terça-feira, 31 de janeiro de 2023

Conheça o novo procedimento para desobstruir artérias calcificadas do coração

Aprovada no Brasil há poucos meses, a tecnologia litotripsia intracoronariana é a solução mais eficaz para vasos obstruídos e calcificados, um desafio para a medicina até então. A seguir, entenda a importância dessa tecnologia
 

Antônio Carlos Neves Ferreira, cardiologista e coordenador do Serviço de Hemodinâmica da Rede Mater Dei de Saúde -- Unidade Santo Agostinho. Crédito: divulgação

 

É muito comum ouvirmos que as artérias do coração ficaram “entupidas” com placas de gordura, impedindo seu bom funcionamento. Porém, o diagnóstico é ainda mais complicado, quando essa coronária está calcificada, dificultando a desobstrução por meio dos métodos convencionais. Até meados do ano passado, no Brasil não havia uma tecnologia capaz de resolver eficazmente esse problema. Porém, a litotripsia intracoronariana mudou esse cenário. Aprovada no país há seis meses, esse procedimento “quebra” as placas de cálcio nas coronárias, por meio de ondas de ultrassom, e assim, permite que a desobstrução do vaso ocorra com sucesso, restabelecendo o fluxo sanguíneo. 

“Trata-se de um método inovador. É indicado especialmente para casos complexos, com disfunções coronarianas graves principalmente devido às placas de aterosclerose com muito cálcio. Esses casos representam cerca de 10% dos procedimentos”, afirma Antônio Carlos Neves Ferreira, cardiologista e coordenador do Serviço de Hemodinâmica da Rede Mater Dei de Saúde -- Unidade Santo Agostinho. 

O uso dessa tecnologia traz ainda mais vantagens como evitar a cirurgia aberta, que representa maior risco de mortalidade, utilizar a anestesia local e permitir um pós-operatório mais tranquilo, com rápida recuperação. 

Segundo o cardiologista, outro benefício, é que esse método é extremamente simples e resolutivo. “Conseguimos fazer uma dilatação de uma lesão que não conseguiríamos em alguns casos pois não havia recurso para tratar. Agora com a litotripsia é possível resolver o problema com eficiência”, esclarece Ferreira.

Representa uma evolução nos tratamentos coronarianos e uma inovação no Brasil e a tecnologia está disponível na Rede Mater Dei. “Nosso primeiro caso foi transmitido ao vivo no Congresso Brasileiro de Cardiologia e Hemodinâmica para compartilhar esse conhecimento com todos. Desde então já operamos mais de 20 pacientes com ótimos resultados. Temos esse compromisso de trazer ao Brasil as tecnologias mais avançadas e seguras para o paciente e um bom exemplo é a litotripsia intracoronariana”, finaliza Henrique Salvador, médico e presidente da Rede Mater Dei de Saúde.
 

Como funciona o método inovador?

Um cateter balão, com soro fisiológico e contraste, é colocado na coronária. O balão é posicionado de forma que encoste na parede do vaso, justamente onde estão as placas de cálcio. Ondas de ultrassom se propagam até a parede do vaso e provocam a fratura da placa de cálcio em pequenos fragmentos. Rompida essa barreira, o Stent é implantado no vaso para restabelecer o fluxo sanguíneo.

 

Como é feito pelo método convencional?

Há duas opções. A primeira consiste em dilatar o vaso, utilizando um balão com altas pressões, técnica considerada parcialmente bem sucedida. Caso o procedimento não surta efeito, é usada outra tecnologia, a aterectomia rotacional. Nela, um cateter, que funciona como uma broca, pulveriza a placa de forma mais trabalhosa e complexa. A desvantagem é que, por meio dessa metodologia, nem sempre é possível desobstruir totalmente as artérias e, em alguns casos, é necessário partir para uma cirurgia aberta.

 

Rede Mater Dei de Saúde

 

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