sábado, 18 de fevereiro de 2023

Vantagens de aproveitar o feriado de carnaval para brincar com os filhos

Segundo a fonoaudióloga e analista do comportamento infantil, Daniella Sales Brom, a brincadeira é um momento de fortalecer vínculos com os filhos e identificar atrasos no desenvolvimento deles 

 

Brincar com os filhos é uma tarefa que deve ser levada a sério. Durante o feriado de carnaval, os pais podem aproveitar não apenas para fortalecer o vínculo com os filhos longe das telas, mas também para acompanhar o seu desenvolvimento, identificando atrasos, dificuldades e limitações. “As telas proporcionam um efeito repetitivo e de fascinação com as crianças porque elas ficam na zona de conforto diante da tela, em uma comunicação unilateral. Só a tela faz a comunicação e a criança é um espectador e é no contato durante as brincadeiras que os pais conhecem verdadeiramente a sua criança”, afirma a fonoaudióloga e diretora do Centro de Especialidades BabyKids, Daniella de Pádua Sales Brom. 

“Sem a correria do cotidiano, os pais podem brincar junto, não comandar a brincadeira e não redirecionar, mas estar junto para que a criança desenvolva as habilidades psicosociemocionais e de linguagem e fala, com muito mais confiança e naturalidade”, explica a especialista.  Por isso, os feriados podem ser um momento oportuno para os pais observarem os filhos, fazerem uma refeição juntos com mais calma e terem uma interação maior, porque é na brincadeira que a criança tem o momento de aprendizagem global, desenvolve habilidades motoras e os pais descobrem o repertório de linguagem e a construção que a criança faz das interações.

 

O que observar durante a interação? 

Segundo Daniella, é possível observar muitas coisas relacionadas ao desenvolvimento dos filhos no momento da brincadeira. Dá para avaliar se a criança quer socializar, se ela vira ou se fica quietinha, se ela nos busca e se faz contato visual, se ela compartilha o brincar, se quer nossa participação ou ela se tem uma rigidez comportamental, que fica só com um tipo de brinquedo com rodinha ou som e não quer brincar fazendo a socialização. 

Até um ano de idade, podemos observar se as crianças têm intenção de comunicar, mesmo com um vocabulário menor, se elas que querem se comunicar apontando, se compartilha o brinquedo e se dá o sorriso social. Tudo isso mostra um desenvolvimento dentro do esperado. Se tem alguma coisa diferente disso que chama a atenção dos pais em relação à comunicação, mesmo que ainda não fale as primeiras palavrinhas, é bom buscar ajuda de um fonoaudiólogo”, explica Daniella. 

Na brincadeira é que a criança realmente se entrega para a interação, para a linguagem e, também, para as questões do desenvolvimento de forma global e pontual. Por exemplo, quando brincamos com uma criança e deixamos ela começar a falar, começar uma interação ou uma brincadeira, ela solta a imaginação e começa a mostrar realmente o que ela aprendeu. Isso favorece o desenvolvimento, a curiosidade, a autonomia e faz com que a criança demonstre também suas dificuldades e barreiras para continuar brincando”, pontua Daniella, que é explica a fonoaudióloga especialista em Análise do Comportamento Aplicada (ABA, em inglês). 

Em brincadeiras com começo, meio e fim, as crianças demonstram sua linguagem, como faz para que o outro participe da brincadeira e como consegue organizar a brincadeira. Tudo isso faz parte dos degraus do desenvolvimento e é possível perceber se existe alguma barreira ou não. “Por exemplo, uma criança que começa a brincar com uma boneca e, de repente, começa a jogar a boneca, dependendo da sua faixa etária, já não é mais esperado que isso aconteça. É esperado que ela faça o brincar de faz de conta, então a gente já pode perceber que pode ter um atraso ou uma dificuldade”, finaliza a especialista.

 

Dicas para criar brincadeiras infantis

“Sei que muitos pais não sabem exatamente como brincar, então vão aí algumas dicas para eles. Pensar em atividades que envolvam exercícios físicos, que incentivem o pensamento, jogos de faz de conta e brincadeiras que simulam coisas do cotidiano, como as construções – montar prédios, torres e casas – ou brincar como se estivesse na cozinha. O faz de conta é muito importante para incentivar a imaginação e o pensamento”, pontua Daniella Brom.


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