segunda-feira, 1 de maio de 2023

Dia do trabalhador: como candidatos podem se destacar no mercado atual

 Diante da alta competitividade, saber demonstrar habilidades além das qualificações técnicas é o que despertará o interesse de empregadores

 

Com a aproximação do dia do trabalhador, em 1º de maio, tornam-se propícios os debates sobre o que os candidatos encontram ao buscarem trabalho. Com a taxa de desemprego em 8,6% no trimestre móvel de dezembro a fevereiro, segundo a PNAD Contínua divulgada pelo IBGE, o que se vê é um cenário de desafios e oportunidades, que demandam dos candidatos revelar aos recrutadores suas melhores qualificações. Para Uranio Bonoldi, escritor especialista em carreira e tomada de decisão, a tendência atual do mercado é a valorização dos soft skills, habilidades comportamentais que vão além da formação técnica.

“Os contratadores entendem que tudo que envolve conhecimento adquirido em escolas, universidades, cursos, etc, é o padrão, é básico. Pode acrescentar, mas não é o diferencial que realmente colocará o candidato em posição de destaque”, explica. Autor de “Decisões de alto impacto: como decidir mais consciência e segurança na carreira e nos negócios”, Bonoldi explica que as habilidades comportamentais devem ser demonstradas nos primeiros contatos com quem oferece a oportunidade de trabalho. “O grande mote é as pessoas estarem preparadas para demonstrar que possuem soft skills únicos, raros, que fazem com que o profissional não seja apenas mais um”, pondera.

Durante uma entrevista, o candidato deve buscar oportunidades para falar sobre suas experiências em termos mais práticos, evitando discorrer apenas sobre o que fez na carreira, mas dando ênfase ao como. “Por quais caminhos você buscou soluções para um problema? De que maneiras você conseguiu antever situações e evitou que uma operação estivesse em risco? Se está em início de carreira, como você se organiza nos estudos e nas atividades diárias? Como conquistou um prêmio ou colocação relevante em algum concurso que tenha participado? Esses pormenores dizem mais sobre você enquanto profissional”, aponta o escritor.

Bonoldi relata ter vivido experiências em que os soft skills foram determinantes na contratação de um colaborador. Em um caso, enquanto buscava pessoa para a área de comércio exterior e os dois candidatos eram muito semelhantes, o diferencial foi que um deles se afirmou proativo, disposto a ir atrás de informações que outras pessoas não davam a devida atenção. “Depois da entrevista, alguém da área de gestão de pessoas veio me avisar que o candidato havia mandado uma série de dados interessantes para o setor, como classificações dos produtos da empresa para exportação. Ou seja, ele se disse proativo e se demonstrou proativo, com alto interesse em contribuir para o desempenho da empresa. Nós o contratamos e foi uma decisão acertada!”, conta.

Segundo o escritor, um bom networking pode facilitar o processo pois o contratante pode já ter um referencial de quais são as habilidades comportamentais do candidato. Não havendo esse facilitador, é importante que se esteja consciente das próprias qualificações e atento às oportunidades em uma conversa com o contratante para mostrar ativamente as qualidades que podem ser proveitosas para o trabalho. “Isso faz a diferença. Esteja preparado para demonstrar seus soft skills na prática, trazendo elementos que atestem o seu discurso. Isso pode abrir portas importantes para sua carreira”, pontua.

 

Uranio Bonoldi - palestrante e especialista em negócios e tomada de decisão. Atuou em grandes empresas como diretor e CEO. É autor dos thrillers da saga “A Contrapartida” e de “Decisões de alto impacto: como decidir com mais consciência e segurança na carreira e nos negócios”. Educado pelo método Waldorf, sua graduação e em seguida a pós-graduação em administração de empresas foi feita na FGV-SP.

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