quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

Baixa umidade do ar exige cuidados especiais com a voz

Hospital Paulista dá dicas para manter hidratação das cordas vocais

 

Você sabia que as duas pregas vocais são revestidas por uma mucosa que precisa estar hidratada para vibrar melhor e produzir um som mais confortável e limpo? Com a baixa umidade do ar, a garganta fica ressecada, podendo gerar rouquidão, falta de ar e até dificuldade para engolir. O problema se torna ainda mais grave quando a voz é usada como instrumento de trabalho.

Conforme o otorrinolaringologista do Hospital Paulista Alexandre Minoru Enoki, a hidratação das pregas vocais não é imediata após a ingestão de água. “As cordas vocais ficam na laringe, que faz parte do sistema respiratório, ou seja, por lá, só passa ar. Com isso, a água que bebemos demora cerca de uma hora para chegar aos tecidos do corpo, dentre eles a mucosa, por meio do processo de absorção sistêmica”, ressalta.

O especialista afirma que, dessa forma, a hidratação ao longo do dia é recomendada para que as estruturas responsáveis pela produção da voz estejam sempre lubrificadas, com boas condições de mobilidade das pregas vocais.

“A recomendação é beber, em média, oito copos de água distribuídos ao longo do dia, dando pequenos goles durante as atividades de rotina, principalmente nos intervalos de exercícios físicos ou quando se utiliza a voz como instrumento de trabalho”, reitera.

Segundo Dr. Enoki, o hábito de carregar uma garrafa de água e utilizar aplicativos de celular para avisar que é preciso beber água é muito saudável e indicado.

Dentre os fatores que podem prejudicar a hidratação das cordas vocais estão ar-condicionado (muito utilizado durante o verão), ventilador, cigarro, álcool e alimentação inadequada. “Precisamos beber água como remédio. Quem carrega a água, sempre se lembra de beber.”

O médico destaca que uma boa hidratação tende a equilibrar também a pressão sanguínea, o fluxo renal e o fluxo pulmonar, diminuindo o muco.

“É muito comum as pessoas pigarrearem quando estão com problemas de voz e, naquele movimento, fazerem um ‘puxa e encolhe’ de toda a musculatura da prega vocal. É uma agressão e, com o passar dos anos, esse movimento pode causar lesões nas fibras e musculaturas das cordas vocais, podendo surgir nódulos ou pólipos”, explica.

Além da ingestão de água, Dr. Enoki informa que, para evitar o ressecamento das pregas vocais, é recomendado utilizar umidificadores de ar,  manter a casa limpa e os ambientes fechados umedecidos, principalmente na hora de dormir, usar soro fisiológico para lavar olhos e nariz, evitar falar alto em ambientes ruidosos e repouso vocal.

Se os sintomas de ressecamento das cordas vocais permanecerem por mais de 15 dias, o especialista finaliza exaltando a necessidade de buscar auxílio médico.

  

Hospital Paulista de Otorrinolaringologia

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário