Nos últimos anos, a rotina de profissionais de diversas áreas foi transformada de maneira significativa, incluindo trabalhadores do setor de tecnologia, que passaram a usufruir da possibilidade de trabalhar em casa ou em regime híbrido, com idas esporádicas ao escritório. Além disso, novos estudos sobre produtividade têm levantado os benefícios que semanas mais curtas de trabalho podem trazer para o foco dos colaboradores, durante o período em que estão exercendo suas funções.
É inegável que o dia a dia de um profissional de
tecnologia pode ser muito desgastante. Um estudo realizado pela plataforma
Blind, em 2022, indicou que 73% dos 6.789 profissionais de tecnologia
entrevistados consideravam-se esgotados por inúmeros motivos e, deste
percentual, cerca de 26,7% afirmam que não conseguem se dividir entre a vida
pessoal e o trabalho.
Por outro lado, segundo a 3ª edição do Panorama de
Product Management, a média salarial dos profissionais de tecnologia no país
cresceu 29% no mesmo ano, evidenciando a importância que estes
profissionais ganharam para as empresas.
Ainda segundo a pesquisa, em torno de 43,4% dos
entrevistados estão contentes com as bases salariais atuais. Com um mercado tão
aquecido e que precisa de quase 800 mil profissionais até 2025 para suprir a
demanda que virá, o setor tech, mesmo com as recentes demissões ao redor do
mundo, pode tornar-se o preferido de jovens que pretendem iniciar uma graduação
em breve.
Condições de trabalho são
positivas na maioria das empresas de tecnologia
Apesar de hoje existir um movimento de volta aos
escritórios, diminuindo alguns benefícios que os profissionais de tecnologia
possam usufruir com o home-office, a área tech apresenta em geral boas
condições de trabalho, salário e benefícios, pois as empresas querem contar com
os melhores talentos e estão dispostas a oferecer boas condições, evitando a
rotatividade de profissionais naquela posição.
Outro fator que tem feito as empresas nacionais
elevarem os patamares oferecidos nas vagas é a procura de companhias
internacionais pelos talentos de tecnologia do Brasil, que atrai muitas pessoas
pela possibilidade de ganhar em euro ou dólar.
A tendência que se apresenta para os próximos anos
é de que com cada vez mais demanda, consolidação e chegada de novas
tecnologias, as empresas nacionais invistam mais recursos na construção de
times que contemplem os mais diversos talentos e que exerçam funções essenciais
nos projetos.
“Pejotização” pode ganhar
ainda mais espaço nas empresas
As recentes demissões de gigantes do setor tech
apresentaram um cenário que pode se tornar usual nos próximos anos, com as
empresas buscando construir o mesmo nível de trabalho com um número menor de
profissionais ou oferecendo modalidades diferentes de contratação do
tradicional contrato de trabalho assinado em carteira.
O crescimento no número de profissionais
cadastrados como PJ(Pessoa Jurídica), que fornece trabalho para empresas como
MEI (microempreendedor individual) ou de outras maneiras, é muitas vezes
interessante para as empresas, que podem assim contratar mais profissionais,
gastando menos e com menos obrigações legais com o time.
O setor de tecnologia já se apresenta como um
catalisador de mudanças, possibilitando que muitas pessoas mudem suas vidas por
meio da profissão. Porém, assim como a maioria das coisas na vida, ele não é
perfeito, e apesar de mostrar-se em um estado maduro de consolidação como
mercado de oportunidades, as empresas devem seguir procurando maneiras de
potencializar e oferecer as melhores condições possíveis aos profissionais atuais
e futuros.
O Matuto
Programador
João
Gabriel - fundador da Compass Tech
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