Quem tem
dificuldades para engravidar liderou as respostas positivas, com 67% das
pessoas afirmando que se veem adotando uma criança
Nesta quinta-feira (25), é celebrado o Dia Nacional da Adoção. A efeméride vem conscientizar sobre a importância de oferecer um lar para crianças e adolescentes que não tiveram a chance de crescer junto a uma família.
Conforme informações do Sistema Nacional de Adoção
e Acolhimento, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), no Brasil existem quase
34 mil crianças e adolescentes abrigados em casas de acolhimento e instituições
públicas semelhantes. Destas, cerca de 4 mil estão prontas para a adoção, à
espera de pessoas que as amem e cuidem delas, oportunizando crescerem de forma
saudável, em um ambiente que as ampare plenamente.
Noutra perspectiva, muitos casais que têm dificuldades
para obter a gestação, ou recebem um diagnóstico de infertilidade, encontram na
adoção uma maneira de finalmente concretizar o sonho de constituir uma família.
E, pertinente a isso, o último estudo realizado pela Famivita revelou que 61% dos
brasileiros e brasileiras cogitam a adoção, sendo ela vista como uma
alternativa. Nesse sentido, quem tem dificuldades para engravidar liderou as
respostas positivas, com 67% afirmando que a adoção é uma ideia a ser pensada.
Estima-se que haja no país aproximadamente 43 mil
casais pretendendo adotar uma criança - número expressivo e bastante superior
aos infantes disponíveis para adoção. A questão, porém, segundo profissionais
da área, é que a maioria dos candidatos a adotantes faz exigências e demonstra
preferências, que por sua vez são parecidas. Por isso, existem muitos
candidatos a adotantes concorrendo pela adoção das mesmas crianças.
Crianças brancas, sem irmãos, sem deficiência
física ou cognitiva e com baixa idade costumam ser o perfil mais escolhido.
Grande parte dos adotantes prefere adotar crianças com até 2 anos de idade de modo
que quanto mais velhas elas forem, menor a chance de adoção. E o que acontece é
que, na prática, os infantes com mais de 10 anos têm chances mínimas de serem
adotados.
“Laços de sangue”
Acerca do assunto, especialistas apontam que há uma forte questão cultural
envolvida, referente aos chamados "laços de sangue", ou seja, a
consanguinidade. Assim, ocorre com certa frequência de os adotantes terem em
vista semelhanças físicas, buscando uma espécie de comprovação dessa vinculação
biológica, preferindo uma criança ainda bebê e que apresente traços físicos
semelhantes aos da família pela qual será adotada. A respeito disso, o estudo
feito pela Famivita revelou que para 28% dos participantes, a idade e/ou a
aparência da criança seria levada em consideração. Nesse caso, 16% se
importariam com a idade, 5% com a aparência, e 7% com ambos os fatores.
Ainda de acordo com a pesquisa, entre as mulheres,
74% disseram não se importar com a idade e aparência, contra 57% dos homens.
Por Estado, os dados coletados mostraram que Tocantins foi a localidade em que
mais pessoas revelaram ver a adoção como possibilidade, com 79% das
pessoas respondendo positivamente. No Distrito Federal e em São Paulo, esse
número foi de 64% e 61%, respectivamente. Rio de Janeiro aparece no ranking com
56% e Santa Catarina com 70%.
Com tantos elementos e subjetividades atravessando
o tema, boa parte dos casais geralmente passa do tratamento da infertilidade
para a adoção, após esgotar as opções médicas disponíveis, procurando antes ter
certeza que a gravidez biológica está fora do seu alcance. Importante lembrar,
nesse sentido, o quanto o caminho da adoção exige um enfoque amplo e um olhar
amoroso, encarado não apenas da perspectiva de quem adota, mas do que é melhor
para a pessoa adotada.
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