O gerente de
Gestão de Pessoas do Sebrae Minas, Roberto Marinho Zica, analisa os fatores
determinantes para o sucesso das pequenas empresas
Por que alguns negócios conseguem prosperar, mesmo
atuando em mercados competitivos, e outros em condições similares não
conseguem? A resposta para essa pergunta está no artigo “Drivers estratégicos,
processo decisório e desempenho superior em pequenas empresas” produzido pelo
gerente de Gestão de Pessoas do Sebrae Minas, Roberto Marinho Zica. No
livro “A Virada - Como Reinventar Seu Negócio Em Tempos de Incerteza”, ele
destaca que os modelos de negócios que antes eram utilizados já não são mais
suficientes para produzir resultados.
Segundo Zica, a inovação e o empreendedorismo são
definidos como drivers ou agentes indutores que influenciam fortemente na
processo de formação da estratégia de um pequeno negócio. Após a estratégia ter
sido estabelecida, os fluxos decisórios vão se desenvolvendo, o que poderá
repercurtir em desempenho superior.
“O processo de formação da estratégia com base
nesses drivers e o fluxo cognitivo da tomada de decisão, se bem orquestrados,
poderão orientar a empresa a obter vantagem competitiva. O seu desempenho deve
ser medido tanto por métricas quantitativas, como retornos financeiros, volume de
vendas e ou market share, quanto por avaliações qualitativas, por meio da
percepção de clientes e parceiros sobre os produtos e serviços. Esse conjunto
pode gerar aumento de desempenho e consequente aumento da competitividade do
negócio em um mercado tão conturbado nos dias de hoje”, considera o
gerente.
Para explorar o tema do artigo, a Agência Sebrae de
Notícias (ASN) conversou com o gerente de Gestão de Pessoas do Sebrae Minas,
Roberto Marinho Zica. Confira abaixo a entrevista.
ASN – Diante deste cenário que
você menciona no seu artigo de acirramento dos níveis de competição, maior
número de competidores no mercado e rapidez das mudanças, qual recomendação
você dá para quem quer empreender nos dias atuais?
RM- Primeiramente é elaborar bem uma estratégia de
negócio, o que vale também para os pequenos empreendimentos. É fundamental que
o empreendedor, independente do porte da empresa, defina essa estratégia
considerando o potencial interno, mas também elementos de mercado. É o que a literatura
chama de abordagem ambidestra. Além disso, o empreendedor deve sempre fazer a
tomada de decisão com base na gestão do negócio.
ASN – Como a inovação pode
fazer parte dessa estratégia? Quem deve ser o responsável pela inovação da
empresa?
RM – Como Platão diz, “a necessidade é a mãe da
invenção”. Então, depende muito da percepção do empresário sobre a necessidade
de se diferenciar em relação ao mercado, trazendo algo novo que consiga
viabilizar vantagem do negócio. Hoje em dia trabalhamos muito com a inovação
aberta que é um processo contínuo. O empresário precisa ter um mindset para
inovar constantemente de uma maneira que produza resultados reais. O ideal é
que toda a organização tenha essa mentalidade, mas o papel do tomador de
decisão é preponderante. Se ele não estiver convencido, os seus colaboradores
talvez tenham mais dificuldade de persuadi-lo que essa é uma direção a ser
tomada. Se todos estiverem conscientes, essa guinada para inovação pode fluir
muito melhor.
ASN – Como você avalia o
processo decisório dentro de pequenos negócios familiares? Como o responsável
pela gestão pode tomar decisões mais acertadas?
RM – Tomar decisão é algo pertinente à natureza
humana e essas decisões tendem a ser baseadas em um processo cognitivo,
racional. Elas não devem ser tomadas exclusivamente por aspectos emocionais,
mas devem ser tomadas com base em dados, informações, na percepção do tomador
de decisao e na estratégia do negócio. No caso das pequenas empresas, o
processo de decisão é ainda mais delicado porque pode repercutir na
sobrevivência ou permanência da atividade dele. O ideal é que o empreendedor
possa compartilhar esse processo com aquelas pessoas mais próximas do negócio,
mas que essencialmente, seja uma decisão com base em informações. Quanto mais e
melhores informações disponíveis, seja a partir de ferramentas de análise, por
exemplo, menor será o risco que ele vai ter para tomar uma decisão equivocada.
Se possível, é recomendável que seja elaborado um painel de informações com
indicadores para ajudá-lo nesse processo. Pode ser desde uma planilha de Excel
até programas disponíveis na internet.
O papel do professor no combate ao
bullying
No mês em que se celebra o Dia do Professor, é importante
relembrar que o objetivo principal do mestre é o aprendizado de seus discípulos
e, quando este não acontece em plenitude, o mestre precisa intervir. Um dos
temas mais discutidos sobre a rotina das salas de aula é o enfrentamento ao
bullying.
Instituída em 2015, a lei 13.185 estabelece um programa de combate
à intimidação sistemática em todo o território nacional. A partir disso, foi
caracterizado como bullying todo ato de violência, física ou psicológica,
praticado por indivíduo ou grupo contra uma ou mais pessoas com o objetivo de
intimidá-la ou agredi-la. Mas indo além do que está descrito na lei, como o
professor, individualmente, pode atuar nesse tipo de situação?
O professor é um agente importantíssimo no combate ao bullying
visto que ele transita por todos os grupos, interage e conhece os estudantes,
suas atitudes, potencialidades e fragilidades em situações adversas, o que lhe
permite perceber onde devemos investir tempo e ação tanto no âmbito individual
quanto no coletivo. Ademais, o professor conhece e pode intervir também na
família do estudante que tem papel fundamental na formação moral e social da
criança. A atuação do professor, na maior parte das vezes, lhe dá abertura e
capilaridade para criar vínculos que permitam que se aproxime dos estudantes e
ouça suas percepções e sentimentos, as dificuldades, os anseios, os sonhos, as
expectativas.
Atividades pedagógicas rotineiras como trabalhos em dupla, em
grupos e até as apresentações em público revelam não apenas questões
acadêmicas, mas também as habilidades socioemocionais individuais e de grupo. A
intervenção deve levar em consideração a situação, o contexto e os envolvidos
no intuito de se planejar as melhores ações, cuidando para jamais naturalizar
ou banalizar a situação e/ou as percepções e sentimentos dos envolvidos. Uma
forma de evitar o bullying é o estabelecimento de regras e limites claros que
permitam que os sujeitos se sintam ouvidos e respeitados, partícipes do
processo.
Toda atividade que permita o conhecimento, a sensibilização, a
troca de informações e de percepções acerca do grupo, favorecem a prevenção e
maior consciência dos estudantes acerca do bullying. A diversificação
metodológica e a consciência de que dispomos de ferramentas importantes para
implementar uma cultura de paz como a comunicação não violenta, atividades que
privilegiem o trabalho coletivo, a superação das limitações pessoais ao invés
da competição, ajudarão a promover uma outra forma de relacionamento muito mais
saudável.
Débora Camargo -orientadora educacional no Colégio Presbiteriano
Mackenzie Brasília
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