quinta-feira, 10 de agosto de 2023

Distúrbios do sono: mais do que um bom colchão e travesseiro, é essencial diagnóstico e tratamento adequados

Médico do Hospital Paulista alerta para consequências que a falta de um descanso de qualidade pode causar à saúde, como depressão e problemas cardíacos

 

Investir em um colchão de molas ensacadas, travesseiro de plumas e edredom de algodão nem sempre é garantia de um repouso de qualidade. Os chamados “distúrbios do sono” requerem cuidados que não dependem tanto de conforto, mas sim de diagnóstico e tratamento.

Quanto antes identificadas as causas, menores são as chances de o corpo sofrer as consequências que o excesso de noites mal dormidas pode causar ao longo dos anos. "Mais do que estresse, fadiga e indisposição, os distúrbios do sono têm uma correlação muito forte com a depressão e doenças do coração", alerta o otorrinolaringologista e especialista em sono do Hospital Paulista, Dr. Lucas Padial.

O especialista explica que a insônia e a apneia obstrutiva do sono são as anomalias mais recorrentes entre a população. "A insônia tem um componente mais neurológico, muito associado à ansiedade, e a apneia do sono, por sua vez, um componente mais respiratório, que decorre, sobretudo, da anatomia da garganta e do palato”, explica.

Dependendo do tamanho ou do formato, segundo ele, isso pode obstruir a passagem de ar nas vias respiratórias. "No caso da insônia, a avaliação clínica costuma já ser o suficiente para identificá-la e definir o tratamento. Entre as alternativas mais usuais estão a terapia cognitivo comportamental (TCC) e a terapia farmacológica", afirma Dr. Lucas.

No caso da apneia do sono, especificamente, o médico explica que o exame de polissonografia é essencial para a confirmação do diagnóstico. O procedimento avalia a qualidade do sono e mede as atividades respiratória, muscular e cerebral.

"A polissonografia faz o registro das variáveis fisiológicas durante o sono, como atividade elétrica cerebral, movimento dos olhos, tônus muscular, fluxo de ar oral e nasal, esforço respiratório, movimentos de pernas e oxigenação do sangue (oximetria). Isso nos dá todos os elementos necessários para a definição do tratamento, que geralmente combina fisioterapia e uso do CPAP”, ressalta o especialista.

Atividade física

Seja insônia, apneia ou as demais anomalias que afetam o nosso sono, o médico destaca que a atividade física é comprovadamente eficaz para reduzir os seus efeitos negativos sobre o corpo.

"A prática regular de atividades físicas atua em conjunto com fatores que estão diretamente ligados ao bom funcionamento do nosso sistema respiratório. Isso ajuda no controle de peso e na melhora da qualidade do sono e aumenta a força dos músculos envolvidos na respiração”, finaliza Dr. Lucas.

Números

De acordo com estudos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), atualmente, 72% dos brasileiros sofrem de doenças relacionadas ao sono. A insônia é a principal.

Hábitos contemporâneos, como a exposição quase ininterrupta a telas (da TV ao celular) e má alimentação (comida pesada e salgados, como lanches e pizzas à noite), e sedentarismo são apontados como elementos que colaboram para a perda da qualidade do sono.



Hospital Paulista de Otorrinolaringologia

 

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