A pandemia mudou o mundo. A forma de nos comportar,
interagir, trabalhar, tudo ganhou um novo modus operante. A relação das pessoas
incorporou uma grande quantidade de padrões e recursos tecnológicos. O que era
tido como característica de uma geração jovem, que se adequou ao uso de
tecnologia de maneira mais natural, agora é um padrão social importante para
todas as pessoas, de todas as idades, de todos os padrões sociais e de todas as
áreas de conhecimento.
O uso de recursos tecnológicos, como as ferramentas de
Inteligência Artificial, tem sido intenso no mundo dos negócios, na relação do
homem com a análise de dados. As interfaces reconhecem comportamentos dos
usuários e se adequam aos desejos. Temos ferramentas que ajudam a elaborar
apresentações, já com objetos de aprendizagem animados, que permitam interação
dos usuários.
E isso interfere diretamente na educação, nos trazendo uma
grande preocupação. Será que os nossos professores, atuais e futuros estão
preparados para esta novidade tão fluida, tão integradora?
Com a tecnologia tão presente e ativa na educação, não
basta apenas inseri-la no dia a dia, é preciso um novo olhar na forma
de educar, modificar as metodologias de ensino, buscar meios em que seja
realmente útil inserir recursos tecnológicos, onde as crianças podem de fato
explorá-las de maneira inteligente e produtiva. Os professores também precisam
ser preparados para que possam desenvolver planejamentos estratégicos que
incorporem a tecnologia na sala de aula, nos diferentes contextos disciplinares,
além de ter o domínio completo destas ferramentas.
Sendo a docência uma carreira pouco atrativa, pelos baixos
salários e pela percepção errada de que o professor é um mediador do que se
aprende e o que não se aprende, ter um profissional de educação qualificado
metodologicamente e com visão e vivência tecnológica tem se tornado um dos
maiores desafios da história da educação.
A trajetória da formação de professores na educação
superior do país está caminhando para abrir um ângulo de 180º entre a formação
do docente e a real demanda do mercado quanto ao uso de metodologias que
estimulem os alunos e também que vinculem o aprendizado a vida real.
Avançamos em regulação, trazendo ao ensino médio uma
proposta de menor visão genérica e ampliação de um aprofundamento de área com
as trajetórias formativas, mas como aplicar esta realidade a 7 milhões de
brasileiros se não temos professores preparados para trazer esta condição: a
Educação Contextualizada e com Finalidade.
À medida em que a tecnologia é incorporada na rotina
ampliando a forma de educar em um modelo híbrido, é preciso, ainda, que se
pense em como a estratégia de uso de tecnologias pode engajar os alunos e
transformar os professores de forma que estejam preparados para esta nova
realidade.
Experiências fantásticas de uso de simuladores para
amarrar e integrar a teoria com os experimentos práticos, a proposta de
atividades lúdicas, com materiais simples para que o uso Ciência seja um show
devem orientar o plano de formação dos professores. Formar bem, formar com
felicidade, formar com recursos tecnológicos pode vir a ser a solução para
atrair talentos para a carreira de docentes, dado que o propósito é e será por
muito tempo mais importante do que o valor da remuneração.
Medicina cuida da Saúde, a Educação cuida do Psicológico,
do Emocional, do Caráter, das diversas dimensões de um ser humano saudável!
Francisco Borges - mestre em Educação e consultor da Fundação FAT em Gestão e
Políticas Públicas voltadas ao Ensino.
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