Para alertar sobre os sintomas, o diagnóstico e as formas de controlar a doença, o 7 de maio celebra o Dia Internacional da Luta Contra a Endometriose
A endometriose afeta milhões de mulheres em idade
reprodutiva, podendo ocasionar dores intensas, além de uma série de outros
impactos na qualidade de vida e na saúde dessas mulheres, inclusive a
infertilidade. Segundo o Ministério da Saúde, uma em cada 10 brasileiras sofre
os sintomas da doença e, no mundo, de acordo com a Organização Mundial da
Saúde, são 180 milhões de mulheres.
O ginecologista e professor do CEUB Nicolas Cayres
explica que a doença se dá quando o endométrio (tecido do útero) começa a
crescer desordenadamente na cavidade pélvica, afetando intestino, bexiga,
ovários entre outros órgãos. Isso pode causar um processo inflamatório gerando
dores crônicas, especialmente no período menstrual. “Não há como eliminar
totalmente este tecido e ele acaba sofrendo um processo de inflamação que, com
o tempo, pode ocasionar uma situação de aderência desses órgãos”, comenta
Nicolas.
Segundo o professor, o diagnóstico da endometriose
não é simples. Em geral, o tempo médio que as pacientes levam para chegar a
identificar o problema é de sete anos. Mas felizmente isso tem mudado. O caso
da cantora Anitta, divulgado em 2022, serviu de alerta para milhões de mulheres
no país que sofrem com dores crônicas, entre outros.
Normalmente, de acordo com o ginecologista, o
quadro de dor pélvica é a primeira suspeita. “São dores intensas que se
manifestam no período da menstruação ou pré-menstrual e que vão piorando a cada
novo ciclo. Diante desse quadro, são feitos exames de imagem (ressonância ou
ecografia) para identificar o problema. São exames bastante específicos, que
demandam um treinamento especial”, complementa. No caso da cantora Anitta, por
exemplo, foram 9 anos até o diagnóstico.
Para chamar a atenção das mulheres e da classe
médica para o problema, o 7 de maio celebra o Dia Internacional da Luta Contra
a Endometriose. O professor do CEUB lembra que a doença não tem cura, mas os
tratamentos atuam para mantê-la sob controle. “Há dois tipos de tratamento. Uma
primeira abordagem é clínica, com o uso de hormônio (progesterona) para
bloquear a menstruação. Uma alternativa, no caso em que as mulheres têm um
quadro já de muitas aderências ou não respondem bem às medicações, é a
cirurgia. Entretanto, mesmo as pacientes que operam, precisam monitorar o
possível surgimento de novos focos”, alerta Nicolas Cayres.
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