De acordo com a geneticista Susana Massarani, não existe um gene específico para a inteligência, mas vários
A inteligência é uma das habilidades mais buscadas por todos, mas será ela uma capacidade a ser desenvolvida ou apenas uma questão de ter os genes certos?
De
acordo com a geneticista e bióloga molecular, Susana Massarani, é um erro se
basear apenas em um único gene e apenas na genética para dar um veredito de
inteligência para um indivíduo.
“Não existe um ‘gene da inteligência’ e sim genes que estão relacionados a ela, isso por que o conceito de inteligência é muito amplo e envolve uma série de habilidades, que podem ser influenciadas pelos genes, mas não são totalmente dependentes deles”.
“Temos genes relacionados à memória, cognição, leitura, escrita, habilidade musical e várias outras habilidades que podem estar inseridas na inteligência, para se ter uma ideia, um estudo de 2018 relacionou mais de 900 genes à inteligência”.
Em um estudo publicado pela revista científica Nature Genetics, que analisou mais de 2 mil publicações considerando características de 14.558.903 pares de gêmeos, concluiu-se que a genética influencia cerca de 54% da variação da inteligência.
Esse estudo demonstra que a genética interfere bastante na inteligência, no entanto, além de existir uma série de outros fatores que podem influenciar a expressão gênica, existem centenas de genes que podem contribuir para uma personalidade inteligente, tornando inviável medir a inteligência de alguém com base em testes genéticos, muito menos com base na presença ou ausência de um determinado gene.
Segundo o Dr. Fabiano de Abreu Agrela, Pós PhD em neurociências, biólogo e aluno de genômica de Susana Massarani, a neuroplasticidade cerebral também exerce um papel importante na formação da inteligência.
“Quando você realiza um teste genético, ele pode revelar a presença de diversos genes que estão relacionados à inteligência, mas isso não indica propriamente a inteligência, e sim uma predisposição para ela, isso porque fatores ambientais podem influenciar a ação genômica. É muito perigoso interpretar a inteligência com base em poucas informações, o que ocorre bastante em empresas que utilizam critérios muito rasos de análise de inteligência para seleção”.
“A inteligência, apesar de contar com o fator genético, pode ser desenvolvida, a neuroplasticidade cerebral permite que o cérebro se adapte às necessidades e potencialize determinadas habilidades, isso pode ser feito através do hábito da leitura, através de jogos de lógica e atividades que estimulam o raciocínio, jogos de memória, estar em constante aprendizado, que ajudam a utilizar da melhor forma seus genes” Explica Dr. Fabiano de Abreu.
Susana
Massarani - geneticista, bióloga molecular e microbiologista, atua na primeira
clínica digital do Brasil, Clínica DNA Massarani, Membro Científico e
Palestrante do Instituto de Nutrição Cérebro Coração INCCOR-RJ e pós-graduada
em prescrição clínica com foco em Nutrigenética e Nutrigenômica.
Nenhum comentário:
Postar um comentário