quarta-feira, 26 de abril de 2023

Dia Nacional de Prevenção e Enfrentamento à Hipertensão Arterial


A saúde bucal e a saúde sistêmica estão diretamente ligadas. A hipertensão arterial, conhecida como pressão alta, é uma doença crônica que ocorre quando a pressão sanguínea nas artérias é persistentemente elevada. Silenciosa e sem sintomas (o que a torna perigosa), a hipertensão arterial abre espaço para doenças cardiovasculares – principal causa de mortes, hospitalizações e atendimentos. Por isso, ela exige cuidados especiais, sendo que o Cirurgião-Dentista também pode colaborar para o controle e bem-estar do paciente hipertenso.

A Odontologia atende pacientes com diversos problemas sistêmicos, sendo a hipertensão arterial o mais recorrente.

De acordo com o Cirurgião-Dentista e membro da Câmara Técnica de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP), Dr. Fued Samir Salmen, a forma mais comum de hipertensão e que acomete entre 85% e 95% das pessoas é a hipertensão arterial primária, que surge com o envelhecimento.

Já a hipertensão arterial sistêmica é bem mais perigosa, podendo causar complicações como insuficiência cardíaca, doença renal crônica, arritmia e aneurisma.

“Para o Cirurgião-Dentista, atender esses pacientes com a orientação do médico cardiologista é sempre a primeira opção, principalmente para os pacientes com hipertensão arterial sistêmica. Esses podem precisar de tratamento em ambiente hospitalar com monitoramento cardíaco, entre outros cuidados”.

Outra forma de hipertensão arterial é aquela que ocorre de maneira pontual, em situações como a síndrome do jaleco branco, quando ela aparece como principal sintoma. “Essa situação acomete pacientes tensos e com experiências ruins em consultórios, onde ele fica nervoso e a pressão arterial aumenta significativamente”.

Esses pacientes, segundo Dr. Fued, podem precisar até mesmo de terapia para vencer o trauma. Ele pontua três ações que podem ajudar muito no atendimento ao paciente com hipertensão arterial sistêmica e com síndrome do jaleco branco:

1 - Ambiente de trabalho sereno e música para relaxamento.

2 - Uso de ansiolíticos via oral antes do tratamento, os quais podem até mesmo ser administrados na noite anterior para ter um sono mais tranquilo.

3 - O anestésico local com vasoconstritor, ao contrário do que se imagina, deve ser usado. O que deve ser evitado é o uso de anestésico com felipressina.

Com relação a este último item, Dr. Fued explica que os anestésicos locais podem ter ou não vasoconstritores (elemento da anestesia que faz a vasoconstrição, ou seja, deixa os vasos estreitos) como a adrenalina, a noradrenalina e a felipressina, entre outros.

Segundo ele, quando o anestésico é mal administrado cai na corrente sanguínea e esses vasoconstritores causam um aumento considerável da pressão arterial. No caso do anestésico que não tem vasoconstritor, depois de aplicado no paciente seu efeito acaba após três ou quatro minutos. “Assim, o paciente acaba sofrendo muito com dor e aí a pressão sobe mais ainda. De modo geral, os Cirurgiões-Dentistas têm medo de usar os vasoconstritores em pacientes com hipertensão primária ou com síndrome do jaleco branco. É importante deixar claro que isso não se refere, no caso, aos pacientes com hipertensão mais grave”.  Nesse contexto, Dr. Fued enfatizou a importância de realizar a anamnese durante o atendimento de todos os pacientes.  

 

Fique atento às novas diretrizes

 

De acordo com dados do Ministério da Saúde, a hipertensão arterial matou 53 mil brasileiros em 2019. Esse número elevado fez com que, em 2020, a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) apresentasse uma nova diretriz para classificar a hipertensão arterial.

Ainda é considerada hipertensa a pessoa com pressão maior ou igual a 14 por 9. O novo parâmetro, porém, classifica como pré-hipertenso o indivíduo com pressão máxima entre 13 e 13,9 e mínima entre 8,5 e 8,9.

A pressão ideal agora é a que registra números abaixo de 12 por 8. As faixas entre 12 e 12,9 e 8 e 8,4 são consideradas normais, mas não ótimas. Por isso, quando esses parâmetros são registrados a orientação é que se inicie um controle. Adote uma rotina saudável.

A hipertensão é hereditária em 90% dos casos, mas vale lembrar que há vários fatores que influenciam os níveis de pressão arterial e estão associados ao desenvolvimento da doença. Por isso, para prevenir e controlar a hipertensão é fundamental manter o peso ideal, não abusar do sal, evitar alimentos gordurosos, praticar atividade física regularmente, não fumar e consumir álcool moderadamente, controlar o diabetes e medir a pressão arterial com regularidade.

Por fim, cuidar da higiene bucal e consultar o Cirurgião-Dentista com regularidade faz parte dos cuidados com o corpo, pois a saúde da boca e a saúde geral estão diretamente ligadas. 



Conselho Regional de Odontologia de São Paulo - CROSP
www.crosp.org.br


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