Gerente de
competividade do Sebrae comenta a importância de apresentar as soluções dos
pequenos negócios de energia verde para a conferência global
De forma inédita, o Sebrae está participando da 27ª
edição da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2022, no
Egito. Essa é a primeira vez que os pequenos negócios brasileiros apresentam
suas soluções contra os efeitos do aquecimento global em um evento desta
magnitude. A ação visa posicionar o Brasil como a nova cadeia de suprimentos do
mundo, fortalecida pelos pequenos negócios, que proporcionam uma matriz
energética cada vez mais limpa, segura e sempre diversificada. O evento segue
até 18 de novembro na cidade de Sharm El Sheikh.
Em entrevista para a ASN, o gerente de
Competitividade do Sebrae, César Rissete, explica que a COP 27 funciona como
uma vitrine para os produtos e serviços das micro e pequenas empresas além da
oportunidade de networking com os maiores players do ecossistema de energia do
mundo. “Estamos otimistas com a nossa participação no Egito. Estamos ampliando
o diálogo e atraindo investimentos para o segmento, que é quem abastece os
grandes players e consolida nosso país pelas soluções complexas desenvolvidas
para integrar as fontes de energia”, afirma.
Confira a íntegra da
entrevista:
Qual é a importância desta
participação?
CR: Esse é o debate do presente e do futuro. Cada
vez mais essa questão da sustentabilidade e da energia renovável tem sido uma
constante no dia a dia dos negócios. Então estar na COP 27 pela primeira vez
institucionalmente marca uma diferença do ponto de vista de posicionamento –
afinal, estamos participando de um grande debate mundial. A mudança climática é
um assunto prioritário e que demanda novos investimentos em todo o mundo.
Na prática, como está sendo a
participação do Sebrae na Conferência?
CR: Os representantes das micro e pequenas empresas
estão participando de 40 painéis, sendo 21 deles presenciais na COP 27, no
Palco Empreendedor Sebrae, dentro do Pavilhão Brasil, e 19 painéis com
transmissão remota de diversos pontos do Brasil. Em todos eles, estão sendo
apresentadas as diferentes soluções desenvolvidas para a descarbonização das
cadeias produtivas nas indústrias, redução do consumo de energia, água, além
das soluções territoriais com energias renováveis.
Os temas da nossa programação vão desde as
estratégias e fontes de financiamento das energias limpas no Brasil, à
Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação, engajamento da juventude na energia,
a presença feminina no mercado de energia, tecnologias sociais do uso de
recursos naturais para redução do consumo. O Centro Sebrae de Sustentabilidade
(CSS), que fica em Cuiabá, também está mostrando todo o trabalho que tem feito
ao longo da sua história também.
Ampliando o olhar para o
segmento, existe um objetivo maior do Sebrae na COP?
CR: Com certeza. Para além das inovações
apresentadas e dos negócios que estão sendo gerados na COP, estamos reforçando,
a nível mundial, a mensagem que as micro e pequenas empresas são indispensáveis
no processo de busca por soluções e energias renováveis que as grandes empresas
precisam. A solução para o cumprimento das metas de redução de gases de efeito
estufa passa, necessariamente, pelo empreendedorismo.
Partindo desta lógica, como as
pequenas, médias e grandes estão ligadas?
CR: Cada vez mais as grandes empresas procuram o
Sebrae para fazer parcerias visando melhorar sua cadeia de valor, de quem
fornece serviços, produtos e tecnologia. Isso significa que estamos no palco
correto mostrando empreendedorismo, mostrando a solução. A solução das novas
economias passa pelos pequenos negócios, não só do ponto de vista de emprego,
mas da sustentabilidade do Brasil e do mundo. É isso que o Sebrae está fazendo
nesses dias na COP.
Quais serão os benefícios para
os donos de MPE que estão na COP 27?
CR: Além de levar apresentar sua solução (produto ou serviço) ao mundo,
os empreendedores estão fazendo contatos comerciais e participando de rodadas
de negócios. Os empresários selecionados para a Conferência já são clientes do
Sebrae, já fazem parte dos nossos projetos, então vão potencializar os ganhos
do encadeamento produtivo. Sem contar a visibilidade que eles terão, que
ajudará muito como credencial na volta, quando eles terão todo o acompanhamento
do Sebrae no sentido de planejar a expansão internacional desses negócios
sustentáveis.
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