Um dos conselhos mais difundidos junto a quem procura uma vida saudável é beber bastante água. Quem nunca escutou que é preciso consumir, no mínimo, dois litros do líquido por dia? Apesar da importância para o bom funcionamento dos rins e de outros sistemas do organismo, é necessário cautela na hora de seguir esta recomendação. Segundo o urologista do Hospital Edmundo Vasconcelos, Sandro Nassar, dentro das patologias renais, há tanto as que demandam alto consumo de água quanto as que exigem cuidado com o volume ingerido.
No cenário mais amplo, a orientação para consumo
abundante de água está associada essencialmente a dois fatores: desidratação e
formação de cálculos renais. O primeiro fator, segundo o médico, tem maior
risco de ocorrer entre crianças e idosos que tendem a ter quadros de vômitos e
diarreia mais frequentes. “A perda de líquido por esses meios pode gerar
desidratação, que aumenta a chance de insuficiência renal. Para evitar isso,
indicamos uma ingesta satisfatória de água diariamente”, complementa.
Do outro lado, quando existe diagnóstico de
insuficiência renal, a orientação vai na contramão: a ideia é que o consumo de
líquido se torne cada vez mais restrito conforme a gravidade do problema.
Nassar explica que nestes casos, o rim tem uma incapacidade de filtração e, se
a demanda hídrica for alta, ocorre inchaço.
“A perda da função do rim pode ocorrer por
diferentes motivos, como uso de medicamentos, diabetes e hipertensão. Para os
pacientes com o quadro, é preciso limitar o consumo de qualquer líquido, até
mesmo os presentes nos alimentos, para evitar inchaço - que geralmente é
percebido nas pernas. Em casos graves, por exemplo, essa ingestão pode ser de
no máximo 800 ml ao dia”.
O urologista ressalta, no entanto, que para uma população saudável e que mantém acompanhamento médico constante, a dica de consumo de 1,5 a 2 litros de água por dia pode ser seguida. “Essa é uma orientação generalizada que auxilia na prevenção de cálculo renal. Porém, vale ressaltar que essa quantidade não vai impedir o problema em todos. Algumas pessoas vão necessitar de mais líquido, por isso é preciso sempre ter um acompanhamento médico”, conclui.
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