domingo, 27 de agosto de 2023

7 sinais de que seu terapeuta é antiético

 

A denúncia sobre a conduta profissional do psicólogo deve ser feita no Conselho Regional de Psicologia do seu Estado


 

27 de agosto é o Dia Nacional do Psicólogo, data de publicação da Lei 4.119/1962, que regulamentou a Psicologia como ciência e profissão no Brasil, prestigiando mais de 440 mil profissionais de Psicologia em todo o país, cujo trabalho nunca foi tão importante como nos dias de hoje.

 

Um levantamento feito pela Conexa, ecossistema digital de saúde da América Latina, identificou um aumento de 35,4% nos atendimentos de telepsicologia na plataforma da healthtech no primeiro semestre de 2023 em comparação com igual período de 2022. Foram, no total, 989.459 atendimentos de janeiro a junho deste ano ante 730.040 nos primeiros seis meses de 2022.

 

Segundo Monica Machado, psicóloga, fundadora da Clínica Ame.C, pós-graduada em Psicanálise e Saúde Mental pelo Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Albert Einstein e apresentadora do podcast Ame.Cast; muitas pessoas ainda estão no processo de enfrentamento dos estragos que a pandemia gerou na saúde mental, buscando retomar a normalidade de suas vidas.

 

“No entanto, a vulnerabilidade emocional pode inibir o raciocínio lógico. Neste ímpeto de querer ajuda psicológica o quanto antes, a pessoa pode cair em mãos erradas, seja com alguém que sequer tem formação na área ou mesmo com um profissional de histórico duvidoso”, alerta Monica Machado.

 

Caso você já tenha iniciado a terapia, fique de olho nestas 7 condutas que um psicólogo jamais deve praticar, conforme o Código de Ética Profissional do Psicólogo:

 

Ultrapassa o limite da relação paciente/pessoa: Segundo Monica Machado, é normal que os psicólogos procurem estabelecer uma relação empática com os pacientes, até porque este é um dos pilares da terapia.

 

“No entanto, qualquer gesto ou palavra que demonstre interesse pessoal, como olhares insinuantes ou comentários inapropriados, é um grave desrespeito ao paciente e à ética profissional, seja dentro ou fora da consulta”.

 

Atende casos que não são de sua especialidade: Na psicologia, há uma série de transtornos completamente distintos. É impossível ser um especialista em todos ou se manter atualizado com os avanços de todas as terapias.

 

“Um psicólogo que não tenha formação ou experiência no tratamento de determinados problemas pode realizar diagnósticos equivocados e seguir um caminho terapêutico que pode até piorar o quadro do paciente. Por isso, antes de começar uma terapia, informe-se sobre suas credenciais, sua trajetória acadêmica, especializações e até mesmo sua avaliação no Google”, alerta Monica Machado.

 

Desrespeita crenças e valores do paciente: Um bom terapeuta deve ser capaz de entrar em sintonia com suas crenças e valores, embora possa não concordar com eles em sua vida pessoal.

 

“Em alguns casos, o profissional poderá te ajudar a sair da sua zona de conforto e questionar certas ideias, mas nunca confrontar suas crenças e seus valores. Os objetivos da terapia e o caminho a seguir se negociam com o paciente, não são impostos pelo terapeuta”.

 

Não responde às suas perguntas: Como norma, os psicólogos não dão conselhos ou respostas prontas. Ao contrário. “O objetivo é que o profissional faça perguntas para que, nas respostas, o próprio paciente desenvolva autoconhecimento e autonomia, enxergando melhor a origem de seus problemas e aprendendo a lidar com eles”, explica Monica Machado.

 

Entretanto, isso não significa que a terapia tenha que ser um interrogatório. De forma estratégica, o psicólogo pode (e deve) responder determinadas perguntas que ajudem o paciente a clarificar seus pensamentos. “A orientação também faz parte da terapia. Portanto, o paciente não é o único que deve falar”.

 

Fala muito sobre si mesmo: Em alguns casos, com o objetivo de gerar certa cumplicidade, o psicólogo pode compartilhar informações pessoais sobre sua vida pessoal. No entanto, isso não deve se transformar em uma rotina na terapia. Quando um terapeuta fala demasiado sobre si mesmo, corre o risco de que o paciente imite suas soluções, pensando que são as mais adequadas.

 

Julga ou critica o paciente: Um dos pilares fundamentais de toda psicoterapia é nunca julgar e criticar, mas aceitar o paciente. “Contudo, nem todos os terapeutas sabem dominar seus sentimentos, e o expressam através de palavras ou pequenos gestos que denotam que não compartilham determinado ponto de vista. Se cada vez que vai na consulta você se sente julgado e criticado, talvez seja melhor pensar em outro psicólogo”.

 

A terapia nunca termina: Às vezes, a terapia se estende mais do que o planejado, mas um psicólogo com experiência pode estimar quantas sessões serão necessárias, a depender do caso. Segundo Monica Machado, cabe a ele elaborar um trabalho eficaz e individualizado, que tenha começo, meio e fim.

 

“Entretanto, muitas vezes a terapia segue por meses, anos, mesmo sem necessidade, e o paciente acaba criando uma relação de dependência com o profissional, chegando ao ponto de sentir que não pode mais viver sem a terapia. Por essas e outras, antes de qualquer decisão, verifique se o profissional está registrado no Cadastro Nacional de Psicólogos, no site do Conselho Federal de Psicologia. Já uma denúncia, deve ser feita no Conselho Regional de Psicologia do seu Estado”, finaliza Monica Machado.

 

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