terça-feira, 1 de novembro de 2022

O que é o câncer de boca e como buscar ajuda?

Especialista da Rede de Hospitais São Camilo de SP fala sobre como o auxílio da odontologia é de extrema importância para o diagnóstico precoce e para amenizar sintomas decorrentes do tratamento

 

O câncer de boca pode atingir não só os lábios, mas também regiões como gengivas, bochechas, céu da boca e língua. O tumor é um dos tipos mais frequentes entre os brasileiros e pode se dar de diferentes formas.

O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima que o Brasil tenha mais de 15 mil casos novos da doença até o final de 2022. Entre os mais atingidos estão os homens, com mais de 40 anos de idade. Só no ano de 2020, o instituto constatou que mais de 70% dos diagnosticados eram do sexo masculino.

Por ser um câncer que não é tão comentado entre a população, muitos ainda sentem dúvidas de como buscar ajuda, o que muitas vezes colabora para que o diagnóstico da doença seja feito de forma tardia, em estágio avançado.

“Muitas pessoas evitam ir ao dentista e não sabem que, a partir deste atendimento, é possível descobrir um câncer de boca. Por isso, é importante o acompanhamento periódico com um profissional. A visita odontológica está além de uma obturação ou de uma limpeza dental. Muitas vezes, é a partir deste atendimento que o diagnóstico acontece, possibilitando maiores chances de cura para o paciente”, afirma Dra. Sumatra Melo da Costa Pereira Jales, cirurgiã-dentista e especialista em odontologia hospitalar da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.

Mesmo com o diagnóstico realizado pelo dentista, nem todo o tratamento é desenvolvido por esse profissional e exige também assistência do médico oncologista e dos especialistas em cabeça e pescoço. Por isso, a importância de hospitais que possam auxiliar em distintas especialidades, a fim de facilitar os diferentes cuidados.

A Rede São Camilo de São Paulo, por exemplo, dispõe do Serviço de Odontologia nas unidades Pompeia, Santana, Ipiranga e Mooca, com atendimento e realização de procedimentos em ambientes de enfermaria, Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e centros cirúrgico e ambulatorial, oferecendo procedimentos eletivos, de urgência e tratamentos especializados.

“Além de todo o tratamento para combater o câncer, muitas vezes torna-se necessário o acompanhamento odontológico em três momentos: na fase pré-tratamento oncológico, durante e após. Na primeira fase, preparamos a boca para receber o tratamento de combate ao câncer. Já durante o tratamento, lidamos com efeitos adversos agudos como mucosite oral (feridas na boca), além de infecções oportunistas virais, fúngicas e bacterianas.  E nos pós, fazemos o seguimento e controle das complicações tardias”, relata a cirurgiã-dentista.

Normalmente, sinais como manchas vermelhas ou esbranquiçadas na língua, nas gengivas, no céu da boca ou nas bochechas; lesões na boca ou nos lábios que demoram mais de 15 dias para cicatrizar; dificuldade de mastigação, deglutição ou fala; caroços no pescoço e rouquidão persistente podem indicar a presença de câncer de boca.

Além disso, outra característica é que esse câncer evolui de forma silenciosa e indolor. Com isso, a atenção para a região da boca deve ser dobrada. “Ao perceber qualquer sinal diferente na boca, o indicado é buscar ajuda e orientação profissional. Assim como existe o incentivo do auto toque para casos de câncer de mama, o autoexame da boca também deve ser incentivado para o diagnóstico precoce do câncer de boca”, ressalta Dra. Sumatra.

E, assim como outros tipos de câncer, fatores como tabagismo e ingestão de bebida alcoólica colaboram para o desenvolvimento do tumor. O Inca alega que os dois hábitos são responsáveis por 70% dos casos de câncer que aparecem na cabeça e pescoço.

Fatores como exposição ao sol sem a proteção adequada, infecção pelo vírus HPV, má alimentação e má higiene oral também contribuem fortemente para o desenvolvimento da doença.

 


Hospital São Camilo

@hospitalsaocamilosp


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