Especialista em reumatologia Dra. Cláudia G. Schainberg cita seis doenças reumáticas que pessoas com diabetes podem desenvolver
Primeiramente, é importante entender o que é a
Diabetes. O Diabetes Mellitus é uma síndrome do metabolismo, relacionada a
falta de insulina e/ou a incapacidade dela exercer adequadamente seu papel. A
insulina é o hormônio produzido pelo pâncreas responsável pela metabolização da
glicose, e sua falta causa a doença, que se caracteriza por altas taxas de
açúcar no sangue (hiperglicemia).
Dentre os diferentes tipos da doença, os mais
conhecidos são o tipo 1, causado pela destruição das células produtoras de
insulina decorrente de defeitos do sistema imunológico e o tipo 2 que é uma
resistência à insulina e deficiência na sua secreção, que ocorre em cerca de
90% dos diabéticos.
A diabetes se tornou uma preocupação global e seu
crescimento é impulsionado por fatores socioeconômicos, demográficos,
ambientais e genéticos. O aumento do tipo 2 da doença se deve, em grande parte,
ao estilo de vida das pessoas, consequente a maior ingestão de calorias, ao
aumento do consumo de alimentos processados e ao sedentarismo.
De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil
possui cerca de 16,8 milhões de diabéticos e ocupa a 5° posição no ranking dos
países com maior incidência da doença. O que muitas pessoas não sabem é que sem
o cuidado ideal a diabetes pode coincidir ou ser comum em pessoas com doenças
reumáticas como aponta a reumatologista Dra. Cláudia G. Schainberg.
“Pessoas que tem diabetes também podem ter doenças
reumáticas. Uma explicação para isso e que ambas são doenças autoimunes, em que
o sistema imunológico ataca a si mesmo, o que ocorre no tipo 1 da doença. Já a
diabetes tipo 2 pode ocorrer em doenças reumáticas juntamente com a obesidade, quando
a gordura abdominal produz adiopacinas, que são proteínas que em excesso causam
inflamação associada ao processo inflamatório das cartilagens próximas aos
ossos”.
De acordo com a especialista as principais doenças
que mais comuns em pessoas que tem diabetes são:
- Síndrome
do Túnel do Carpo: dor e formigamento nas mãos, especialmente de madrugada
e logo pela manhã.
- Contratura
de Dupuytren: formação de nódulos e cordões nas palmas das mãos, que podem
levar a contraturas fixas dos dedos, especialmente do quarto e quinto.
- Dedo
em gatilho: tendinite de flexores na região da palma da mão, próxima da
base dos dedos. Pode haver formação de nódulo doloroso, dificuldade e
estalidos ao estender os dedos.
- Ombro
congelado: retração da cápsula articular do ombro, provocando dor intensa
e limitação transitória de mobilidade.
- Escleredema
do diabetes: redução da mobilidade para abertura total das mãos, por
rigidez. Pode tornar incapaz o toque completo da palma da mão de uma
contra a outra, na posição de prece.
- Artropatia
de Charcot: lesão destrutiva de articulações, especialmente dos pés e
tornozelos, por perda da capacidade de perceber a pisada, por exemplo,
decorrente da lesão de nervos periféricos.
Contudo, o ideal é procurar um médico especializado
para diagnosticar, tratar e nortear quanto ao tratamento correto. “A melhor
forma de se cuidar é, sem dúvidas, seguindo as orientações do seu médico,
praticar exercícios físicos, não fumar, manter uma boa alimentação, somada a um
estilo de vida saudável”, conclui a especialista.
Dra. Cláudia Goldenstein Schainberg - especialista
em Reumatologia e Reumatologia Pediátrica. Possui graduação em Medicina pela
Universidade Federal da Bahia, mestrado e doutorado em Medicina (Reumatologia)
pela Universidade de São Paulo, especialização nos EUA e Canadá. Atualmente é
professora e mentora de novos profissionais na Universidade de São Paulo.
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