O período de pandemia que vivenciamos intensificou o uso das telas e tecnologias, pois, por medidas de saúde, se tornou o meio de contato das crianças e adolescentes com as escolas e única forma de socialização por um longo momento. É de se entender que, a partir dessa visão, as famílias possam ter um certo receio de que a retomada às salas esteja ocorrendo exatamente como se via dentro de casa, em que estudantes ficavam 100% do tempo de aula conectados a uma tela.
Mas é importante destacar que o uso da tecnologia hoje nas escolas vai muito além
da exposição a telas e de um uso intensivo do digital. Ela aparece como uma
ferramenta pedagógica de apoio e potencialização ao processo de aprendizagem e,
vale ressaltar, com uma intensidade menor, em comparação ao que aconteceu
naquele período.
Ao nos depararmos com receios familiares do uso da tecnologia em sala de aula,
ou até refletirmos sobre a questão, vale nos provocarmos sobre o quanto a
tecnologia é usada no nosso dia a dia. O quanto as famílias a utilizam? E vale
questionar, também, o quanto esse uso é feito de forma consciente,
influenciando de maneira positiva as ações das crianças e adolescentes. Sabemos
que esses são recursos dos quais não podemos mais dissociar da nossa vida. E, a
partir disso, vale refletir de maneira conjunta entre famílias, escolas e
estudantes se a preocupação é apenas com a proibição de algo que já está
inserido de uma maneira sem volta ou se diz respeito ao uso consciente e
moderado da tecnologia na educação.
Acreditamos que o uso da tecnologia na educação traz inúmeros benefícios. Mas,
para isso, é importante que ela seja implementada conscientemente e com
intencionalidade pedagógica, de modo a potencializar a jornada de cada
estudante, melhorar o processo de aprendizagem coletivo e facilitar rotinas, de
forma balanceada com as relações, interações e dinâmicas em classe. Não basta
inserir a tecnologia pela tecnologia, pois tal movimento não irá causar
inovação ou evolução no processo de aprendizagem e poderá surtir outros tipos
de efeitos e abordagens. Tal qual em nossas vidas pessoais, é preciso um uso
moderado, consciente e não prejudicial desses recursos.
Na educação, não se trata, portanto, de substituir integralmente papéis,
canetas, trabalhos manuais e atividades “mão na massa” por um dispositivo. Mas,
sim, de fazer a inserção gradual e consciente de ferramentas digitais em sala
de aula que possam servir de suporte a tais práticas e dosar os recursos com o
propósito de promover o desenvolvimento de múltiplas linguagens, habilidades e
competências. É nesse contexto, intencional e focado no desenvolvimento
personalizado de cada estudante, que se propõe um ensino híbrido.
Se bem implementado, ele pode ser um caminho viável e produtivo para a
educação, pois tem como benefícios otimizar o tempo de sala de aula,
potencializar o processo de ensino e aprendizagem e desenvolver a autonomia dos
estudantes. E essa integração de tecnologia e educação não partiu da
experiência com a pandemia, mas já é tema debatido e estudado há muito tempo no
cenário educacional. Anos antes, docentes e pesquisadores já escreviam sobre o
ensino híbrido e suas potencialidades para a educação (Lilian Bacich, Adolfo
Neto e Fernando Trevisani).
Por mais
que quiséssemos associar o termo ensino híbrido ao que vivemos durante a
pandemia, é preciso esclarecer que o que ocorreu, na verdade, não pode ser
considerado como ensino híbrido, mas, sim, uma adaptação diante do desafio que
estávamos passando. E que por uma questão de necessidade e segurança neste
contexto em que não tínhamos a possibilidade de realizar interações
presenciais, construções e dinâmicas em grupos nem podíamos aproximar o docente
com a turma, a tecnologia foi utilizada de modo muito mais intensivo do que
propomos habitualmente em sala de aula.
E mesmo no momento seguinte de retomada gradual às escolas, com uma parte da
turma em casa e outra parcela na escola, o ensino híbrido foi aplicado de
maneira adaptada, sem representar realmente o que ele é. Para além da potencialização
da aprendizagem, o ensino híbrido é, também, uma nova forma de pensar a
educação, uma mudança de mentalidade, em que se integram tecnologia e intenção
pedagógica para possibilitar que cada estudante alcance seu potencial.
E foi pensando justamente em evoluir para a aprendizagem híbrida da maneira que
acreditamos ser a mais eficiente e que traz melhores resultados no ensino que
nós, da Geekie, desenvolvemos o Geekie One. Seguindo o nosso DNA de inovação e
pioneirismo no uso da tecnologia para a educação, nós desenvolvemos e
integramos uma plataforma digital com momentos práticos de vivências e
experiências de construção do conhecimento pelos estudantes. Aliando a
intencionalidade pedagógica aos objetivos de aprendizagem planejados para serem
alcançados pelos docentes, nossa tecnologia integra o processo para gerar
visibilidade, conexão e uma aprendizagem ativa e personalizada.
Mas, reforçamos, que a adoção do Geekie One por uma escola não representa que
as aulas serão 100% diante das telas e que estudantes estarão simplesmente
trocando livros e cadernos por um dispositivo. Pelo contrário, nossa proposta
pedagógica incentiva os educadores a alcançarem uma nova era da educação
promovendo uma aprendizagem ativa, conectada, visível e personalizada.
Assim, combinamos um material didático digital e físico (na educação infantil e
anos iniciais do ensino fundamental) com o uso de dados para dar visibilidade à
aprendizagem de cada estudante, com propostas de práticas ativas, diálogos,
rodas de conversa, experimentos, rotinas de pensamento e atividades “mão na
massa”. Dessa forma, podemos apoiar nossos docentes e direcionar os estudantes
para que eles possam trilhar seus próprios caminhos rumo ao conhecimento e
preparação para o futuro.
Carolina Brant - Diretora Pedagógica da Geekie (www.geekie.com.br). Fundada
em 2011, a empresa de educação é referência em inovação e tecnologia e já
alcançou mais de cinco mil escolas públicas e privadas e 12 milhões de
estudantes de todo o país. A especialista foi professora de Educação Digital e
idealizou e implementou a disciplina de Educação Digital no Geekie One. Formada
em Direito, Carolina também cursou o programa de Social-Emotional Learning pela
Rutgers School e certificou-se em Instrução Diferenciada pela Escola de
Educação de Harvard.
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