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É muito comum ouvirmos que as artérias do coração ficaram
“entupidas” com placas de gordura, impedindo seu bom funcionamento. Porém, o
diagnóstico é ainda mais complicado, quando essa coronária está calcificada,
dificultando a desobstrução por meio dos métodos convencionais. Até meados do
ano passado, no Brasil não havia uma tecnologia capaz de resolver eficazmente
esse problema. Porém, a litotripsia intracoronariana mudou esse cenário.
Aprovada no país há seis meses, esse procedimento “quebra” as placas de cálcio
nas coronárias, por meio de ondas de ultrassom, e assim, permite que a
desobstrução do vaso ocorra com sucesso, restabelecendo o fluxo sanguíneo.
“Trata-se de um método inovador. É indicado especialmente para
casos complexos, com disfunções coronarianas graves principalmente devido às
placas de aterosclerose com muito cálcio. Esses casos representam cerca de 10%
dos procedimentos”, afirma Antônio Carlos Neves Ferreira, cardiologista e
coordenador do Serviço de Hemodinâmica da Rede Mater Dei de Saúde -- Unidade
Santo Agostinho.
O uso dessa tecnologia traz ainda mais vantagens como evitar
a cirurgia aberta, que representa maior risco de mortalidade, utilizar a
anestesia local e permitir um pós-operatório mais tranquilo, com rápida
recuperação.
Segundo o cardiologista, outro benefício, é que esse método é extremamente simples e resolutivo. “Conseguimos fazer uma dilatação de uma lesão que não conseguiríamos em alguns casos pois não havia recurso para tratar. Agora com a litotripsia é possível resolver o problema com eficiência”, esclarece Ferreira.
Representa uma evolução nos tratamentos coronarianos
e uma inovação no Brasil e a tecnologia está disponível na Rede Mater Dei.
“Nosso primeiro caso foi transmitido ao vivo no Congresso Brasileiro de
Cardiologia e Hemodinâmica para compartilhar esse conhecimento com todos. Desde
então já operamos mais de 20 pacientes com ótimos resultados. Temos esse
compromisso de trazer ao Brasil as tecnologias mais avançadas e seguras para o
paciente e um bom exemplo é a litotripsia intracoronariana”, finaliza Henrique
Salvador, médico e presidente da Rede Mater Dei de Saúde.
Como funciona o método inovador?
Um cateter balão, com soro fisiológico e contraste, é colocado na
coronária. O balão é posicionado de forma que encoste na parede do vaso,
justamente onde estão as placas de cálcio. Ondas de ultrassom se propagam até a
parede do vaso e provocam a fratura da placa de cálcio em pequenos fragmentos.
Rompida essa barreira, o Stent é implantado no vaso para restabelecer o fluxo sanguíneo.
Como
é feito pelo método convencional?
Há duas opções. A primeira consiste em dilatar o vaso, utilizando
um balão com altas pressões, técnica considerada parcialmente bem sucedida.
Caso o procedimento não surta efeito, é usada outra tecnologia, a aterectomia
rotacional. Nela, um cateter, que funciona como uma broca, pulveriza a placa de
forma mais trabalhosa e complexa. A desvantagem é que, por meio dessa
metodologia, nem sempre é possível desobstruir totalmente as artérias e, em
alguns casos, é necessário partir para uma cirurgia aberta.
Rede Mater Dei de Saúde
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