Pedagoga explica
como trabalhar com o digital na rotina dos alunos sem afetar o ensinoShutterstock
Recentemente, a decisão feita pelo governo de São
Paulo de disponibilizar livros digitais nas escolas estaduais pegou a
comunidade educativa de surpresa. Nas últimas semanas, porém, o governador
Tarcísio de Freitas recuou na decisão e disse que o estado vai disponibilizar o
material didático de forma impressa e digital, ficando a critério do aluno
escolher.
Em paralelo, um relatório divulgado pela
Organização das Nações Unidas (ONU), mostra as preocupações sobre o uso
excessivo de smartphones nas escolas. De acordo com a explicação da organização
para ‘Educação, Ciência e Cultura Unesco’, o uso excessivo de celulares impacta
o aprendizado. No “Relatório de monitoramento global da educação,
resumo, 2023: a tecnologia na educação: uma ferramenta a serviço de quem?”,
a Unesco aponta a necessidade de uma “visão centrada no ser humano”.
Para Marizane Piergentile, pedagoga e diretora de
educação do Colégio Adventista da região do ABCDM e Litoral, os livros físicos
possuem uma longa história como fonte de conhecimento, oferecendo uma
experiência imersiva que a tecnologia, sozinha, ainda não conseguiu replicar
totalmente. “Além dos livros físicos serem um direito constitucional dos
educandos, acredito que este seja o momento perfeito para pensar e trabalhar a
coexistência do material didático e tecnologia, onde juntos eles possam
proporcionar uma abordagem educacional mais rica e equilibrada”, afirma a
diretora.
Atualmente, os alunos do Fundamental II e do Ensino
Médio das unidades do ABCDM e do Litoral do Colégio Adventista trabalham com um
material digital que complementa os livros. “Os alunos têm acesso ao material
complementar do material didático e a uma biblioteca virtual onde diversos
títulos ficam disponíveis”, explica a diretora. “Desde a pandemia, esta foi uma
das várias maneiras que encontramos de inserir a tecnologia na rotina dos
educandos e dos professores sem substituir o padrão de aulas”.
Até o momento, os professores observaram que a
estratégia adotada em unir o físico e o digital, não apenas enriqueceu o
processo de aprendizagem e ajudou na adaptação das diferentes necessidades e
estilos de aprendizado dos alunos, mas também facilitou a prática de
interpretação.
“Os materiais de aprendizagem digital têm certas
vantagens quando são usados corretamente, como por exemplo a leitura de imagem,
texto e som na hora de interpretar”, destaca Marizane. “É impossível retirar a
tecnologia da rotina das pessoas e não seria diferente nas escolas. Muitas
vezes ela pode ser um auxílio e para isso, a comunidade escolar deve trabalhar
junta para que o resultado seja satisfatório para todos”, finaliza.
Nenhum comentário:
Postar um comentário