Psicóloga Ana Gabriela Andriani levanta a questão das mudanças comportamentais geradas pelo uso da tecnologia
O mundo está totalmente imerso nas tecnologias,
fazendo com que todos estejam de alguma forma interligados, facilitando a
comunicação, negociações e o conhecimento do mundo de uma maneira rápida, sem
precisar sair da sua casa. Nas redes sociais, nos sites de compras, de busca e
até mesmo nos streamings de filmes e músicas, existe um software chamado
algoritmo, que ajuda a conhecer, otimizar, coletar dados, criar perfis ou
auxiliar nas tomadas de decisões dos usuários. Os algoritmos servem como
ferramenta de identificação do indivíduo por meio de escolhas tomadas, que,
posteriormente, começam a oferecer conteúdos e produtos conforme seu histórico
de preferências. Mas, a questão é: até que ponto isso é benéfico para as nossas
vidas?
O fato de não ter controle nos anúncios que
aparecem em suas redes sociais, de ser induzido a adquirirem produtos através
de anúncios totalmente personalizados, que supõem que aquilo seja do seu gosto,
acaba sendo um dos pontos negativos dos algoritmos, gerando a tal chamada
ansiedade algorítmica. Esse software de captação de dados está presente em tudo
que você pode imaginar digitalmente, então a todo momento suas escolhas são
observadas, armazenadas e transformadas em munições para anúncios
publicitários. Então, muitas das vezes a aquisição de algo não é genuína, mas,
sim uma influência desse mundo tecnológico.
Não existe somente a indução a algum produto ou
serviço, essa inteligência artificial e o mundo digital é capaz de modificar o
comportamento e a opinião do usuário. Segundo uma pesquisa realizada em 2019
pela DataSenado, em parceria com as ouvidorias da Câmara dos Deputados e do
Senado Federal, 83% dos entrevistados acham que os conteúdos das redes sociais
influenciam na opinião das pessoas. Levando em consideração que os algoritmos
que determinam grande parte do que as pessoas verão em seus feed
das redes sociais, concluímos que eles são capazes de modificar pensamentos e
ações involuntariamente.
“Diante desse controle disfarçado, algumas atitudes
podem ser tomadas, como: diminuição do uso das redes sociais, não perder a
conexão com o mundo real – estando ligado com as atividades fora do mundo
virtual -, e saber diferenciar os seus desejos reais daqueles que são induzidos
pela internet” aponta a psicóloga Ana Gabriela Andriani.
Ana
Gabriela Andriani - CRP 06/58907 - psicóloga
formada pela PUC- SP, Mestre e Doutora pela Unicamp, especialista em terapia de
casal e família pela Northwestern University - EUA, especialista em
Psicoterapia Breve pelo Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da
USP, e membro Filiado da Sociedade Brasileira de Psicanálise.
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