Normas éticas para a Reprodução Assistida no Brasil. Essa é uma das questões mais complexas da Fertilização in Vitro, mas tem resposta! É importante ressaltar que, periodicamente o CFM (Conselho Federal de Medicina) atualiza as normas éticas para a Reprodução Assistida no Brasil, abrindo portas para novas conquistas, principalmente para a classe mais interessada no assunto, a comunidade LGBT. Portanto, essa é uma informação volátil, que pode mudar a qualquer momento.
Primeiramente, vamos contextualizar o assunto
para você que está chegando agora! Casais heterossexuais com problemas de
fertilização e casais gays, precisam optar por outros métodos na hora de ter um
bebê. E graças aos avanços científico-tecnológicos, hoje essas pessoas têm
algumas opções, como a Inseminação Artificial e a FIV. Claro, de acordo com
suas preferências e especificidades.
Por
exemplo:
Um casal composto por duas mulheres pode
realizar um desses métodos, sendo que o óvulo usado pode ser de uma delas e o
útero de outra, ou ambos da mesma mulher, ou até mesmo, com o auxílio de uma
terceira, para ceder o útero ou o óvulo, dependendo das necessidades deste
casal. Já o material genético masculino, é coletado por meio de um banco de
esperma.
No caso de dois homens, é necessário a doação
do óvulo e do útero, sendo que ambos são cedidos por mulheres diferentes – a
doadora de óvulos deve ser anônima e a barriga solidária deve ter até quarto
grau consanguíneo com um dos homens envolvidos no processo. Além disso, o
esperma deve ser cedido por um deles.
É
nesse momento que a dúvida surge: não podemos colocar nossos espermas juntos?
A resposta é não! Segundo o CFM, hoje isso
não é mais possível, porque pode comprometer o sucesso do procedimento, já que
com o material genético de apenas um dos pais, em contato com o óvulo da doadora
e implementado no útero da barriga solidária, as chances de o procedimento dar
certo são potencialmente maiores.
Isso não quer dizer que os dois não podem ter
filhos com a genética de ambos. Mas neste caso, o CFM aconselha que sejam
feitos dois procedimentos separadamente, um para cada embrião formado com
espermatozoides diferentes.
Por
quê?
É uma questão genética! Quando um embrião é
formado de maneira natural, ou seja, por um óvulo e um espermatozoide, são
criados dois conjuntos de cromossomos, com a genética dos dois materiais.
Em casos de gravidez de gêmeos, dois
espermatozoides fecundam dois óvulos diferentes, e consequentemente nascem dois
bebês. Ou, no caso de gêmeos idênticos, ao fecundar o óvulo, o embrião se
divide, gerando duas vidas. Porém, mesmo assim, existem dois conjuntos de
cromossomos para cada um dos bebês.
Quando um único óvulo é fecundado por dois
espermatozoides diferentes, ou seja, de dois homens, são criados três conjuntos
de cromossomos, o que segundo os médicos, é “tipicamente incompatível e os
embriões não costumam sobreviver”. Então, é possível acontecer? Sim! No
entanto, as probabilidades de falha são muito maiores do que de sucesso, e a
chance de dar certo é raríssima. Só houve dois casos desses relatados até hoje.
Concluindo:
Por determinação do Conselho Federal de
Medicina, e para que os processos de Reprodução Assistida tenham mais sucesso,
é importante que apenas um dos homens envolvidos no processo doe seu esperma,
ou, que ambos doem para implementação em úteros diferentes.
Ah! Devemos ressaltar também que é possível
transferir mais que um embrião no procedimento, para que haja mais chances de
gravidez, mas essa determinação varia de acordo com a idade da Barriga
Solidária:
· mulheres com até 37
anos podem receber até 2 embriões de uma vez
· mulheres com mais de 37
anos podem receber até 3 embriões de uma vez
Outra coisa que é comum acontecer
quando são transferidos mais que um embrião, é a gravidez de gêmeos, por isso,
pense bem antes de dar início ao seu procedimento e tenha um planejamento na ponta
do lápis.
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