quinta-feira, 29 de junho de 2023

3 mitos e verdades sobre a Sarna

Esta semana foi noticiado um surto de escabiose, popularmente conhecida como sarna, em refugiados afegãos que estão abrigados no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. 

O vice-presidente da Sociedade Paulista de Infectologia (SPI), o médico infectologista e Professor Adjunto da Disciplina de Infectologia na UNIFESP, Dr. Paulo Abrão destaca algumas características entre o que é mito e verdade sobre a doença. 

 

Contatos rápidos não transmite a sarna de pessoa para pessoa: Verdade

A sarna é uma doença de pele causada por um ácaro não visível ao olho nu, que só é identificado através de exames microscópicos, de raspagem ou lesões de pele que conseguimos observar. 

A transmissão da doença acontece através do contato direto (pele a pele) e prolongado entre as pessoas ou por meio de objetos e roupas, como lençóis, toalhas e travesseiros compartilhados. 

  

Surto de sarna dentro do aeroporto é perigoso para a população fora dele e pode se espalhar pelo município de Guarulhos: Mito

A doença se prolifera em pessoas agrupadas, como estão os afegãos naquele determinado setor do aeroporto, transmitida pelo contato mais próximo com familiares e por isso há uma disseminação local, não existindo risco de transmissão pelo aeroporto ou cidade de Guarulhos. 

“É preciso ficar atento nos próximos dias ou semanas a sintomas, como pápulas vermelhas na pele, que são muito pruriginosas, e que ocupam regiões características, em volta do umbigo, entre os dedos, as vezes na região genital, da fossa cubital, que são regiões clássicas de ter a sarna. Então, quem teve contato com alguém com a doença deve ficar atento se houver manifestação na pele e procurar o serviço de saúde mais próximo para ser tratado”, explica Dr. Paulo Abrão.

 

O tratamento é relativamente simples: Verdade

A sarna tem cura e não costuma oferecer riscos à saúde. A preocupação, eventualmente, é que por serem lesões de pele que coçam muito podem evoluir para uma infecção de pele por outras bactérias e isso é uma complicação que pode gerar quadros mais graves. 

O tratamento é feito com medicamentos orais ou tópicos, inclusive para diminuir a coceira com anti-histamínicos, porque principalmente à noite coça muito, a fim de evitar uma infecção secundária na pele. E, se isso acontecer, o uso também de antibióticos deverá ser administrado para evitar que as bactérias tornem essa infecção ainda mais grave. 

O especialista aponta ainda que as pessoas infectadas devem ter atenção à higiene. “O indivíduo deve tomar banho diariamente e ter as roupas muito bem lavadas com água quente e passadas a ferro para destruir os elementos de reprodução desse ácaro, fazendo a quebra da cadeia de transmissão de uma pessoa para a outra”, informa. 

Outra dúvida comum é comparar a sarna em humanos e animais. "Existe uma diferença grande, pois são espécies de ácaros diferentes. A sarna que acontece nos animais não causa a doença em humanos", finaliza o médico infectologista. 

 

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