segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

Especialistas do Hospital Alemão Oswaldo Cruz orientam sobre como escolher e higienizar os alimentos para evitar infecções alimentares

Cuidados adotados durante a pandemia, como uso do álcool gel podem ser uma saída em praias e parques

 

Quando as férias chegam e temos a oportunidade de ir à praia ou a parques e nos esbaldamos em comidinhas, como milho cozido, lanches naturais, queijo coalho, frutos do mar e sorvetes, e bebidinhas, como refrigerantes em lata, água de coco e isotônicos. Todas essas opções são muito apetitosas, mas temos que tomar alguns cuidados com a higiene para evitar problemas gastrointestinais, como diarreias e intoxicação alimentar. 

De acordo com Tarcila Campos, nutricionista do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, esse tipo de alimentação é bastante comum no verão, mas devemos ficar atentos ao acondicionamento dos produtos por causa das altas temperaturas e de proliferação de microrganismos nocivos ao organismo. 

“Na hora de escolher, deve-se observar como está sendo feita a conservação daquele alimento, por causa do calor. Checar se as geladeiras térmicas estão realmente mantendo a temperatura adequada. No caso de alimentos crus é imprescindível estarem acondicionados em ambiente refrigerado. Quanto às bebidas, devemos ficar atentos à qualidade da água usada para fazer o gelo que envolve as latas e garrafas”, esclarece. 

Para quem gosta de água de coco, a especialista a chama atenção para o alto teor calórico. “A água de coco sempre é bem-vinda, mas devemos beber como se estivéssemos ingerindo uma fruta ao longo do dia, lembrando que ela contém em sua composição carboidratos. Quando a intenção foi hidratar o corpo, o ideal é beber água”, explica. 

Com relação aos isotônicos, cautela também é a palavra de ordem. “Por serem industrializados e com corantes, devem ser evitados. Geralmente, eles são mais indicados para atletas, que precisam fazer a reposição de sais minerais, carboidratos e eletrólitos, que são eliminados por meio do suor”, exemplifica. 

A nutricionista lembra ainda que todos os cuidados de higiene que foram adotados durante o auge da pandemia da Covid-19, como o uso de álcool em gel 70% para higienizar as mãos, evitar aglomerações e usar máscara em ambientes fechados, devem ser mantidos em lugares fechados.

 

Dicas sobre como escolher os alimentos e cuidados necessários:

  • Sanduíche natural: observar se está acondicionado em ambiente refrigerado para manutenção da temperatura fria.
  • Produtos quentes são mais indicados porque os microrganismos (bactérias e vírus) não sobrevivem a altas temperaturas, como milho cozido e queijo coalho.
  • Levar frutas e palitos de vegetais (cenoura e pepino) higienizados com hipoclorito de sódio e mantê-los refrigerados em geladeira térmica ou de isopor.
  • Beber bastante água para evitar desidratação.
  • Alimentos crus, como ostras, devem estar acondicionados em ambiente refrigerado.
  • Procurar limpar latas de bebidas com álcool gel ou água e sabão.
  • Lavar as mãos ou usar álcool gel antes de ingerir alimentos.

 

Cuidados com intoxicação alimentar

A falta de cuidados com os alimentos durante as férias pode trazer alguns transtornos, como a diarreia e a intoxicação alimentar. Segundo o Dr. Rafael Bandeira Lages, gastroenterologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, crianças, idosos e pessoas com muitas comorbidades ou baixa imunidade deve estar ainda mais atentos aos sintomas, como diarreia, náuseas e vômitos, principalmente se persistirem por mais de três dias.

“Normalmente, as diarreias agudas acabam sendo combatidas pelo próprio organismo. Mas, se os sintomas persistirem por mais de três dias ou caso apresente febre, sonolência, pressão baixa ou sangue nas fezes, o ideal é buscar ajuda médica para fazer hidratação adequada e avaliar necessidade de exames para seguir com o melhor tratamento”, aconselha. 

A principal causa de diarreia aguda nessa época do ano é a gastroenterite infecciosa (irritação e inflamação do tubo digestivo, incluindo o estômago e o intestino) consequência, na maioria das vezes, da existência de vírus e bactérias nos alimentos. “O cuidado com o que comemos fora de casa é importante porque a maior parte das intoxicações no verão são causadas por alimentos contaminados”, ressalta.

 

O que fazer em casos de diarreia ou intoxicação alimentar:

  • Hidratar-se bastante e repousar para que o organismo se recupere do desarranjo intestinal.
  • Se os sintomas persistirem por mais de três dias ou forem acompanhados de febre, pressão baixa, sonolência ou sangue nas fezes, buscar imediatamente um hospital ou posto de saúde.
  • Crianças, idosos e pessoas com múltiplas comorbidades ou imunidade baixa devem buscar ajuda médica.

 

 Hospital Alemão Oswaldo Cruz

www.hospitaloswaldocruz.org.br/


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