Insônia, poucas ou muitas horas de sono aumentam em 13% a predisposição ao glaucoma. Sonolência diurna e roncar em 10%. Entenda.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que 40% da população global tem alguma alteração no sono. O mais grave é que uma pesquisa recém-divulgado pelo BMJ (British Medical Journal) revela que os distúrbios do sono aumentam o risco de glaucoma, maior causa de cegueira definitiva no mundo. Foi realizado com 409.053 participantes de 40 a 69 anos por pesquisadores do UK Biobank, maior banco de dados genéticos e de saúde do Reino Unido.
Segundo o oftalmologista
Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier de Campinas o glaucoma
geralmente surge a partir dos 40 anos e está em ascensão no Brasil por causa do
rápido envelhecimento da população. A estimativa do IBGE é de que hoje 40% dos
brasileiros estão nesta faixa etária. Em 2040 a projeção é de que 52% tenham 40
anos ou mais. O oftalmologista ressalta que o glaucoma degenera as células
fotossensíveis da retina e do nervo óptico. Estas alterações são causadas pelo
aumento da pressão interna do olho. “A pressão intraocular sobe por uma falha
no escoamento do humor aquoso, líquido que é produzido constantemente e
preenche o globo ocular”, explica.
Para Queiroz Neto os distúrbios do sono desregulam a produção da adrenalina e cortisol, hormônios que nos mantêm em estado de alerta, e da melatonina, hormônio indutor do sono. Resultado: “Os distúrbios do sono elevam a ansiedade e a depressão, importantes gatilhos do aumento da pressão intraocular e da pressão arterial, outro fator de risco para o agravamento do glaucoma”, salienta. Por isso, se você ronca, tem sonolência durante o dia, dorme pouco ou muito deve acompanhar a saúde de seus olhos com um oftalmologista e paralelamente passar por uma higiene do sono.
Engana-se quem pensa que
dormir 12 horas é bom para a saúde. Os pesquisadores do UK Biobank concluíram
na pesquisa que a insônia, dormir pouco ou muito aumentam em 13% o risco de
glaucoma. Já a sonolência diurna e roncar aumentam em 10%. A pesquisa também
aponta que o ideal para a saúde é dormir entre 6 e 7 horas/dia.
Tipos de glaucoma
Queiroz Neto afirma que casos
de glaucoma na família também aumentam o risco de desenvolver a doença. Em 90%
dos casos, o glaucoma é de ângulo aberto, considerado crônico, mais frequente
entre afrodescendentes e totalmente assintomático. Por isso, mutas pessoas só
descobrem em estágio avançado e acabam precisando usar vários colírios para
manter a pressão intraocular sob controle. Outros 10% são glaucoma de ângulo
fechado, caracterizado por uma forte dor súbita, vermelhidão, náuseas e vômito.
É mais frequente em asiáticos que tem a câmara anterior do olho mais estreita,
altos míopes e usuários contínuos de medicamentos que dilatam a pupila.
Prevenção
As orientações do
oftalmologista para quem tem glaucoma ou casos na família são:
·
Pratique exercícios aeróbicos como natação,
caminhada ou corrida pelo menos 3 vezes na semana.
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Beba água com moderação.
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Evite tocar o bico dosador do colírio nos olhos.
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Use apenas uma gota de cada colírio.
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Evite tocar instrumentos de sopro.
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Mantenha a glicemia sob controle.
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Faça o acompanhamento da pressão arterial.
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Controle as noites de sono.
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Desligue seus equipamentos à noite.
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Não adie a cirurgia de catarata. Ela pode melhorar
seu sono e lhe livrar dos colírios.
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