sexta-feira, 30 de junho de 2023

"Phishing" contra Idosos: Jurista do CEUB alerta como proteger a população 60+ de fraudes financeiras

 

Especialista recomenda a promoção da educação digital, suporte familiar e medidas de segurança nas instituições financeiras para reduzir golpes financeiros

 

Uma das fraudes mais comuns com o uso da tecnologia é o "phishing" em que os golpistas enviam e-mails ou mensagens de texto falsas, fingindo serem empresas legítimas, como bancos ou instituições financeiras. Esses comunicados fraudulentos solicitam informações pessoais, senhas e dados bancários, sob o pretexto de atualizar cadastros ou solucionar supostos problemas de segurança. Os idosos são os principais alvos dese tipo de tentativa e, muitas vezes, acabam tendo suas contas invadidas. De acordo com levantamento da Febraban, desde o início da pandemia houve o aumento de 60% nos golpes direcionados aos mais velhos.

O professor de Direito do Consumidor do Centro Universitário de Brasília (CEUB) Nauê Bernardo explica que a dependência crescente de dispositivos como celulares, tablets e afins, aliada à necessidade de utilizar serviços por meios não presenciais, amplia a fragilidade nesse contexto. “É necessário corrigir essa lacuna, oferecendo orientação e capacitação para que os idosos compreendam o funcionamento desses dispositivos e evitem cair em golpes”, comenta.

Embora muitas vezes os idosos tenham total consciência e funcionalidade, podem enfrentar dificuldades em termos tecnológicos, na utilização de determinados canais de comunicação e até mesmo apresentar vulnerabilidade emocional. “Esses fatores podem torná-los mais propensos a serem alvos de golpes. Portanto, é importante que a família esteja presente, oferecendo suporte e auxiliando na utilização dos meios eletrônicos, além de criar um ambiente de confiança e segurança”, contextualize Nauê Bernardo.

O jurista destaca a responsabilidade das instituições financeiras. Segundo ele, em consideração à hipossuficiência e às dificuldades enfrentadas pelos idosos para obter determinadas informações ou lidar com certas tecnologias, é dever dessas instituições assessorá-los da maneira mais acessível possível. “Isso inclui reforçar a segurança nas transações financeiras e garantir a segurança dos idosos ao utilizar canais eletrônicos. A confirmação de identidade por meio de múltiplos mecanismos e a implementação de barreiras que impeçam transações financeiras suspeitas podem evitar prejuízos para todas as partes envolvidas”.

Nauê Bernardo destaca que proteger os idosos contra fraudes é uma responsabilidade coletiva. Ele reforça que ao promover a educação digital, oferecer suporte familiar e implementar medidas de segurança nas instituições financeiras, é possível reduzir a vulnerabilidade dos idosos e garantir sua tranquilidade e bem-estar financeiro. “A valorização e o respeito à terceira idade são essenciais para construir uma sociedade mais justa e segura para todos”, conclui.

Outro golpe frequente é o "falso parente em apuros". Nesse caso, o golpista entra em contato, geralmente por telefone, se passando por um parente próximo em uma emergência financeira. Com histórias convincentes alegando urgência, solicita dinheiro ao idoso – que, preocupado com o bem-estar de seus entes, acaba perdendo suas economias.


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