Mecanismos tecnológicos estão ajudando na
implementação de pautas sustentáveis e incrementando a rotina de trabalho nas
zonas ruraisFreepiK
Se
durante muito tempo o campo era representado como antiquado, hoje o cenário é
outro. Nos últimos anos, a tecnologia tem dominado pastos e lavouras, marcando
presença em diferentes setores e modernizando a forma de consumo e trabalho na
zona rural. As novidades tecnológicas já fazem parte da rotina agrária e
auxiliam na execução de tarefas e outras atividades.
O
avanço da tecnologia nessas regiões tem sido a peça-chave para aproximar mais
os jovens das temáticas rurais. Engajados e preocupados com o futuro, eles têm
apostado em carreiras específicas e pensado em soluções que unam a tecnologia à
vida no campo.
Além
disso, soluções que orientam sobre sustentabilidade, ajudam no trabalho
agrícola, aumentam a conectividade e abrem novas oportunidades de emprego já
são vistas na zona rural graças à tecnologia.
Tecnologia
sustentável
Os
jovens das zonas rurais foram, durante muito tempo, retratados em filmes e
novelas como aqueles que, após os estudos, trocavam a vida no campo pela cidade
grande. No entanto, o avanço tecnológico mudou esse cenário e trouxe uma nova
perspectiva.
A
tecnologia agora aparece em diferentes atividades agrárias, auxiliando os
produtores e trabalhadores rurais nas produções e demais processos do trabalho.
Softwares, hardwares, aplicativos, drones e inteligência artificial já fazem
parte da rotina de quem trabalha nessas áreas e, na maioria dos casos, são
sugeridos pela população mais jovem.
Esse
fenômeno está acontecendo mundialmente. Nos Estados Unidos, por exemplo, um
estudo realizado pela National Young Farmers Coalition sobre os impactos dos
jovens na agricultura apontou que eles estão transformando o modelo de produção
de alimento, ao buscar formas de tornar a agricultura mais eficiente, rentável,
moderna e sustentável.
Esse
movimento também acontece graças à introdução da Agricultura de Precisão (AP),
processo responsável por monitorar atividades agrícolas por meio da utilização
de tecnologias avançadas. A AP chama a atenção dos jovens engajados em pautas
sociais que se preocupam com o futuro da zona rural.
De
acordo com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a
agricultura de precisão auxilia no entendimento das condições ideais para
cultivo, assegurando a aplicação de defensivos, o monitoramento de pragas, a
irrigação e outros aspectos que possam causar danos ao plantio e à vida no
campo.
Iniciativas
na educação também estão favorecendo a inclusão da tecnologia na área rural.
Uma cartilha elaborada pelo Projeto Pequi, vinculado ao Laboratório de Sistemas
Socioecológicos do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG, traz algumas
práticas de tecnologia sustentável que podem ser aplicadas com poucos recursos
financeiros para a conservação ambiental em diferentes áreas, inclusive na
rural.
A
cartilha apresenta sugestões tecnológicas para captação de água pluvial,
aquecimento solar, biogestão e compostagem, mas também abre horizontes para
novas ideias. A tecnologia pode, por exemplo, ser empregada para o uso dos
resíduos captados pelo serviço de limpa fossa.
Tecnologia
como aliada do trabalhador rural
Na
agricultura, mecanismos tecnológicos possibilitam aos trabalhadores rurais um apoio
nas operações agrícolas, na preparação do solo, na colheita e também na
distribuição dos produtos. Além disso, a tecnologia também permitiu que muitos
produtores pudessem monitorar de perto a qualidade e a quantidade da produção,
reduzir desperdícios e usar recursos de formas mais eficientes.
As
vantagens do digital na área rural são inúmeras, mas as primeiras a serem
notadas por esses trabalhadores são a maximização da rentabilidade e a garantia
de sustentabilidade nos processos.
Outro
aspecto importante é a economia de tempo e trabalho. Com os recursos
tecnológicos e a ampliação da conectividade nas áreas rurais, a comunicação
entre produtores, operadores e agrônomos se tornou mais prática e
eficiente.
Aumento
de postos de trabalho
O
avanço da tecnologia no campo também possibilitou o surgimento de novos postos
de trabalho. Com ferramentas cada vez mais especializadas e próprias para o uso
rural, surge a necessidade de profissionais capacitados para monitorá-las na
rotina de trabalho.
Em
2022, as perspectivas eram que, nos próximos dois anos, o agronegócio
brasileiro abrisse mais de 100 mil vagas no setor de novas tecnologias. Esse
movimento, também impulsiona a educação a preparar cursos que capacitem os
trabalhadores no campo para atuarem nessas frentes. O curso da Federação da
Agricultura de Goiás, por exemplo, já ensina os estudantes a desenvolver e
administrar novas tecnologias para o agronegócio.
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