A periodicidade
dos meses, como o Maio Amarelo ou Outubro Rosa, também são elementos do
marketing social
Você já parou para pensar na frequência que as
campanhas vêm utilizando meses temáticos com datas especiais divulgadas por
cores, como por exemplo o Maio Amarelo ou o Outubro Rosa? Essas datas são
expostas de forma especial na mídia e em campanhas nas empresas e têm o intuito
de chamar a atenção para as suas causas sociais. O marketing está por trás
dessas iniciativas, organizando e promovendo essas ações a partir de suas
ferramentas.
Segundo a professora e especialista em marketing e
neuromarketing Shirlei Camargo, essas ações condizem com atividades do
marketing social, termo cunhado na década de 1970 por dois grandes nomes da
área: Philip Kotler e Gerald Zaltman.
“Esse termo utiliza as estratégias de marketing
para ‘vender’ ideias ou mudanças de comportamentos, com a finalidade de trazer
um bem maior a toda sociedade”, explica Shirlei. Nessa linha, surgiram as
campanhas antitabagismo, “se beber não dirija” e “doe sangue”, por exemplo.
O público dessas campanhas é diferente, exigindo
pesquisas para entender como o público-alvo se comporta e assim criar
estratégias para chegar mais próximo dessas pessoas. Interessante que mais
recentemente, vemos um aumento do marketing social utilizando os meses do ano
relacionados a determinadas cores para chamar mais atenção das pessoas.
a Nesse caso o uso das cores pode ser visto como uma ferramenta do
neuromarketing pois cada cor pode acionar diferentes sentimentos nas pessoas.
“Isso ocorre por dois motivos. Primeiro, as cores
influenciam muito o ser humano, e isso se comprova por uma série de
experimentos já realizados. O segundo fator é a questão dos símbolos das cores.
O ser humano gosta muito de concretizar coisas intangíveis e uma forma de fazer
isso é criar símbolos, o que é visto, por exemplo, há milhares de anos na
religião. Afinal, o cérebro pensa em forma de imagens, e elas são coloridas”,
explica Shirlei.
Fitas em formato de laço é o
ícone principal das campanhas de conscientização
Um dos símbolos mais utilizadas são as famosas
fitas de cetim nas mais diferentes cores para representar uma causa, o que fixa
ideias na mente das pessoas e reforça um significado. “O uso das fitinhas em
prol das causas associadas a cores surgiu na época dos cavaleiros medievais.
Quando eles saiam para as batalhas, ganhavam um laço de fita. Séculos depois,
na Guerra Civil Americana, os soldados ganhavam um laço amarelo, o que se
repetiu em guerras posteriores e, quando os militares ficavam reféns, as
famílias amarravam fitas amarelas nas árvores, criando um movimento em cadeia e
uma forma de conscientização de que havia soldados presos e isso se espalhou”,
narra a especialista.
Décadas depois, a fita colorida no formato de laço,
daí na cor vermelha, foi utilizada com o enfoque puro de conscientização no
combate à epidemia da Aids. “No mesmo ano, em 1992, se começou a usar a fita
rosa para chamar a atenção para o problema do câncer de mama. E, a partir daí,
surgiu uma infinidade de causas relacionadas às cores. Inclusive a mesma cor
pode ter várias causas relacionadas”, ressalta a pesquisadora.
Shirlei aponta que são cerca de mil causas que
utilizam 36 cores, a nível mundial, e há ainda as cores mescladas. “As
campanhas que mesclam preto com dourado é para quem está fazendo tratamento de
quimioterapia, ou sobre o autismo, que se apresenta com um quebra-cabeças todo
colorido”, enumera.
No caso do amarelo, em alusão ao Maio Amarelo, que
busca a prevenção de acidentes de trânsito, a cor é utilizada para a prevenção
do suicídio, para receber refugiados de outros países e ainda países que estão
em guerra utilizam como forma de protestar quando há soldados reféns em países
em que foram lutar. Outra linha associa o amarelo ao sinal de alerta.
Por fim, vale lembrar que algumas cores são mais
ligadas a causas femininas, como o rosa, enquanto o azul é aliado das causas
masculinas. “E não podemos esquecer das evoluções que o conceito de marketing
social tem, com o ‘macromarketing’, sobre o qual não só as entidades públicas
se preocupam diretamente com a sociedade, mas, sim, todas as empresas ao se
relacionarem com os impactos de seus produtos e serviços na sociedade”,
finaliza a especialista.
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