Aprovada pelo STF
há seis meses, medida alerta para a necessidade de consultar especialistas
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O STF determinou, em dezembro do ano passado, ser
constitucional a revisão da Vida toda para aposentados e pensionistas do
Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) - a medida inclui, no cálculo da
aposentadoria ou pensão, os salários de contribuição anteriores a julho de
1994. Desde então, o INSS tem tentado, sem sucesso, recorrer da decisão.
No mês de março, o Ministro Alexandre Moraes
estabeleceu um prazo de 10 dias para que o INSS apresentasse um cronograma para
realizar a Revisão da Vida Toda, mas a decisão não foi cumprida. Em maio, foi a
vez da Advocacia-Geral da União (AGU), órgão que representa o INSS no processo,
pedir a suspensão da medida.
Para Francisco Yoshimiti Nambu, presidente da
Associação Nacional de Defesa dos Direitos dos Idosos, Aposentados e
Pensionistas (ANDDIAP), o objetivo do INSS é apenas ganhar tempo, pois a
decisão do STF é definitiva. “Quero tranquilizar todos os aposentados que já
entraram com a ação. Ela está ganha! E conclamar os que ainda não pediram a
revisão, que o façam”, afirma.
A revisão da vida toda inclui pessoas aposentadas
há no máximo dez anos, antes da reforma da Previdência de 2019, e que tenham
contribuído para o INSS antes de 1994. Para recalcular o valor corretamente,
destaca Caio de Moura Lacerda dos Santos, advogado previdenciarista, é importante
o aposentado ou pensionista entrar com uma ação judicial o mais rápido
possível, pois a decisão do STF não determina que o INSS faça a revisão
automaticamente. "Quanto antes melhor, pois após dez anos do recebimento
da primeira parcela do benefício, ocorre a decadência do direito, ou seja, ele
não poderá mais requisitar o recálculo", afirma.
O aposentado Mario Cezar de Azevedo, de 73 anos,
teve o valor do benefício recalculado de 2 mil para 5 mil reais, um aumento de
150% no valor da sua aposentadoria. “É uma diferença boa. Graças a Deus dá para viver
com dignidade. Agora posso pagar plano de saúde e remédios para mim e para
minha mulher sem precisar parcelar em várias vezes”, relata.
Mário procurou a ANDDIAP, a Associação Nacional de
Defesa dos Direitos dos Idosos, Aposentados e Pensionistas, que orienta os
aposentados para que eles possam reivindicar os seus direitos e calcular o
valor retroativo da aposentadoria de forma rápida e segura.
Revisão da Vida Toda
Em 1999, uma reforma na legislação previdenciária
modificou a maneira de calcular os benefícios, desconsiderando os pagamentos
realizados por contribuintes antes do Plano Real (1994). Com a Revisão da Vida
Toda, o aposentado passou a ter o direito de optar pela regra que lhe for mais
favorável, ou seja, toda a vida contributiva pode ser considerada no cálculo da
aposentadoria, independente do período.
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