Especialista
destaca importância da temática e traz dicas para as instituições contribuírem
com a saúde mental de todo o ecossistema escolar
Rossandro detalha como as escolas podem se preparar de forma assertiva
Após três anos conturbados, as escolas se preparam
para iniciar o ano letivo de 2023 sem a presença tão forte do fantasma da
Covid-19. No entanto, pesquisas recentes mostram que o impacto mental
decorrente da pandemia ainda estará vivo dentro do ecossistema escolar. De
acordo com estudo da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP),
uma em cada quatro crianças ou adolescentes apresentou ansiedade e depressão
durante o surto. Seguindo essa mesma linha, uma pesquisa realizada pela Nova
Escola mostra que 72% dos educadores tiveram a saúde mental afetada durante o
período mais crítico do novo coronavírus.
Diante desse cenário, o educador e psicólogo
Rossandro Klinjey, que é co-fundador e embaixador da Educa,
principal edtech brasileira para o ensino de competências socioemocionais em crianças
e jovens no Brasil, alerta sobre a importância das escolas tratarem sobre a
saúde mental diariamente no ecossistema escolar. “Felizmente, o tabu que
existia diante da saúde mental foi dissipado e hoje em dia o tema se tornou um
dos mais populares na mídia. A sociedade passou a enxergar a importância do
cuidado da saúde mental e o quanto as pessoas precisam olhar para si para
poderem prosperar. As escolas precisam acompanhar esse movimento e enxergar a
importância do assunto para o cotidiano dos estudantes, famílias e educadores”,
avalia Rossandro Klinjey.
Com o objetivo de ajudar as escolas no início do ano letivo, o especialista
elencou algumas dicas para elas incluírem a temática de forma bem estruturada.
Confira:
Preparação é a chave
De acordo com o psicólogo, um dos pontos
primordiais para iniciar essa jornada de maior atenção à saúde mental passa
pela preparação por parte dos educadores. Nesse contexto, cursos preparatórios
que ajudem esses gestores a lidar com as diversas situações que acontecem
dentro da sala de aula são ferramentas importantes para a construção de um
ambiente mais sólido.
“Além disso, vale pontuar a importância da troca de
experiências constante por parte desses profissionais para que os professores
consigam não só identificar mais rapidamente qualquer problema grave, mas
também saibam como lidar com essas situações graças a experiências adquiridas
com outros colegas”, pontua.
Jornada contínua e estruturada
A busca por manter o equilíbrio mental não pode ser algo pontual, mas um processo constante e ininterrupto. Por conta disso, o educador avalia como errônea a postura de diversas escolas de apenas tratar a temática de forma pontual, geralmente após um evento mais grave relacionado ao bullying, algum tipo de violência por parte dos pais ou membro familiar, ou até mesmo em casos de automutilação.
“A escola precisa começar a trabalhar o tema não
apenas quando acontece uma situação extrema, mas principalmente de forma
preventiva e recorrente. O mais indicado para as instituições é estruturar uma
jornada contínua de aprendizagem socioemocional, que traga as temáticas de
forma clara e que faça com que todo o ecossistema escolar (famílias,
estudantes, educadores e líderes escolares) se fortaleça para lidar com essas
questões no dia a dia, inclusive no convívio dentro de casa”, ressalta o
co-fundador da Educa.
Suporte profissional
Por mais que a preparação dos educadores seja importante,
contar com o apoio de profissionais especializados em saúde mental é
fundamental não somente para se sentirem amparados, mas também para ajudar no
tratamento e prevenção de possíveis situações mais graves.
A Educa é um programa completo, que oferece
soluções para todo o ecossistema escolar se sentir acolhido e seguro por meio
de uma trilha de aprendizagem socioemocional e de saúde mental.
“A ideia por trás da criação da Educa foi por
entendermos que existe um déficit de conhecimento por parte das escolas,
famílias e educadores sobre o tema, e o quão importante, poderosa e
transformadora é a educação socioemocional. Crianças e jovens precisam aprender
os aspectos da saúde mental para compreender sobre suas emoções, lidar com o
pensamento crítico, aceitar as diferenças, desenvolver a empatia, entre outros
pontos”, encerra Rossandro Klinjey.
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