Especialistas da
Universidade Cruzeiro do Sul destacam os alimentos que podem auxiliar pessoas
na superação do tabagismo
Apesar das várias campanhas de conscientização
acerca dos danos do tabagismo, seu consumo persiste. Contudo, é importante
frisar que esse tipo de dependência possui tratamento. Abandonar o tabaco ou o cigarro requer não apenas
consciência e determinação, mas uma dose significativa de perseverança. Muitos
desconhecem que, para além dos elementos já mencionados, uma alimentação adequada desempenha um papel
indispensável nesse processo.
Ana
Carolina de Paula Campos, nutricionista da Clínica-escola do curso de Nutrição da Universidade
Cruzeiro do Sul, exemplifica que a alimentação inadequada e o tabagismo se
relacionam. “O consumo de bebidas alcoólicas e café podem ser gatilhos para o
ato de fumar, enquanto o consumo de alimentos hiperpalatáveis e
ultraprocessados, com alto teor de sódio, gordura e açúcares, acaba sendo uma
tentativa de amenizar a ansiedade e abstinência”, diz.
Também
nutricionista da Universidade Cruzeiro do Sul, Isabella Aparecida Médice Urbano
fala que a dependência do tabagismo pode ser dividida em três partes, sendo
elas: física, psicológica e condicionada. A primeira tem a ver com a sensação
de prazer e bem-estar – e a ausência do consumo gera abstinência, que pode
causar ansiedade, agressividade, irritabilidade, dores de cabeça e fissura.
“Já a
segunda é quando a pessoa utiliza o ato de fumar para aliviar seus sentimentos
e tensões, gerados por estresse e ansiedade. Na terceira parte o indivíduo fuma
por influência do meio social: quando a maior parte das situações de sua rotina
tem o cigarro presente. Aqui é onde ele consome para e ou antes de ir ao
banheiro, no intervalo do trabalho, antes ou após comer, socializar, consumir
café, bebidas alcoólicas, entre outras”, afirma.
Certo, mas quais alimentos ajudam contra o tabagismo?
Há uma
variedade de alimentos que pode ser útil para pessoas que estão buscando
abandonar o hábito de fumar. A base dessa abordagem deve ser composta por alimentos frescos e naturais, tais como cereais,
frutas, castanhas, legumes, verduras, feijões, carnes magras, grãos e sementes.
No entanto, é importante avaliar o padrão alimentar individual da pessoa antes
de iniciar qualquer mudança. Uma abordagem eficaz envolve a introdução de uma dieta diversificada e colorida,
incorporando ingredientes preparados de diversas maneiras para proporcionar uma
experiência sensorial agradável.
Optar por
preparações e alimentos crocantes, complementados com temperos naturais, é uma
excelente escolha, uma vez que isso estimula os sentidos e promove uma refeição
mais consciente. “Alguns alimentos com base
antioxidante e precursores de serotonina,
que é um neurotransmissor responsável pela melhora do humor, relaxamento e
redução da ansiedade, como o abacate, beterraba, abacaxi e brócolis, estão sendo chamados de
antifumo por promoverem redução da ansiedade e crises de abstinência causadas
pela mesma”, explica.
A
nutricionista da Clínica-escola de Nutrição da Universidade Cruzeiro do Sul,
Camila Raymundo Farias, afirma que, ao abandonar o vício, geralmente os
ex-fumantes tendem a apresentar um aumento no paladar e olfato, bem como uma
maior tendência à ansiedade. “Esses fatores fazem com que as pessoas, em geral,
substituam o cigarro pelo prazer de comer, gerando compulsão alimentar. O hábito de fumar por muito tempo pode prejudicar o sistema
digestivo, portanto, alimentos mais leves e evitando excesso de gorduras e condimentos são os mais indicados na
dieta. Em complemento, as refeições devem ser realizadas de maneira tranquila,
incluindo pequenas porções de alimentos saudáveis ao dia”.
Fontes de vitamina C, como goiaba, laranja, limão, acerola, abacaxi; e alimentos fontes de fibra, como verduras
folhosas, legumes, cereais e comestíveis integrais, grãos e sementes, sucos
naturais e frutas frescas, oleaginosas, água de coco, entre outros, devem ser
considerados como opção no cardápio de quem deseja parar de fumar, ou seja, de
forma orientada.
Adotar um
padrão alimentar saudável é importante para o controle dos danos causados pelo
tabagismo e controle da ansiedade, frisa Ana. Daí a importância de uma dieta
rica em frutas, legumes e verduras, pois vão fornecer as vitaminas, minerais e
outras substâncias essenciais para a manutenção da saúde física e mental.
No quesito
preparação, Isabella afirma que pode introduzir saladas de folhas e legumes
crus, como cenoura ralada, palito ou baby, e outros alimentos, como pepino,
maçã, coco, pipoca, castanhas, semente de girassol e linhaça adicionadas na
salada, nos bolos e nas frutas, alimentos grelhados e assados, sendo carnes,
peixes e até mesmo batata doce e legumes, como abóbora e abobrinha. Para
temperar, preferir ingredientes naturais: salsão, coentro, alecrim, manjericão,
gengibre e hortelã (inclusive, esses dois últimos podem ser mascados).
Camila
Raymundo Farias ressalta que todo profissional de saúde deve reforçar aos seus
pacientes que ao largar o cigarro é possível sim ter um ganho de peso no
início. Mas, se incluídos bons hábitos no cotidiano, os prejuízos desse efeito
são menores do que os benefícios a longo prazo.
Além disso,
Camila recomenda a prática regular de exercícios físicos (diminui ansiedade e
abstinência a partir do aumento da produção de serotonina e endorfina,
hormônios da satisfação e bem-estar) e a participação em grupos (dão
a sensação de comunidade e pertencimento) e ou
tratamentos psicológicos (auxilia nos conflitos pessoais, sociais e alimentar
com o tabagismo), que são grandes aliados nesse processo.
https://www.cruzeirodosul.edu.br/
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