Diante da alta competitividade, saber demonstrar habilidades além das qualificações técnicas é o que despertará o interesse de empregadores
Com a aproximação do dia do trabalhador, em 1º de
maio, tornam-se propícios os debates sobre o que os candidatos encontram ao
buscarem trabalho. Com a taxa de desemprego em 8,6% no trimestre móvel de
dezembro a fevereiro, segundo a PNAD Contínua divulgada pelo IBGE, o que se vê
é um cenário de desafios e oportunidades, que demandam dos candidatos revelar
aos recrutadores suas melhores qualificações. Para Uranio Bonoldi, escritor
especialista em carreira e tomada de decisão, a tendência atual do mercado é a
valorização dos soft skills, habilidades comportamentais que vão além da
formação técnica.
“Os contratadores entendem que tudo que envolve
conhecimento adquirido em escolas, universidades, cursos, etc, é o padrão, é
básico. Pode acrescentar, mas não é o diferencial que realmente colocará o
candidato em posição de destaque”, explica. Autor de “Decisões de alto impacto:
como decidir mais consciência e segurança na carreira e nos negócios”, Bonoldi
explica que as habilidades comportamentais devem ser demonstradas nos primeiros
contatos com quem oferece a oportunidade de trabalho. “O grande mote é as
pessoas estarem preparadas para demonstrar que possuem soft skills
únicos, raros, que fazem com que o profissional não seja apenas mais um”,
pondera.
Durante uma entrevista, o candidato deve buscar
oportunidades para falar sobre suas experiências em termos mais práticos,
evitando discorrer apenas sobre o que fez na carreira, mas dando ênfase
ao como.
“Por quais caminhos você buscou soluções para um problema? De que maneiras você
conseguiu antever situações e evitou que uma operação estivesse em risco? Se
está em início de carreira, como você se organiza nos estudos e nas atividades
diárias? Como conquistou um prêmio ou colocação relevante em algum concurso que
tenha participado? Esses pormenores dizem mais sobre você enquanto
profissional”, aponta o escritor.
Bonoldi relata ter vivido experiências em que os soft skills
foram determinantes na contratação de um colaborador. Em um caso,
enquanto buscava pessoa para a área de comércio exterior e os dois candidatos
eram muito semelhantes, o diferencial foi que um deles se afirmou proativo,
disposto a ir atrás de informações que outras pessoas não davam a devida
atenção. “Depois da entrevista, alguém da área de gestão de pessoas veio me
avisar que o candidato havia mandado uma série de dados interessantes para o
setor, como classificações dos produtos da empresa para exportação. Ou seja,
ele se disse proativo e se demonstrou proativo, com alto interesse em
contribuir para o desempenho da empresa. Nós o contratamos e foi uma decisão
acertada!”, conta.
Segundo o escritor, um bom networking pode
facilitar o processo pois o contratante pode já ter um referencial de quais são
as habilidades comportamentais do candidato. Não havendo esse facilitador, é
importante que se esteja consciente das próprias qualificações e atento às
oportunidades em uma conversa com o contratante para mostrar ativamente as
qualidades que podem ser proveitosas para o trabalho. “Isso faz a diferença.
Esteja preparado para demonstrar seus soft skills na prática, trazendo
elementos que atestem o seu discurso. Isso pode abrir portas importantes para
sua carreira”, pontua.
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