Gleison Guimarães,
médico especialista em Pneumologia, faz alerta sobre consumo excessivo entre
indivíduos com hipertensão grave
Quem não gosta de uma boa xícara de café? Há alguns
que gostam tanto que acabam tomando doses excessivas da bebida ao longo do dia.
O café pode ter efeitos muito positivos na promoção da saúde, já que ajuda a melhorar
o humor, o foco e o estado de alerta, mas precisa ser consumido com parcimônia
por alguns indivíduos.
De acordo com Gleison Guimarães, médico
especialista em Pneumologia pela UFRJ e pela Sociedade Brasileira de
Pneumologia e Tisiologia (SBPT), a dose e o tempo fazem o veneno quando se
trata de cafeína. “Novos dados indicam que tomar duas ou mais xícaras de café
por dia pode dobrar o risco de mortalidade quando se trata de pessoas com
pressão alta. Por outro lado, tomar apenas uma xícara por dia ainda reduz o
risco”, explica.
O especialista conta que um estudo recente observou
mulheres e homens japoneses entre 40 e 79 anos por cerca de 18 anos. Entre os
que tinham hipertensão de grau 2 a grau 3, notou-se que, entre os que bebiam
duas ou mais xícaras diariamente, houve o dobro de mortalidade por doença
cardiovascular (DCV). “Por outro lado, esse risco não foi constatado em pessoas
com pressão arterial normal ou com hipertensão de grau 1. O mesmo estudo também
mostrou que, no caso do chá verde, não houve associação a um risco aumentado de
mortalidade por DCV em nenhuma categoria”, relata o médico.
Ele afirma, porém, que é preciso considerar algumas
limitações do estudo. “Entre elas, é preciso entender que o consumo de café ou
chá verde foi autorreferido, de forma que pode haver relatos falsos”, diz.
De forma geral, porém, a indicação é que o elevado
consumo de café pode estar relacionado a um aumento do risco de mortalidade
por problemas cardiovasculares naqueles que já possuem mais risco,
principalmente nos casos de hipertensão grave, mas serve para alertar
principalmente se o indivíduo precisa de quatro, cinco ou seis xícaras de café
por dia. Isso é um sinal de que ele deve estar dormindo mal. “A qualidade do
sono, com sua profundidade, continuidade e regularidade adequadas somados a um
tempo total entre sete e nove horas durante a noite, precisa oferecer o que
nenhuma substância estimulante extra, precisa te ofertar”, aleta o
especialista.
O estudo também serve para apoiar a afirmação de
que o excesso de café, além de impactar a saúde cardiovascular,
também a gastrointestinal, pode ainda mais atrapalhar a continuidade e o sono
mais profundo, num looping que as pessoas bebem café para ficar acordadas de
dia e pelo excesso e não respeitar o limite de 15 horas para a última xícara.
Esses, não dormem bem também por isso. Sabemos, porém, que são necessárias mais
pesquisas para confirmar os efeitos do consumo entre pessoas com e sem
hipertensão arterial”, conclui.
Gleison Guimarães - médico especialista em Pneumologia pela UFRJ e pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), especialista em Medicina do Sono pela Associação Brasileira de Medicina do Sono (ABMS) e também em Medicina Intensiva pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB). Possui certificado de atuação em Medicina do Sono pela SBPT/AMB/CFM, Mestre em Clínica Médica/Pneumologia pela UFRJ, membro da American Academy of Sleep Medicine (AASM) e da European Respiratory Society (ERS). É também diretor do Instituto do Sono de Macaé (SONNO) e da Clinicar – Clínicas e Vacinas, membro efetivo do Departamento de Sono da SBPT. https://drgleisonguimaraes.com.br/
Instagram @dr.gleisonguimaraes
Twitter @drgleisonpneumo
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