exames também podem ser solicitados conforme a
avaliação de cada caso, como a lipoproteína A, a apolipoproteína A-I e a
apolipoproteína B. Mais recentemente, um novo teste, denominado CARDIO-ID, que
faz uma análise mais detalhada dos exames contidos no perfil lipídico, também
pode ser prescrito”, detalha a especialista, que reforça que, em qualquer
idade, se alguma alteração for detectada, o tratamento deverá ser instituído e
o paciente precisa ser acompanhado por meio de exames de controle periódicos.
Para aqueles que possuem algum fator de risco, existe
ampla gama de testes, incluindo o escore de cálcio, a angiotomografia das
artérias coronárias, o teste ergométrico, a cintilografia de perfusão
miocárdica, a ressonância magnética do coração com estresse, o ecocardiograma
com estresse e a angiografia coronariana invasiva.
“A DAC pode evoluir de forma silenciosa. Uma pessoa que infarta
aos 60 anos, por exemplo, começou a desenvolver placas de aterosclerose muito
antes disso. Dessa forma, o diagnóstico precoce
da DAC, ainda em seus estágios iniciais, tem o potencial de retardar a
progressão da doença e reduzir riscos futuros”, salienta a dra. Rosita.
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