quarta-feira, 27 de setembro de 2023

Aterosclerose: risco silencioso é responsável por 12% de mortes no País

No Dia Mundial do Coração (29/9), especialistas reforçam a importância do diagnóstico precoce para evitar o acúmulo de gordura nas artérias, a principal causa de mortes no Brasil   

 

A doença arterial coronariana (DAC) atinge mais de 4 milhões de brasileiros e é a principal causa de óbito no país.  Consequência do depósito de placas de gorduras (placas de aterosclerose) nas artérias do coração, pode permanecer silenciosa durante anos antes de manifestar os primeiros sintomas.   

Segundo a dra. Fernanda Erthal, cardiologista da Dasa, a maior rede de saúde integrada do Brasil e que conta com o laboratório Bronstein, os níveis altos de colesterol favorecem o surgimento dessa patologia. “Um dos fatores de risco para o desenvolvimento das doenças cardiovasculares é o colesterol elevado no sangue, que pode aumentar a chance de evolução da doença arterial coronariana, de infarto e de acidente vascular cerebral (AVC)”, enfatiza.     

A médica conta que o tratamento da enfermidade e suas complicações envolve mudanças de hábito para alterar os fatores de risco que podem ser prevenidos. “De forma prática, podemos dividir os fatores de risco em modificáveis, que podem ser alterados ou controlados; e não modificáveis, intrínsecos à pessoa, como a história familiar e o perfil genético. Os principais elementos modificáveis são aqueles associados ao estilo de vida (sedentarismo, tabagismo e uma dieta não saudável, ou seja, rica em gorduras saturadas, sal e açúcares) e aqueles que podemos e devemos tratar, como hipertensão arterial, colesterol alto, diabetes e obesidade”, ressalta a especialista.  

  

Quando dosar o colesterol: prevenção e diagnóstico precoce     

Segundo a dra. Rosita Fontes, endocrinologista do Bronstein, a idade em que se deve começar a fazer a avaliação do colesterol pode mudar dependendo de vários fatores, como o histórico médico pessoal e familiar e as condições de saúde individuais. O exame inicial para avaliar o colesterol e outras gorduras no sangue é o perfil lipídico, que alguns denominam lipidograma.    

“Nas crianças, o colesterol deve ser medido entre 9 e 12 anos, antes da adolescência. Se os pais tiverem obesidade, diabetes, colesterol alto, doença cardiovascular prematura (quando a patologia acontece, nos pais, aos 55 anos ou menos e, nas mães, aos 65 anos ou menos) ou outros dados que levem à suspeita de que tenham colesterol alto, é recomendado dosar as taxas de colesterol das crianças mais precocemente, entre 2 e 8 anos”, diz a dra. Rosita.    

A partir de 12 anos, é realizado novamente o perfilo lipídico, caso haja história familiar positiva ou novo fator de risco. Nos adultos com mais de 20 anos, recomenda-se dosar o colesterol a cada cinco anos ou em intervalos menores para quem tem casos na família ou alguma comorbidade, conforme a avaliação do médico assistente.    

“Outros exames também podem ser solicitados conforme a avaliação de cada caso, como a lipoproteína A, a apolipoproteína A-I e a apolipoproteína B. Mais recentemente, um novo teste, denominado CARDIO-ID, que faz uma análise mais detalhada dos exames contidos no perfil lipídico, também pode ser prescrito”, detalha a especialista, que reforça que, em qualquer idade, se alguma alteração for detectada, o tratamento deverá ser instituído e o paciente precisa ser acompanhado por meio de exames de controle periódicos.     

Para aqueles que possuem algum fator de risco, existe ampla gama de testes, incluindo o escore de cálcio, a angiotomografia das artérias coronárias, o teste ergométrico, a cintilografia de perfusão miocárdica, a ressonância magnética do coração com estresse, o ecocardiograma com estresse e a angiografia coronariana invasiva.     

“A DAC pode evoluir de forma silenciosa. Uma pessoa que infarta aos 60 anos, por exemplo, começou a desenvolver placas de aterosclerose muito antes disso.Dessa forma, o diagnóstico precoce da DAC, ainda em seus estágios iniciais, tem o potencial de retardar a progressão da doença e reduzir riscos futuros”, salienta a dra. Rosita.   


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