Cardiologista
explica como o inverno e o diabetes podem se tornar fatores de risco para
enfermidades ligadas ao coração
O inverno teve seu início no dia 21
junho e segue até setembro trazendo baixas temperaturas pelo país e aumento de
doenças cardiovasculares. Uma revisão sistemática publicada em 2015 no
periódico "Circulation" analisou 64 estudos sobre o tema e concluiu
que, de forma geral, há uma associação modesta entre o frio e o aumento do risco
de infarto agudo do miocárdio.
O cardiologista do Grupo São Lucas,
Leon Macedo, alerta que apesar de existirem evidências científicas, o tema
ainda é objeto de estudo e pesquisa, não podendo comprovar a relação. Entre as
teorias analisadas, está a vasoconstrição que, aumentando a pressão arterial e
a carga de trabalho do coração, pode levar ao aumento do risco de infarto e
AVC, especialmente em indivíduos com doença cardiovascular preexistente.
Temperaturas frias também podem tornar
o sangue mais propenso a formar coágulos. Isso pode aumentar o risco de
obstrução de uma artéria coronária (causando um infarto) ou de um vaso cerebral
(causando um AVC). As correlações ainda destacam a diminuição ou interrupção
dos exercícios físicos, o aumento no consumo de alimentos calóricos e ricos em
gordura, redução na ingestão de líquidos e o aumento no estresse psicossocial.
“É importante lembrar que vários
fatores influenciam o risco cardiovascular, como histórico médico individual,
estilo de vida, fatores genéticos e outros. O clima frio pode ser apenas um dos
muitos fatores que contribuem para o risco global. Se uma pessoa tiver
preocupações específicas relacionadas à sua saúde cardiovascular, é sempre
recomendável consultar um profissional de saúde”, ressalta o médico.
Diabetes e a propensão a doenças cardiovasculares
Com data para conscientização nacional
no dia 26 de junho, a diabetes também é uma condição que pode colocar
propensões ao infarto e doenças cardiovasculares. O médico explica que
resistência à insulina, aumento dos níveis de glicose no sangue, dislipidemia e
alterações no metabolismo lipídico são fatores que podem levar às doenças
cardíacas.
“A resistência insulínica está
associada à disfunção endotelial, que é a incapacidade do revestimento interno
dos vasos sanguíneos, e leva a alterações na dilatação dos vasos, aumento da
inflamação, coagulação sanguínea e formação de placas de ateroma. Níveis
elevados de glicose no sangue podem acumular placas de gordura nas paredes das
artérias, estreitando os vasos e reduzindo o fluxo sanguíneo, fator
significativo para doença arterial coronariana e doença arterial periférica.
Anormalidades no colesterol e triglicérides, juntamente com outras alterações
metabólicas, aumentam o risco de formação de placas de ateroma nas artérias e
contribuem para doença cardiovascular”, explica.
Entre as recomendações para evitar e
ajudar na redução do risco cardiovascular, estão controle glicêmico, controle
da pressão arterial (Recomenda-se manter abaixo de 130/80 mmHg em pacientes com
diabetes), controle do colesterol e dos triglicerídeos e adoção de uma dieta
rica em frutas, vegetais, grãos integrais, proteínas magras e gorduras
saudáveis.
Grupo São Lucas
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